Os Piratas
Capítulo 9 - A Era dos Piratas
04/05/1668
No dia seguinte, enquanto a brisa marítima trazia o cheiro de sal e o som das ondas quebrando suavemente contra a costa, Félix se sentava perto da praia, voltado para os mapas e anotações que fizera na noite anterior. Ele tentava, com muita atenção, traçar as rotas possíveis e imaginar o caminho que poderia levá-los a alguma ilha rica em recursos ou tesouros. As histórias sobre as Grandes Rotas e os mares cheios de mistérios continuavam a girar em sua cabeça, criando sonhos de aventuras.
Astrid estava ao lado, entediada, afiando a adaga. Ela balançava o pé distraidamente, observando Félix como quem espera algo interessante acontecer. Akira, por outro lado, estava sentado sob a sombra de uma palmeira, aproveitando o tempo da maneira que sabia melhor: cochilando. Apesar disso, de tempos em tempos, ele abria um olho, atento a qualquer coisa que pudesse parecer importante.
✏️ Astrid (fazendo círculos na areia com o pé):
— E então, grande líder, quando é que vamos fazer algo realmente útil? Esses mapas são interessantes, mas só teoria. Não há nada como um pouco de prática... nem que seja dar uma surra em alguns marinheiros desavisados.
✏️ Félix (sorrindo, mas sem levantar o olhar dos mapas):
— Acha que não estou tão ansioso quanto você? Mas, se a gente for sair por aí sem nem saber o que estamos fazendo, podemos acabar com uma aventura curta demais. Haki, mapas, armas... tudo isso é essencial se não quisermos acabar como qualquer outro pirata amador.
✏️ Akira (bocejando, ainda encostado na árvore):
— Félix tem um ponto. Não que eu me importe em aprender mais algumas coisas, mas acho que tem um velho problema que você ainda não entendeu, Astrid... às vezes, dá um trabalho danado manter a cabeça grudada no pescoço.
✏️ Astrid (revirando os olhos):
— Ah, claro. Porque ser cauteloso te manteve bem... adormecido até agora, Akira.
Akira deu um leve sorriso, como se a provocação fosse um elogio, e se levantou, espreguiçando-se de forma preguiçosa.
✏️ Akira:
— Bom, vocês dois falam muito de treino e de tática. Que tal se colocarmos tudo isso à prova? Ou estão com medo de que a prática seja mais difícil do que o que estão imaginando?
✏️ Félix:
— O que tem em mente?
✏️ Akira:
— Escutei dizer que tem um grupo de caçadores de recompensas que chega de tempos em tempos aqui na vila. Eles fazem um alvoroço e, pelo que sei, carregam algumas armas boas e talvez até... informações sobre outros piratas.
✏️ Astrid:
— Caçadores de recompensa, é? Agora estamos falando! Que tal uma boa luta para abrir a manhã? Eles costumam aparecer no mercado perto do cais.
✏️ Félix (com um brilho nos olhos):
— Se formos cuidadosos, podemos aprender alguma coisa, e talvez até conseguir novas informações sobre o haki. Mas sem baixas, entenderam?
Os três se dirigiram até o mercado da vila, onde o burburinho era constante e os comerciantes locais gritavam para atrair atenção. Astrid ia na frente, abrindo caminho de forma decidida, enquanto Félix e Akira seguiam logo atrás, trocando olhares cautelosos. O local estava agitado, mas logo avistaram o grupo de caçadores. Eram quatro homens, armados até os dentes, observando o lugar com olhares predatórios.
✏️ Astrid (com um sorriso desafiador, sussurrando):
— Esses caras parecem durões, mas já enfrentei piores. E vocês?
✏️ Akira (se fazendo de desinteressado):
— Acordei hoje sem nenhum interesse em me machucar, mas... se alguém precisar de uma lição, por que não?
Félix observava a cena. Ele via que Akira estava jogando suas palavras de forma calculada e, ao mesmo tempo, os olhos de Astrid brilhavam com uma animação feroz. Percebeu que eles formavam uma dupla improvável, mas perfeitamente balanceada: Astrid com sua impetuosidade e Akira com sua preguiçosa prudência.
✏️ Félix (com firmeza):
— Certo. Vamos dividir. Eu e Akira vamos atrair a atenção dos dois maiores ali, e Astrid, você vai por trás, se precisar, nos cobre. Nada muito chamativo, combinado?
Eles assentiram e se dividiram. Félix e Akira se aproximaram dos caçadores de forma casual, fingindo observar as mercadorias. Os homens, imediatamente desconfiados, os observaram de cima a baixo.
✏️ Caçador 1 (com desdém):
— O que foi, moleques? Tão perdidos ou tão querendo arranjar problema?
✏️ Akira (fingindo indiferença):
— Problema? Não... só achei engraçado ver vocês aqui. Ouvi falar que estavam à caça de algum peixe grande, mas tudo o que vejo são alguns peixinhos dourados.
O homem se irritou e estendeu a mão para agarrar Akira pelo colarinho. Mas, num movimento rápido, Akira desviou, aproveitando para sacar a sua atiradeira e lançar uma pedra bem no olho do caçador. O homem recuou, surpreso e furioso, e imediatamente o grupo entrou em alerta.
Nesse instante, Astrid saltou de seu esconderijo e nocauteou um dos caçadores pelas costas, aproveitando o momento de distração. Félix, vendo a confusão aumentar, atacou o caçador restante, que parecia o mais forte, desviando dos golpes dele com uma agilidade surpreendente. Félix usava o que já havia treinado, focando no controle dos movimentos do próprio corpo para antecipar as investidas do inimigo.
Os caçadores se recuperaram e logo se viu uma verdadeira briga na vila. Akira, agora totalmente focado, lançava pedras com uma precisão letal, atingindo pontos estratégicos e atrapalhando os movimentos dos oponentes. Astrid, com sua adaga em punho, se movia como uma dançarina, ágil e determinada. Félix, por sua vez, sentia o peso da responsabilidade de liderar o grupo, enquanto tentava coordenar o ataque.
Após alguns minutos intensos, os caçadores se renderam, caindo no chão, derrotados e sem fôlego. O trio, ofegante mas vitorioso, ficou de pé, observando os homens no chão.
✏️ Félix (com um sorriso satisfeito):
— Vocês dois foram incríveis. Talvez possamos, quem sabe, sobreviver a essa vida de pirata.
✏️ Astrid (limpando a adaga com um sorriso desafiador):
— Eu já sabia disso. Mas sabe, Félix, você tem mais talento do que aparenta. E, Akira... bem, não esperava menos de você.
✏️ Akira (sorrindo de canto):
— Claro. Não é todo dia que salvamos o dia por aqui. Mas, falando sério... ainda falta muito para sermos realmente perigosos.
O trio, ainda sem fôlego, percebeu que aquela vitória era só o começo. Com novos aliados e uma sensação de pertencimento crescente, sabiam que o caminho à frente seria longo, mas estavam prontos para enfrentá-lo juntos. E, enquanto partiam, um último pensamento ecoava entre eles: com determinação e habilidade, talvez pudessem desafiar até o mais poderoso dos mares.
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Atualizado até capítulo 31
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