Capítulo 4

As meninas saíram do camarim em um clima de excitação, rindo e conversando sobre a noite que ainda estava por vir. Isa ficou sozinha por alguns momentos, aproveitando o silêncio para focar em sua missão. Calmamente, ela pegou um pequeno frasco escondido entre suas coisas e retirou alguns comprimidos, que na verdade eram veneno. Ela os escondeu com cuidado entre seus seios, garantindo que estivessem seguros, mas acessíveis, caso precisasse usá-los rapidamente.

Com tudo preparado, Isa saiu do camarim, se misturando à multidão. O cassino estava movimentado, repleto de homens poderosos e funcionários atentos. Ela observou o ambiente com cautela, procurando seus primeiros alvos. Minutos depois, ela conseguiu enganar três homens, fazendo-os apostar quantias absurdas e perder para a casa. Cada vez que um deles se afastava frustrado, Isa respirava fundo, satisfeita por estar conseguindo avançar em seu plano.

Procurando um garçom para pegar algo para beber e se acalmar um pouco, Isa avistou um deles com uma bandeja. Estendeu a mão para pegar a única taça disponível, mas foi surpreendida quando outra mão fez o mesmo movimento. Ao levantar os olhos, seu coração disparou: era Leonardo.

Ela rapidamente baixou a mão, deixando que ele pegasse a taça primeiro, sem saber como reagir. O olhar penetrante dele percorria seu corpo, avaliando-a de cima a baixo. Isa tentou manter a calma, mas sua mente estava em conflito, sem saber o que fazer ou dizer. O silêncio entre eles foi quebrado quando Adrian, com seu modo festivo e exagerado, se aproximou e os abraçou pelos ombros.

Adrian: Hoje é dia de comemorar, não é?

Ele soltou uma risada alta, visivelmente animado com a festa, e então virou-se para Isa com um olhar provocador.

Adrian: Você foi incrível lá no palco, gata. Sabe que eu faria umas coisas bem divertidas com você, né?

Isa sentiu o desconforto se espalhar pelo corpo, pronta para responder e cortar a ousadia de Adrian, mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Brenda, a namorada de Adrian, apareceu furiosa. Sem hesitar, ela jogou um copo de bebida diretamente no rosto dele, surpreendendo todos ao redor. Adrian, com o rosto molhado e agora visivelmente irritado, segurou Brenda pelo braço e começou a arrastá-la para outro lugar, envergonhado pela cena.

Leonardo observou a situação com um sorriso discreto, e logo começou a rir. Isa, que tentava manter uma expressão séria, não conseguiu segurar o riso e acabou rindo também, o que fez com que o momento entre eles ficasse um pouco mais leve. Mas, sem aviso, Leonardo deu um passo para mais perto dela, inclinando-se até que seus lábios estivessem próximos ao ouvido de Isa.

Leonardo: Me encontre no meu camarim em cinco minutos.

A voz dele era baixa, quase um sussurro, mas havia uma autoridade implícita que não deixava espaço para discussão. Antes de sair, Leonardo entregou a taça que segurava nas mãos a Isa, como um gesto quase simbólico, e se afastou, deixando-a sozinha para processar o que acabara de acontecer.

Isa observou enquanto ele desaparecia na multidão, seu coração ainda acelerado. Ela sabia que esse encontro poderia ser uma oportunidade — ou uma armadilha.

Cinco minutos depois, Isa se dirigiu ao camarim de Leonardo, seus passos firmes, mas o coração acelerado. Ao chegar à porta, um segurança a parou, questionando o nome dela.

Segurança: Qual é o seu nome?

Isa: Isabella.

Ele olhou para ela por alguns segundos, e depois de uma breve análise, abriu a porta, permitindo sua entrada. Quando Isa entrou, encontrou Leonardo sentado no sofá, com um sorriso provocador nos lábios.

Leonardo: Gosto de quem sabe obedecer. Você chegou no horário.

Isa riu suavemente, disfarçando seu nervosismo. Ela se aproximou de um pequeno bar no canto do camarim, olhando as garrafas de bebidas dispostas.

Isa: Whisky?

Leonardo assentiu com um olhar de aprovação. Isa pegou dois copos e começou a servir, de costas para ele. Com agilidade, aproveitou o momento para retirar o veneno que tinha escondido entre os seios e colocou discretamente no copo dele, mexendo o líquido enquanto se mantinha serena. Quando terminou, ela se virou e entregou o copo a Leonardo, sentando-se ao lado dele no sofá. Ela tomou um gole de seu whisky e colocou o copo na mesa à sua frente.

Leonardo a observava intensamente, seu olhar carregado de desejo. A beleza de Isa o fascinava. De repente, ele a surpreendeu com um gesto inesperado, puxando seu cabelo com força e a trazendo para perto, colando seus lábios aos dela em um beijo ardente. Isa, mesmo tomada pela situação, mordeu levemente o lábio inferior dele, provocando uma reação ainda mais intensa.

Leonardo soltou seu cabelo, mas Isa, sem perder o ritmo, começou a desabotoar a própria camisa, um botão de cada vez, enquanto seus lábios voltavam a se encontrar nos beijos frenéticos. Ao terminar de abrir a camisa, ela deslizou suas mãos pelo peito musculoso dele, sentindo as cicatrizes e as tatuagens que contavam histórias de uma vida perigosa. Com um gesto provocativo, Isa pegou seu copo de whisky e derramou um pouco sobre o corpo de Leonardo, começando a lamber cada lugar onde o líquido escorria, descendo até a região do umbigo.

Leonardo, tomado pelo desejo, agarrou novamente o cabelo de Isa, puxando-a para baixo, pressionando sua cabeça contra sua intimidade, já ereta e volumosa por cima do tecido. Isa, mantendo a postura de controle, começou a beijar ele por cima do tecido, mas logo voltou a subir, beijando-o novamente e fazendo-o sentir o gosto de whisky em sua boca.

Ao final do beijo, Isa soube que aquele era o momento perfeito. Com cuidado, ela segurou a mão dele, que ainda segurava o copo de whisky envenenado, e começou a guiar até os lábios de Leonardo. Estava tão perto de concluir seu primeiro passo do plano, quando, de repente, a porta do camarim se abriu bruscamente. Helena entrou com uma expressão séria.

Helena: Desculpe interromper, eu sei que é dia de comemoração, mas precisamos conversar. Dante Moretti sabotou mais uma vez nosso tráfico.

Ao ouvir o nome de Dante, Isa sentiu um calafrio percorrer seu corpo. Ela tentou manter a calma, mas por dentro tremia. Leonardo suspirou, claramente frustrado com a interrupção. Ele começou a abotoar sua camisa novamente, lançando um último olhar para Isa.

Leonardo: Acho que a diversão terá que esperar. Pode sair agora.

Isa, ainda com seu disfarce intacto, pegou o copo de whisky que Leonardo estava prestes a beber, garantindo que ele não tomasse. Com um gesto casual, ela saiu do camarim. Assim que se viu sozinha no corredor, sua raiva a dominou. Ela estava tão perto de eliminar Leonardo e cumprir sua missão, mas foi impedida no último segundo. Sem pensar, jogou o copo com força em um lixeiro próximo, sentindo a frustração subir.

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