Isa estava exausta quando finalmente saiu do cassino. As luzes intensas, a música alta e o cheiro de cigarro a acompanhavam enquanto caminhava para fora, seu corpo cansado e a mente em alerta. As horas anteriores foram uma loucura — havia conseguido fazer três homens apostarem tudo, quase arruinando suas vidas. Era o trabalho dela agora, fazer com que os ricos perdessem tudo, enchendo os bolsos dos Vargas. Mas depois da frustração no camarim, com o veneno desperdiçado, sua raiva ainda fervia por dentro. Precisava manter a cabeça fria, porque sua missão estava longe de terminar.
Chegou em sua casa disfarce, uma modesta e simples residência que a ajudava a parecer uma mulher comum. Tirou os sapatos e ligou para Sam, relatando tudo o que aconteceu naquela noite, com exceção da parte mais íntima com Leonardo. Não era algo que ele precisava saber, nem ela queria revisitar aqueles momentos. Sam a tranquilizou, como sempre, mas Isa podia sentir o peso de tudo crescendo em seus ombros. Após a ligação, ela se jogou na cama, tentando descansar, mas o sono não veio fácil.
Na manhã seguinte, o som insistente do celular a arrancou de um sono leve. Seu coração disparou quando viu o nome de Diego Moretti na tela. Ela sabia que qualquer ligação daquela família significava perigo. Atendeu com as mãos trêmulas.
Isa: Alô?
Diego: Meu pai quer ver você. Venha ao rancho. Agora.
A ligação foi cortada antes que ela pudesse perguntar mais detalhes. Isa sentiu o estômago revirar de ansiedade, mas rapidamente se vestiu e preparou algo para comer, embora o apetite estivesse ausente. Em poucos minutos, já estava no carro, o som do motor um ruído que preenchia a tensão crescente em seu peito. Durante o caminho, ligou para Sam, contando o que estava acontecendo, mais como uma forma de ter um apoio emocional. Ele a escutou com paciência, prometendo estar disponível se algo desse errado.
Quando chegou ao rancho dos Moretti, foi imediatamente conduzida para uma sala onde pôde ver Rodrigo e Ethan, uma visão que lhe deu algum alívio. Ver seu irmão com vida era o lembrete constante do motivo pelo qual ela estava se arriscando tanto. Contudo, não havia tempo para prolongar o reencontro. Logo, foi chamada ao escritório de Dante.
Dante estava sentado à sua mesa, a aura de poder e ameaça emanando dele como uma segunda pele. Isa sentiu o peso do ambiente cair sobre ela, mas forçou um sorriso antes de começar a relatar os acontecimentos da noite anterior. Contou que quase tinha matado Leonardo, mas fora interrompida por Helena, que, furiosa, acusara Dante de sabotar o tráfico. Ao mencionar isso, Dante explodiu em uma gargalhada, uma risada que ecoou pelo ambiente, mas que fez Isa se sentir ainda mais desconfortável. Ela riu também, forçando-se a acompanhar o tom leve, embora seus nervos estivessem à flor da pele.
Dante: Quase matou, mas não conseguiu, hein? E agora, querida, você vai ter uma nova missão.
Isa franziu a testa, sentindo o coração acelerar. Ela não gostava do tom que ele usava.
Isa: Nova missão? Mas o acordo era claro… Eu mato os Vargas e, em troca, vocês me deixam em paz. Eu estou cumprindo a minha parte.
A expressão de Dante mudou num piscar de olhos. O riso desapareceu de seu rosto, dando lugar a um olhar frio e cortante. Ele se inclinou sobre a mesa, abriu uma gaveta e tirou uma pistola. Colocou a arma sobre a mesa, como se fosse um lembrete silencioso de quem estava no controle.
Dante: Eu faço os acordos aqui, Isabella. E posso mudar as regras quantas vezes quiser. Agora, escute bem. Você não vai mais matar ninguém. Quero que você espione os Vargas. E tem mais: preciso das plantas do cassino, aquelas que ficam na mansão deles.
Isa ficou em choque, as palavras dele ecoando em sua mente. Espioná-los? Conseguir as plantas da mansão? Aquilo estava além do que ela imaginava.
Isa: Eu… Eu não tenho acesso à mansão deles, Dante. Jamais conseguiria isso.
Dante a interrompeu com um olhar severo, apontando para a porta.
Dante: Se vire. E não me faça esperar. Agora, vá embora.
Segurando o choro e sentindo o peso esmagador da frustração e raiva, Isa saiu rapidamente do escritório. Assim que entrou no carro, explodiu em um surto de raiva, batendo com força no volante e xingando Dante com todos os palavrões que conseguia pensar. Sua missão, que já era quase impossível, tinha acabado de se tornar uma armadilha ainda mais perigosa.
Depois de alguns minutos, ela se recompôs. Respirou fundo, engoliu a raiva e ligou para Sam, contando a ele sobre o novo plano. Sam, sempre o estrategista, prometeu ajudar. Antes de desligar, disse que tentaria encontrar um jeito de entrar na mansão dos Vargas.
De volta à sua casa, Isa tentou distrair a mente. Limpou o lugar de cima a baixo, como se a limpeza pudesse varrer sua frustração, e preparou o almoço, embora seus pensamentos estivessem a mil. Sam chegou logo depois. Eles se sentaram à mesa, e enquanto comiam, ele a surpreendeu com uma notícia que a deixou sem palavras.
Sam: Consegui um emprego como jardineiro na mansão dos Vargas.
Isa, incrédula, largou o garfo, o choque estampado em seu rosto.
Isa: O quê? Sam, como você...?
Sam deu de ombros, com seu sorriso despreocupado habitual.
Sam: Fui lá, disse que precisava de trabalho e que cuidava de jardins. Não é nada difícil. Agora, temos acesso. Agradeça depois.
Isa sentiu uma onda de alívio misturada com gratidão. Ela sabia que Sam corria um grande risco por ela, mas não tinha outra escolha. Sorriu, sabendo que, de alguma forma, estavam um passo mais perto de completar o plano.
Isa: Obrigada, Sam. Você realmente salvou minha pele dessa vez.
Mas, por dentro, Isa sabia que os dias que viriam seriam os mais difíceis de sua vida. Espionar os Vargas, entrar na mansão deles, conseguir as plantas... tudo parecia uma missão suicida.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Mara Frazao
eu acho que vai rolar um clima entre eles.
2025-01-16
0
Mara Frazao
tbm acho
2025-01-16
1
Lorrainecristinioliveira Oliveira
e se ela falasse a verdade para o Leonardo será q ele não ajudaria ela
2024-10-16
9