Quando Leonardo finalmente saiu, Isabella permaneceu no chão por alguns instantes. A respiração ainda estava ofegante, o coração batendo acelerado, mas agora era por outra razão. Uma fúria fria e silenciosa se apoderou dela. As lágrimas que antes corriam livremente agora se transformaram em gotas de ódio. Ela passou a mão pelo rosto, limpando os restos da humilhação, enquanto os pensamentos se desenrolavam em sua mente como uma tempestade.
Isabella: Ele acha que sou fraca... Ele não tem ideia do que sou capaz.
Ela sussurrou para si mesma, com os punhos cerrados. Leonardo havia cruzado um limite, e Isa sabia que não poderia deixar aquilo passar. Não depois de tudo que ela havia sacrificado para chegar até ali. Ela mordeu o lábio, sentindo o gosto metálico do sangue. Sua mente girava em torno de uma única palavra: vingança.
Isabella: Ele acha que sou melhor do que esperava... Ele não sabe que eu sou pior. Muito pior.
Ela jurou, suas palavras cheias de veneno. Sua respiração, antes instável, foi aos poucos voltando ao normal, e Isa se forçou a levantar. O corpo ainda tremia de exaustão e ódio, mas ela sabia que não podia deixar que Leonardo visse qualquer fraqueza. Ele era seu chefe, o líder do jogo perigoso em que estava envolvida, e qualquer passo em falso poderia significar o fim de sua missão – e talvez de sua vida.
Ela se arrastou até o chuveiro novamente, a água quente servindo para lavar o cansaço e a sensação de sujeira que a dominava. Seus pensamentos eram como facas afiadas, cortando cada vez mais fundo em sua alma. Quando terminou, sentia-se um pouco mais forte, mais determinada.
Escolhendo um vestido que abraçava suas curvas com perfeição, ela decidiu que não seria intimidada. Se Leonardo queria jogar, Isa também sabia jogar, e sabia jogar muito bem. Fez uma maquiagem rápida, mas marcante, destacando seus olhos que agora brilhavam com um misto de raiva e decisão.
Ao voltar para o salão, seus olhos logo encontraram Leonardo. Ele estava sentado em uma mesa cercado de mulheres, todas rindo e flertando com ele. O sorriso provocativo que ele lançou para Isa quando a viu fez o sangue dela ferver novamente. Ele a via como uma diversão, um brinquedo. Mas mal sabia ele que, no final, seria ela quem daria as cartas.
Isabella: Desgraçado...
Ela murmurou, virando o rosto em uma tentativa de controlar a raiva. Isa precisava de foco. Precisava de um alvo. Ela começou a andar pelo salão, os olhos afiados, analisando cada rosto, procurando alguém em quem pudesse concentrar seu próximo movimento. Era a única forma de distrair sua mente e retomar o controle.
Foi quando, de repente, ela parou. O coração disparou de uma forma diferente dessa vez. Do outro lado do salão, um homem alto e de aparência áspera conversava com outros convidados. O rosto dele parecia conhecido... muito conhecido. Isa sentiu o corpo estremecer. Ela piscou algumas vezes, tentando confirmar o que via.
Isabella: Não... Não pode ser...
Mas era. O olhar dela se fixou na cicatriz sobre o olho direito dele. Um flash de memórias dolorosas invadiu sua mente. O som dos tiros, os gritos desesperados de sua mãe, o sangue manchando o chão. Aquele era o homem. Aquele era o homem que tirou a vida de seus pais.
O mundo começou a girar ao seu redor. A raiva e o medo se misturaram em sua cabeça. Sua visão ficou turva, as vozes ao redor se distorceram em um zumbido insuportável. Isa tentou manter o equilíbrio, mas era inútil. As pernas fraquejaram, e, em questão de segundos, tudo escureceu.
Quando Isa abriu os olhos novamente, sentia-se desorientada. Tudo ainda estava meio nebuloso, mas a primeira coisa que viu foi Leonardo. Ele estava ali, agachado à sua frente, com um sorriso arrogante no rosto.
Leonardo: A bela adormecida finalmente acordou. Estava começando a achar que eu teria que te carregar no colo.
Isabella sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ela se levantou devagar, ignorando a tontura que ainda a afetava. As palavras dele eram cheias de provocação, mas Isa não estava em condições de lidar com aquilo agora. Ela precisava de espaço, precisava de tempo para pensar.
Isabella: Afaste-se de mim, Leonardo.
Sua voz saiu mais firme do que ela esperava, mas ainda tremia levemente. Leonardo, no entanto, não parecia minimamente intimidado. Na verdade, ele parecia se divertir com a reação dela. Ele se aproximou mais, sentando-se ao lado de Isa e colocando a mão na perna dela. Os dedos dele deslizaram lentamente, quase alcançando o limite do vestido.
Leonardo: Você não gostou? Foi isso que te deixou assim? Ou... foi outra coisa?
Ele riu, o tom de voz cheio de malícia. Isabella queria afastá-lo, queria gritar, mas sabia que qualquer movimento brusco poderia colocar todo o plano em risco. Leonardo era o chefe, e ela precisava de tempo para completar sua vingança. Precisava jogar o jogo com inteligência.
Isabella: Como você pode fazer isso comigo, Leonardo?!
Ela respondeu com os dentes cerrados, tentando manter o controle. Mas Leonardo estava se divertindo. Ele inclinou-se mais perto, o hálito quente tocando a pele dela.
Leonardo: Eu pergunto de novo... você realmente não gostou?
Antes que Isa pudesse responder, a porta se abriu bruscamente. Helena entrou na sala, parecendo aliviada ao ver Isa acordada.
Helena: Ah, que bom que você já está de pé. Você nos deu um susto, Isabella. Achei que algo grave tivesse acontecido.
Leonardo se afastou imediatamente, adotando uma postura mais séria, como se nada tivesse acontecido. Isa lançou um olhar rápido para ele, percebendo que aquela provocação não acabaria tão cedo. Ela estava cercada de perigos por todos os lados, mas agora, além de Leonardo, tinha outro alvo em mente. O homem que matou seus pais. Aquele que ela jurou destruir.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Mara Frazao
tá ficando interessante essa história
2025-01-16
1
Andressa Silva
tá cada vez melhor 👊👊
2024-10-17
1