Os Piratas
Capítulo 20 - A Era dos Piratas
A noite caía lentamente sobre o oceano vasto enquanto o navio cortava as águas serenas. Félix, Astrid e Akira observavam as luzes de uma enorme ilha habitada surgindo no horizonte. Akira, do topo do mastro, avistou faróis poderosos que iluminavam o mar com clareza. As luzes dançavam sobre as ondas, convidando o grupo a descobrir o que aquela ilha misteriosa tinha a oferecer.
Ao se aproximarem do porto, o trio decidiu atracar e explorar os arredores. Félix foi o primeiro a saltar do navio, seguido de Astrid, que, empolgada com a música alegre que ecoava pela cidade, parecia ansiosa para se misturar aos moradores locais. Akira, porém, hesitava. Algo naquela ilha o incomodava, uma sensação de desconforto que se agarrava à sua mente.
✏️ Félix (olhando ao redor com um sorriso):
— Olha só, essa cidade parece um bom lugar pra relaxar. Vamos procurar um restaurante e descansar um pouco, a gente merece depois de tudo.
Akira assentiu, mas sua expressão permanecia distante, os olhos afiados captando cada detalhe à sua volta.
✏️ Akira (em voz baixa):
— Vocês vão indo. Acho que vou voltar pro navio... algo aqui não parece certo.
Félix e Astrid trocaram um olhar breve, mas sabiam que, quando Akira tinha esse tipo de pressentimento, era melhor confiar nele. Decidiram deixar o amigo retornar enquanto seguiam para um restaurante nas proximidades. A cidade, repleta de vida, era envolta por música, dança e o som de risadas ecoando pelas ruas. As construções rústicas e antigas adicionavam charme à ilha, como se aquele lugar estivesse congelado no tempo, mantendo suas tradições intactas.
Akira, já de volta ao navio, subiu até a proa, onde se deitou, olhando para o céu estrelado. Ele se concentrou, tentando sentir novamente as estranhas fagulhas que haviam arrepiado sua espinha desde que pisou naquela ilha. Algo definitivamente não estava certo, mas ele não conseguia definir exatamente o quê. A sensação, embora incômoda, era sutil o suficiente para mantê-lo em alerta.
O tempo passou lentamente. O céu começou a clarear, e o sol tingiu o horizonte com cores suaves, anunciando o amanhecer. Quando Akira se levantou, viu que Félix e Astrid haviam voltado para o navio durante a noite e estavam dormindo encostados nas paredes da proa. Ele sorriu de canto, aliviado ao vê-los seguros. A cidade, que à noite era vibrante e festiva, agora parecia completamente diferente sob a luz do dia. O ambiente, antes acolhedor, agora revelava uma estranha quietude.
Félix foi o primeiro a acordar, e ao perceber Akira atirando em alguns alvos improvisados flutuando na água, ele se levantou, se alongou e anunciou que iria explorar mais da cidade.
✏️ Félix (avisando enquanto saía do navio):
— Vou dar uma olhada nas lojas. Quem sabe encontro algo interessante.
Astrid, que afiava sua espada, acenou brevemente enquanto Akira continuava a praticar sua mira com a Kabutia. A cidade ainda estava acordando quando Félix encontrou uma loja de armas no meio de uma rua estreita e empolgante. Os olhos dele brilharam ao ver a variedade de lâminas, espadas e outros armamentos pendurados pelas paredes. Sem perder tempo, entrou e começou a examinar cada uma delas meticulosamente.
✏️ Félix (observando as espadas com fascínio):
— Impressionante... faz tempo que não vejo uma loja com tantas armas assim.
O vendedor, um homem de meia-idade com um sorriso amigável, notou a empolgação de Félix e tentou guiá-lo pelas armas mais caras, fazendo de tudo para agradar o possível comprador.
Enquanto isso, Akira, desconfiado de onde Félix estava, decidiu seguir até a loja. Ao chegar, viu Félix ainda indeciso entre as várias armas, examinando cada detalhe com um olhar analítico. O vendedor, por outro lado, tentava manter a paciência, sem esconder a expectativa de uma boa venda.
Akira deu uma rápida olhada nas espadas e, sem dizer muito, seus olhos pararam em uma katana pendurada no fundo da loja. Ao pegar a espada, uma estranha sensação tomou conta de seu corpo. Uma presença intimidadora e familiar emanava da lâmina. Um calafrio percorreu sua espinha, e ele instintivamente soltou a katana antes de cair no chão. O vendedor, assustado, tentou segurá-la, mas também sentiu a mesma coisa e largou a espada no mesmo instante.
✏️ Félix (pegando a katana no ar com um sorriso confiante):
— Uma espada poderosa, hein? É exatamente o que eu procurava.
Assim que Félix segurou a katana, um brilho alaranjado, quase avermelhado, envolveu a lâmina. Seus olhos brilharam com intensidade, e ele sabia que aquela espada tinha algo de especial. Ele não sentiu medo como Akira ou o vendedor, mas sim um vínculo imediato com a lâmina, como se ela o estivesse chamando.
✏️ Félix (com um olhar determinado):
— Eu vou ficar com essa.
O vendedor, ainda abalado pela experiência, rapidamente concluiu a venda, claramente aliviado de se livrar daquela espada. Félix pagou pela arma com um brilho de empolgação nos olhos, enquanto Akira, ainda intrigado, observava tudo.
✏️ Akira (ainda desconfiado, mas aceitando a escolha de Félix):
— Tem certeza de que isso é uma boa ideia? Algo nessa espada... não parece certo.
✏️ Félix (com um sorriso confiante):
— É exatamente isso que a torna especial, Akira. Uma espada poderosa tem sua própria presença, e eu sinto que essa é a minha.
Com a nova katana em mãos, Félix e Akira saíram da loja, prontos para o que viria a seguir. O brilho da espada ainda reverberava na mente de Félix, e uma sensação de poder crescente dominava seu corpo. Agora, com a katana ao seu lado, ele sabia que sua força daria um novo salto, e, com essa confiança renovada, o grupo estava prestes a embarcar em uma nova fase de suas aventuras.
---
Após adquirirem a poderosa katana, Félix e Akira retornaram ao navio, onde encontraram Astrid finalizando os ajustes em sua espada. Ao notar a nova arma de Félix, seus olhos brilharam de curiosidade.
✏️ Astrid (arqueando uma sobrancelha):
— De onde saiu isso? Não me diga que comprou uma relíquia amaldiçoada sem me chamar.
Félix sorriu, exibindo a katana com orgulho. O brilho alaranjado que ela emanava ainda pulsava com intensidade, como se a espada estivesse viva em suas mãos.
✏️ Félix (confiante):
— É mais do que uma relíquia. É poder puro. Assim que a vi, soube que essa espada estava me esperando.
Akira, no entanto, ainda parecia desconfortável com a situação. O pressentimento que sentira ao tocar a katana não saía de sua cabeça. Ele sabia que algo estava estranho desde que chegaram naquela ilha, e a sensação de que algo ruim se aproximava crescia a cada segundo.
Enquanto o grupo se reunia no convés do navio, discutindo seus próximos passos, Akira olhou ao redor da cidade mais uma vez, tentando entender o que o incomodava tanto naquele lugar. A diferença entre a cidade alegre e festiva da noite anterior e a quietude misteriosa durante o dia era gritante.
✏️ Akira (preocupado, olhando para os arredores):
— Não sei o que é, mas esse lugar... tem algo muito errado aqui. Alguma coisa não se encaixa. Senti isso desde que chegamos.
Félix e Astrid pararam por um momento, percebendo o tom sério na voz de Akira. Eles sabiam que, embora Akira fosse brincalhão e sarcástico na maior parte do tempo, quando ele ficava sério, era porque algo realmente estava acontecendo.
✏️ Félix (franzindo o cenho):
— O que você acha que pode ser? Já enfrentamos piratas, monstros e até o mar em si. Não acho que essa ilha seja um problema.
Akira cruzou os braços, claramente insatisfeito com a explicação.
✏️ Akira (irritado):
— Eu não estou falando de piratas ou monstros, Félix. Estou falando de algo... diferente. Você sentiu o que essa espada fez comigo, não sentiu? Isso não é normal.
Astrid, sempre pragmática, tentou trazer calma à conversa, mas ela também estava desconfiada. As noites na ilha eram festivas demais, como se tentassem esconder algo. Ela finalmente decidiu dar ouvidos ao que Akira estava dizendo.
✏️ Astrid (refletindo):
— Ele tem razão. As coisas parecem calmas demais agora, mas a atmosfera... É como se estivesse mascarando alguma coisa. Algo pode estar nos observando.
Nesse momento, o som distante de sinos começou a ecoar pela cidade. Um barulho lento, sombrio, quebrando o silêncio matinal. O grupo trocou olhares apreensivos.
✏️ Félix (franzindo o cenho):
— O que está acontecendo?
Sem esperar por uma resposta, Félix, Akira e Astrid correram para a beira do navio, olhando em direção à cidade. As ruas, antes tranquilas, agora estavam desertas, e uma neblina começou a surgir do mar, cobrindo a ilha aos poucos. O som dos sinos ficou mais alto e mais intenso, como se algo estivesse prestes a acontecer.
✏️ Akira (em um sussurro, com os olhos atentos):
— Sabia que tinha algo errado...
De repente, a neblina se dissipou levemente e revelou figuras sombrias caminhando pela cidade. Vestidos com trajes antigos, rostos cobertos por capuzes, eles marchavam em direção ao porto, movendo-se em sincronia.
Astrid franziu o cenho, puxando a espada de sua bainha, preparada para o que quer que fosse aparecer.
✏️ Astrid (com um olhar afiado):
— Seja lá o que for, eles estão vindo na nossa direção.
✏️ Félix (empunhando sua nova katana):
— Finalmente, alguma ação. Vamos ver o que essa espada pode fazer.
Os sinos cessaram abruptamente, e o silêncio que tomou conta da ilha foi ainda mais desconcertante. As figuras encapuzadas pararam a poucos metros do navio, formando uma fileira perfeitamente alinhada. Um deles deu um passo à frente, puxando o capuz e revelando um rosto severo e envelhecido.
✏️ Estranho (com uma voz rouca):
— Vocês ousam portar a Katana do Brilho Intenso... o que significa que não têm ideia do perigo que acabaram de trazer para este lugar.
Félix ergueu a espada, confuso mas determinado.
✏️ Félix (com um olhar desafiador):
— Eu não trouxe perigo algum. Quem são vocês? O que querem?
O homem sorriu de maneira perturbadora e ergueu as mãos, apontando para a katana de Félix.
✏️ Estranho (sombrio):
— Essa lâmina carrega a maldição do seu antigo mestre. E agora que está em suas mãos, o destino desta ilha está selado. Vocês estão presos aqui... até que o ciclo se complete.
Akira, que até agora observava tudo em silêncio, deu um passo à frente, cruzando os braços e encarando o homem.
✏️ Akira (impaciente):
— Escuta, velho, estamos de passagem. Ninguém aqui pediu por maldições ou ciclos. Então, que tal você nos deixar em paz antes que as coisas fiquem complicadas?
O homem ignorou o comentário de Akira e começou a murmurar palavras estranhas, como um cântico. A neblina ao redor do porto começou a se agitar, formando redemoinhos de energia mística.
Astrid, percebendo que as coisas estavam piorando, se preparou para o combate, assim como Félix, que sentia a katana vibrar em suas mãos, quase como se estivesse viva.
✏️ Astrid (em alerta):
— Parece que teremos uma luta em nossas mãos...
Sem mais avisos, a neblina se condensou, tomando forma e revelando várias criaturas sombrias, seres grotescos que emergiram do mar, cobertos por algas e escamas, com olhos brilhantes e bocas cheias de dentes afiados. Eles avançaram em direção ao grupo com uma velocidade aterrorizante.
✏️ Félix (empunhando a katana com determinação):
— Está na hora de testar essa espada!
Akira, ainda cético, sacou sua Kabutia, mirando nos monstros que se aproximavam.
✏️ Akira (com um sorriso):
— Parece que essa ilha é mais interessante do que eu pensei.
A batalha começou. Félix avançou com sua katana brilhante, desferindo golpes rápidos e precisos, enquanto Akira disparava com precisão sua arma lendária. Astrid se movia como uma sombra, cortando os inimigos com uma destreza impecável. Mas, conforme mais criaturas emergiam das águas e a neblina se tornava mais densa, o trio percebeu que essa luta estava longe de ser fácil.
O destino daquela ilha e o mistério da katana de Félix estavam apenas começando a se revelar.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 31
Comments