Capítulo 2

Os Piratas

A Era dos Piratas - Capítulo 2

14/04/1668

Depois de firmarem sua aliança, Félix e Akira começaram a planejar os primeiros passos. Eles sabiam que o mar aguardava, mas partir de imediato estava fora de questão. Félix precisava cuidar da mãe, e Akira… bem, Akira ainda não tinha decidido se preferia o mar ou a cama.

Nas semanas que se seguiram, Félix passava boa parte de seus dias ajudando a mãe e, nas horas livres, se encontrava com Akira para conversar sobre o futuro. Suas conversas eram recheadas de planos audaciosos e muita gozação, com Akira sempre questionando e duvidando dos “sonhos heroicos” de Félix.

Um dia, no porto:

Sentados em um canto do mercado de peixes, Félix estava empolgado, observando os navios no cais. Akira, ao seu lado, parecia mais interessado em tirar uma soneca, mas Félix insistia em mantê-lo acordado.

✏️ Félix (com os olhos fixos nos navios):

— Já imaginou, Akira? A gente com um desses barcos, navegando até o fim do mundo, encontrando tesouros, lutando contra monstros marinhos…

✏️ Akira (bocejando, sem conseguir esconder o sarcasmo):

— Nossa, que empolgação. Mas fala aí, com que dinheiro a gente vai comprar um desses?

✏️ Félix (sem desanimar):

— Não vamos comprar, vamos conquistar um! Eu sou bom com as mãos, posso aprender a consertar um navio velho. E você… bom, você pode fazer o que você sabe de melhor.

✏️ Akira (fingindo se ofender):

— O quê? Ficar sentado olhando o mar? Realmente, é algo que eu domino.

✏️ Félix (rindo):

— Não, preguiçoso. Quis dizer ser o cara bom de mira. Vamos precisar de alguém pra nos proteger.

✏️ Akira (com um leve sorriso):

— Hm, é… talvez isso eu consiga fazer. Mas, e aí? Vai ser só nós dois? Um pirata sem tripulação é só um cara maluco num barco.

✏️ Félix:

— Ainda não sei. Mas o tempo vai dizer. Enquanto isso, a gente treina, aprende o que puder por aqui. E quando estivermos prontos, aí sim, vamos fazer nosso nome.

 

Nos dias que seguiram, Félix começou a treinar o básico:

Com a ajuda de alguns marinheiros velhos, ele aprendeu noções de navegação e técnicas de sobrevivência no mar. Félix mostrava entusiasmo em tudo o que fazia, mesmo nos detalhes mais simples. Akira, por outro lado, observava de longe, só se mexendo para dar palpites ou soltar comentários engraçados.

✏️ Félix (exercitando o manuseio de cordas):

— Ei, Akira, você devia tentar isso. Nunca se sabe quando vamos precisar amarrar uma âncora.

✏️ Akira (coçando a cabeça e rindo):

— Ah, claro, porque o “Capitão” não vai saber amarrar uma âncora. Relaxa, Félix. Deixa isso pra quem gosta de suar.

Enquanto Félix se esforçava para absorver tudo, Akira se especializava em estratégias. Ele observava o funcionamento dos navios, os portos e até os pontos cegos das defesas marítimas. Era visível que, por mais preguiçoso que fosse, Akira tinha uma mente afiada e uma percepção excelente para entender o ambiente.

Uma noite, enquanto voltavam para casa:

Os dois caminhavam sob a luz da lua, quando Akira, num tom inesperadamente sério, quebrou o silêncio.

✏️ Akira:

— Félix, você sabe que essa vida de pirata não é só aventura e liberdade, certo? Tem muita gente disposta a matar por ouro… e você não parece ser do tipo que mata.

✏️ Félix (refletindo):

— Sei que não vai ser fácil. Mas eu quero algo mais do que essa vida aqui, Akira. Quero fazer algo grande. Algo de que eu possa me orgulhar… e talvez trazer algum orgulho pra minha mãe também.

✏️ Akira (com um sorriso debochado):

— Então, o “Capitão Sonhador” também quer ser herói? Interessante. Vou adorar ver isso de perto.

 

No dia seguinte:

Os dois começaram a juntar recursos e a procurar por oportunidades de melhorar o que tinham. Félix usou suas habilidades para construir armas simples e adaptar equipamentos, enquanto Akira conseguiu, por meios não muito ortodoxos, mapas velhos e informações sobre algumas ilhas.

A relação entre os dois se solidificava. Félix, com sua determinação incansável, e Akira, sempre com seu humor ácido, formavam uma dupla peculiar. Entre planos, discussões e desafios, eles tinham algo em comum: o desejo de liberdade e aventura. E, assim, ambos se preparavam para o dia em que partiriam, não apenas como garotos sonhadores, mas como verdadeiros piratas.

O futuro os aguardava, e apesar das incertezas, eles sabiam que, juntos, poderiam enfrentar o que viesse. Afinal, a Era dos Piratas estava apenas começando, e o nome deles logo ecoaria por esses mares.

 

Félix e Akira continuavam sua rotina. O jovem explorador seguia dividindo seu tempo entre o cuidado com a mãe e os treinos no porto, enquanto Akira, como de costume, acompanhava, mas sempre mantendo um ar de indiferença.

Eles começaram a se encontrar em um velho galpão abandonado perto do porto. Ali, Félix tinha arrumado alguns barris, cordas, e ferramentas improvisadas, tudo o que conseguia recolher para praticar e armazenar o que poderia ser útil na viagem.

Uma tarde no galpão, Akira observava enquanto Félix empilhava alguns barris de pólvora:

✏️ Akira (com uma expressão meio debochada):

— Você tem noção que, com essa quantidade de pólvora, a gente não ia durar nem cinco minutos no mar?

✏️ Félix (dando de ombros e sorrindo):

— Pode até ser, mas é o que temos agora. Tudo o que a gente conseguir vai ajudar. Quem sabe conseguimos algumas moedas pra comprar mais...

✏️ Akira (revirando os olhos):

— Certo, “Capitão”. E já pensou em como vai ser quando precisar, sei lá, de mantimentos? Ou vamos sobreviver com pólvora?

✏️ Félix (rindo):

— Mantimentos são com você, mestre estrategista. Eu cuido do equipamento, você cuida das ideias, lembra?

Akira soltou um leve sorriso. Apesar da preguiça, ele gostava da leveza de Félix, que não deixava se abalar pelas dificuldades. E, embora relutante em admitir, Akira começava a se apegar à ideia de explorar o mundo, mesmo que disfarçasse esse entusiasmo com sarcasmo.

Mais tarde, durante uma de suas caminhadas pelo porto:

Eles passaram por uma feira que vendia de tudo: redes de pesca, especiarias exóticas e até mapas de navegação antigos. Félix parou em uma das barracas e pegou um velho mapa desgastado, os olhos brilhando de entusiasmo.

✏️ Félix (segurando o mapa com cuidado):

— Olha só isso, Akira! Já pensou se a gente encontra uma ilha dessas? Um lugar cheio de tesouros, só esperando por nós...

✏️ Akira (com um sorriso irônico):

— Hum, sim. E então seremos atacados por uns dez piratas malucos atrás do mesmo tesouro. Eu sempre quis ter um encontro mortal como esse.

✏️ Félix (ignora o sarcasmo e coloca o mapa na sacola):

— Você reclama demais. Logo, vamos estar navegando por esses lugares, e então você vai ver. Aliás, já pensou em como será quando encontrarmos um navio?

✏️ Akira (com um ar de desafio):

— Se esse dia chegar, você pode apostar que eu estarei pronto para atirar no primeiro que tentar roubar o que é nosso.

 

Naquela mesma noite, de volta ao galpão:

Félix praticava nós com algumas cordas enquanto Akira observava, encostado em uma pilha de caixas, parecendo prestes a dormir.

✏️ Akira (bocejando):

— Félix, uma coisa é querer ser pirata. Outra é sobreviver como pirata. Tem muita gente por aí que mataria por metade do que temos… e, convenhamos, nosso “arsenal” não é nada impressionante.

✏️ Félix (concentrado nos nós):

— É por isso que estamos treinando. Além disso, estamos começando. Um dia, seremos temidos. As pessoas vão falar de nós como falam dos grandes piratas, como se fôssemos lendas.

✏️ Akira (sorrindo, divertido):

— Lendas, é? Mal posso esperar pra ver você tentando assustar alguém.

Na manhã seguinte, Félix sugeriu que os dois começassem a praticar habilidades mais específicas. Eles conseguiram improvisar uma área de treinamento no galpão, com alvos para Akira praticar sua mira e pesos que Félix usava para fortalecer os braços. Entre um treino e outro, os dois planejavam como poderiam conseguir mais provisões e até um pequeno barco.

Durante um dos treinos de mira, Akira acertava alvos a longa distância com extrema precisão:

✏️ Félix (impressionado):

— Você realmente é bom nisso, hein? Aposto que conseguiria acertar um alvo a centenas de metros de distância.

✏️ Akira (dando de ombros, indiferente):

— Ah, é só questão de prática… e de não se importar muito com o alvo.

O tempo passava, e Félix estava ansioso para começar. A cada dia, sentia-se mais preparado, e, embora Akira não demonstrasse a mesma empolgação, ele percebia que o amigo também estava começando a se entusiasmar com a aventura.

E assim, os dois continuavam sua jornada de preparação. Entre sorrisos, sarcasmos e muitos planos, estavam cada vez mais perto do sonho de navegar pelos mares. Félix e Akira formavam um bando estranho, mas a parceria deles se fortalecia. E no fundo, sabiam que, apesar das incertezas, estavam no caminho certo para se tornarem os maiores piratas que esses mares já tinham visto.

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