Capítulo 14

Isabella chegou em casa exausta depois de um dia cheio de ansiedade. Assim que se deitou na cama, mal conseguiu fechar os olhos quando o celular vibrou com uma ligação. Era Sam. Sem hesitar, ela atendeu rapidamente.

Sam: Consegui. Peguei a senha do cofre onde as plantas estão guardadas.

A notícia trouxe um alívio imediato para Isabella. Finalmente, algo bom no meio do caos. No entanto, a voz de Sam carregava um tom de urgência.

Sam: Mas tem um problema... Adrian me ameaçou de morte. Se eu entrar no escritório da Helena sem permissão de novo, ele vai acabar comigo.

Isabella soltou uma risada curta, mas de alegria, um riso que há tempos não sabia que ainda tinha dentro de si.

Isabella: Deixe comigo. Vou pensar em um jeito de eu mesma entrar na mansão.

Eles se despediram rapidamente, e ela desligou a ligação, deitando-se novamente. O cansaço tomou conta de seu corpo, e, antes de perceber, Isabella foi vencida pelo sono.

Na manhã seguinte, o sábado começou com uma vibração estranha em seu celular. Um número desconhecido. Relutante, ela atendeu.

Isabella: Alô?

A voz do outro lado fez seu coração disparar. Era Leonardo.

Leonardo: Bom dia, Isabella. Consegui o seu número. Espero que não se importe.

Isabella: Como você conseguiu meu número?

Leonardo soltou uma risada baixa, cheia de autossuficiência.

Leonardo: Eu posso conseguir tudo o que eu quiser, querida. Você deveria saber disso.

Isabella suspirou, já se arrependendo de ter atendido.

Isabella: O que você quer, Leonardo?

Leonardo: Preciso de um favor. Estou no cassino e preciso pegar a aliança de noivado do Adrian e da Brenda na joalheria. Pensei que você poderia me ajudar. E, se estiver disposta, pode ficar para o almoço de noivado na mansão.

Isabella congelou. Era a oportunidade perfeita para invadir a mansão e pegar as plantas. Mas ela não podia se mostrar ansiosa, então decidiu jogar de forma estratégica.

Isabella: É um evento de família, Leonardo. Eu sei o meu lugar.

Leonardo: Ah, Isabella, o cassino é como uma família para nós. E, além disso, eu não aceito um "não" como resposta.

Antes que ela pudesse retrucar, ele desligou.

Um sorriso vitorioso surgiu em seus lábios. Aquela era a oportunidade perfeita que ela tanto esperava. Rapidamente, Isabella se arrumou e, conforme combinado, chegou ao cassino em meia hora. Leonardo já estava esperando na entrada, como sempre, exibindo seu charme convencido.

Sem pedir permissão, ele abriu a porta do carro e entrou.

Isabella: Coloque o cinto.

Leonardo riu, mas obedeceu.

Leonardo: A joalheria fica a alguns quarteirões daqui. Vamos lá.

Eles chegaram rapidamente à loja. Assim que entraram, uma atendente se aproximou com um sorriso caloroso. Isabella viu Leonardo analisar a mulher dos pés à cabeça, e sentiu um leve enjoo ao perceber o comportamento dele.

Leonardo: Mostre-nos algumas alianças, por favor, meu anjo.

Atendente: Claro, me acompanhem.

Ela mostrou várias caixas com alianças de prata, ouro e diamantes. A atendente deu um sorriso educado e se afastou para dar privacidade a eles.

Leonardo: Adrian pediu uma aliança bem exagerada. O que acha dessas?

Isabella, sem paciência para o sarcasmo de Leonardo, respondeu de forma seca.

Isabella: Pergunte à sua "anja".

Leonardo riu, mas logo voltou a ficar sério.

Leonardo: Estou pedindo a sua opinião, Isabella. Escolha uma.

Suspirando, Isabella se aproximou do balcão e olhou atentamente as opções. Quando Leonardo estava prestes a fazer mais um comentário irritante, ela apontou para uma aliança.

Isabella: Escolheria essa.

Leonardo pegou a aliança e, para a surpresa dela, segurou sua mão e a colocou no dedo dela, observando o encaixe com atenção.

Leonardo: Ficou ótimo em você.

Eles saíram da joalheria com a aliança escolhida. No caminho de volta, Isabella notou algo estranho. Um carro estava os seguindo desde que saíram da joalheria. Seu instinto de sobrevivência a alertou.

Isabella: Leonardo, espere.

Antes que ele pudesse responder, a janela do carro atrás deles se abriu e um homem apontou um fuzil na direção deles. Os tiros começaram a ser disparados, e, num impulso, Isabella puxou Leonardo para perto do carro dela. Eles entraram rapidamente.

Leonardo: Rápido, Isabella, dirija! Eles estão vindo!

Isabella, já acostumada com situações de fuga, acelerou o carro em alta velocidade. Os pneus cantaram no asfalto enquanto ela fazia curvas bruscas, tentando despistar os perseguidores. Depois de alguns minutos intensos, ela finalmente conseguiu despistá-los. Leonardo, ofegante e pálido, pressionava o peito, onde o sangue começava a escorrer.

Isabella: Você foi atingido, precisa ir ao hospital!

Leonardo: Não temos tempo para o hospital. Me leve para a mansão... agora.

Desesperada, Isabella obedeceu. Ela dirigiu o mais rápido possível, com o coração acelerado.

Leornado: Preciso de algo para estancar o sangue.

Isabella: Tem algumas roupas na minha bolsa.

Leonardo pega a bolsa dela e começa a procurar por algo que o ajudasse e logo encontra uma calcinha, ele sorrir. Isabella percebendo diz que está limpa, arrancando risadas dele, ele coloca sobre o lugar atingindo. Ao chegar à mansão, ela saiu do carro e começou a gritar por ajuda.

Isabella: Ele foi baleado! Preciso de ajuda!

Os capangas correram para ajudar, tirando Leonardo do carro e levando-o para o quarto. Ela os seguiu, observando cada detalhe da mansão. Finalmente, ela estava dentro.

No quarto, Leonardo gemia de dor, e Isabella, tentando manter a calma, ajudava como podia. Quando Helena e Adrian chegaram, a cena os deixou apavorados.

Helena: O que aconteceu?

Isabella explicou tudo rapidamente, mas Adrian, furioso, começou a quebrar as coisas no quarto, prometendo vingança.

Adrian: Eu vou matar quem fez isso!

Leonardo, mesmo ferido, riu com dificuldade.

Leonardo: Quem vai matar sou eu.

Isabella: Parem com isso! Não é hora para essas besteiras. Preciso tirar a bala agora, ou ele não vai aguentar.

Helena olhou para ela, chocada.

Helena: Você sabe fazer isso?

Isabella: Sim! mas vou precisar de algumas coisas.

Adrian, relutante, trouxe os suprimentos que ela pediu. Leonardo, em meio à dor, consentiu. Adrian e Helena saíram do quarto para não ver a cena, com precisão e rapidez, Isabella começou o procedimento. Ela encontrou a bala e a retirou, enquanto Leonardo gritava de dor.

Leonardo: Vadia... vá mais rápido!

Isabella: Calma, já estou terminando.

Ela costurou o ferimento e limpou o sangue, finalizando o procedimento. Helena, aliviada, entrou no quarto novamente e a abraçou, agradecendo.

Helena: Você salvou meu filho. Não sei como agradecer.

Isabella: Parece que deu tudo certo.

Leonardo: Isa, entrega a aliança para Adrian.

Isabella entregou a aliança para Adrian e se preparou para sair do quarto. Mas, antes que pudesse dar mais um passo, Leonardo a chamou.

Leonardo: Isabella... fica.

Sem saber o que ele queria, ela ficou. Sentou-se em um puff, olhando para ele e pensando no quão fácil seria matar ele agora, mas, infelizmente ela não pode.

Leonardo: Você não tira os olhos de mim... pensando na noite passada, talvez?

Isabella soltou um riso sarcástico.

Isabella: Deveria ter te dado um remédio para dormir também.

Leonardo sorriu levemente, mesmo ferido, percebendo que a conexão entre eles era mais forte do que ele gostaria de admitir.

Leonardo: Obrigado, Isa, você salvou a minha vida hoje.

Isabella: Talvez, era para eu ter deixado você morrer.

Leonardo: (rindo) Você não aguentaria viver sem mim!

Isabella: Acho que você está ficando louco. Enfim! cuida em descansar.

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