Os Piratas
Capítulo 13 - A Era Dos Piratas
A tempestade da noite anterior havia deixado o navio em condições lamentáveis. O convés ainda escorregadio e o mastro central com uma rachadura preocupante. No entanto, o sol brilhava forte sobre eles naquela manhã, como se o mar os presenteasse com um dia de calmaria depois do caos. Astrid estava na amurada, observando o horizonte com olhos atentos, enquanto Akira e Félix tentavam remendar as velas e reparar o que podiam. O mar estava tranquilo, mas a lembrança da noite passada pairava como uma sombra entre eles.
Akira, suando enquanto apertava os nós nas velas rasgadas, resmungou:
✏️ Akira:
— De todas as coisas que eu achei que faríamos, me arriscar a morrer afogado não estava na lista.
Astrid riu, secando o cabelo encharcado, o rosto com um sorriso desafiador.
✏️ Astrid:
— Não estava nos meus planos também, mas acho que foi um bom teste de resistência. Estamos vivos, afinal.
Félix olhava para o mar, e ainda sentia a adrenalina da tempestade correndo em suas veias. Ele sabia que o mar era traiçoeiro, mas experimentar aquela força devastadora de perto havia despertado algo em sua alma.
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Mais tarde, enquanto aproveitavam um almoço improvisado no convés, uma movimentação repentina nas águas os alertou. Pequenas ondulações começaram a crescer ao redor do navio, como se algo estivesse se aproximando por baixo.
✏️ Félix (olhando para o mar, com os olhos estreitados):
— Vocês viram isso?
Akira parou de comer, com a expressão cautelosa. Ele se levantou lentamente e caminhou até a beira do navio, observando o que parecia ser uma sombra enorme se movendo sob a água.
✏️ Akira:
— Ah, ótimo. Eu sabia que o mar tinha mais segredos do que gostaríamos.
✏️ Astrid (também observando):
— Será... será um dos Reis do Mar?
Félix engoliu em seco. Havia lido sobre esses monstros colossais nas histórias de marinheiros, mas nunca imaginou que veria um tão de perto. Eles eram raros, e cada um trazia consigo uma lenda de destruição e poder.
Subitamente, a água explodiu ao lado do navio, revelando a cabeça escamosa e monstruosa de um Rei do Mar. Suas mandíbulas, cheias de dentes afiados como facas, emergiram, e ele rugiu com um som profundo, que fez o navio inteiro estremecer. O vento da tempestade parecia nada comparado à fúria que aquele monstro emitia.
Félix correu para o leme, tentando guiar o navio para fora do alcance do monstro, mas o Rei do Mar os seguia, com olhos famintos e uma força que parecia puxar a água junto dele.
✏️ Félix (gritando):
— Segurem-se! Vamos sair daqui!
Akira, percebendo a gravidade da situação, correu até a popa, onde guardavam alguns dos canhões. Ele os apontou na direção da besta, lutando para manter a mira enquanto o navio balançava de um lado para o outro.
✏️ Akira:
— Se ele quer brigar, então vamos dar uma briga!
Com uma explosão, ele disparou o primeiro tiro. A bala atingiu o lado da cabeça do monstro, mas parecia um mero incômodo para a criatura, que rugiu ainda mais forte. Ela começou a golpear o casco com sua cauda gigantesca, jogando todos no convés de um lado para o outro.
Astrid, segurando-se firme nas cordas, olhou para Félix com uma expressão determinada.
✏️ Astrid:
— Precisamos de mais força. Esses tiros não são nada para ele. Akira, você consegue uma precisão maior?
✏️ Akira:
— Olha, eu consigo atirar, mas não é só pontaria. Precisamos de algo mais forte!
Os três começaram a se coordenar, com Akira focado nos tiros enquanto Astrid e Félix tentavam manter o navio em movimento, girando o leme e ajustando as velas. Era uma dança desesperada contra o tempo e o tamanho colossal da criatura, que, com cada golpe, destruía um pouco mais do casco.
Félix sentia o peso do desafio. Ali, diante de um inimigo tão vasto, a fraqueza de seus corpos e armas se tornava óbvia. Ele podia sentir que, mais do que qualquer habilidade que Trevor tivesse lhes ensinado, eles precisariam contar com o puro instinto de sobrevivência. Sentindo o desespero se transformar em uma vontade inquebrantável, ele olhou para o monstro, e algo começou a pulsar em suas veias — uma fagulha, um início de poder.
✏️ Félix (com uma determinação nova nos olhos):
— Escutem, não vamos recuar. Esse monstro não pode nos impedir. Vamos lutar até o fim.
Akira e Astrid trocaram um olhar e concordaram. Ambos sabiam que a situação era perigosa, mas também sabiam que, juntos, poderiam resistir.
Akira ajustou a mira, inspirando fundo, sentindo aquela energia novamente aumentando seus sentidos por um momento, e então sentido a presença ao seu redor, quase como se a intenção assassina da criatura estivesse na própria água. Focando, ele fechou os olhos por um breve segundo e atirou novamente, o disparo acertando a criatura no olho. O monstro soltou um rugido furioso, movendo-se de forma mais desordenada.
Astrid correu em direção a uma das armas que tinham preparado e, com uma precisão cuidadosa, acertou outro tiro no flanco do monstro. Aos poucos, a criatura começou a recuar, sua presença colossala mergulhando nas profundezas, enquanto o mar ao redor se acalmava.
O silêncio que seguiu foi ensurdecedor. Eles se entreolharam, ofegantes, ainda com a adrenalina correndo em suas veias.
✏️ Akira (rindo nervosamente):
— Bom, parece que conseguimos assustar a fera... ou talvez ela só tenha ficado com preguiça de continuar a briga.
✏️ Astrid (tentando recuperar o fôlego):
— Eu prefiro pensar que ela fugiu porque nós somos um time que ninguém pode vencer.
Félix, observando o mar que agora parecia novamente calmo, sabia que aquele era apenas o começo. A estrada à frente estava cheia de desafios, e eles mal haviam tocado a superfície do que o mundo poderia lhes oferecer. Mas, com Akira e Astrid ao seu lado, ele tinha certeza de que estavam prontos para enfrentar qualquer coisa.
Com o navio remendado e a vontade renovada, eles seguiram seu curso. A aventura continuava, e o mar lhes oferecia um universo de possibilidades e perigos.
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Atualizado até capítulo 31
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