Com o amanhecer, os raios de sol atravessavam as folhas da floresta densa, iluminando o caminho que Ayana e Kael precisavam seguir. O peso de suas responsabilidades os pressionava, mas o momento que compartilharam na noite anterior os havia fortalecido de maneira que palavras não podiam descrever. Agora, mais do que nunca, estavam determinados a recuperar o equilíbrio e derrotar o Vazio.
Depois de apagarem a fogueira e prepararem-se para a jornada, seguiram em direção ao próximo fragmento, cujo poder Ayana podia sentir à distância. Cada fragmento representava uma parte crucial da antiga força que eles haviam perdido, e recuperá-los significava restaurar sua verdadeira essência e poder.
Enquanto caminhavam, Kael, sempre vigilante, mantinha os olhos atentos à floresta. A tensão no ar era palpável. Eles sabiam que o caminho à frente não seria fácil. O Vazio, agora ciente de que estavam reunindo os fragmentos, faria de tudo para impedi-los.
— O próximo fragmento... — disse Ayana, sua voz baixa mas firme. — Está mais distante. E sinto uma presença sombria ao seu redor, algo diferente do que enfrentamos antes.
Kael assentiu, sua expressão séria. — Não importa o que esteja guardando esse fragmento, iremos enfrentá-lo. Estamos mais fortes agora.
A caminhada foi longa e árdua, com a floresta tornando-se cada vez mais escura e hostil. As árvores, antes vibrantes e cheias de vida, agora pareciam distorcidas, como se a própria natureza estivesse sendo corrompida pela presença do Vazio. Sussurros sinistros os cercavam, e sombras dançavam nas bordas de sua visão, mas nenhum perigo imediato surgia. Era como se algo os estivesse observando, aguardando o momento certo para atacar.
Finalmente, após horas de caminhada, chegaram ao que parecia ser o coração da floresta. Ali, no centro de uma clareira sombria, havia uma antiga estrutura em ruínas, coberta por vinhas e musgo. No centro, um pedestal brilhava fracamente, onde o terceiro fragmento repousava, flutuando levemente no ar.
— É ali — sussurrou Ayana, sentindo o chamado do fragmento em sua alma. Mas antes que pudessem dar o primeiro passo em direção a ele, uma onda de energia sombria varreu a clareira, fazendo com que ambos recuassem.
Das sombras ao redor da clareira, criaturas grotescas começaram a surgir. Bestas deformadas, com corpos cobertos de ossos e olhos vazios, emergiam das trevas, rosnando de maneira selvagem. Eram servos do Vazio, criaturas formadas a partir da própria essência da escuridão.
— Prepare-se! — gritou Kael, já assumindo sua forma de lobo, seu corpo pronto para o combate.
Ayana ergueu as mãos, canalizando seu poder. Ela sabia que o combate seria difícil, mas havia algo de familiar naquelas criaturas, algo que a fez hesitar por um breve instante. Seus olhos brilharam com o poder da luz e da escuridão, e então, com um movimento rápido, lançou uma onda de energia contra as bestas.
A batalha foi feroz. Kael lutava com força bruta, dilacerando as criaturas com suas garras e presas, enquanto Ayana usava sua magia para repelir os ataques sombrios. Cada criatura derrotada parecia ser substituída por outra, como se o Vazio tivesse um exército interminável à sua disposição.
No entanto, conforme lutavam, algo começou a se revelar. Cada vez que Ayana destruía uma das criaturas, sentia uma leve lembrança dentro de si, como se uma parte de sua antiga memória estivesse sendo restaurada. Fragmentos de seu passado surgiam em flashes rápidos — visões de batalhas antigas, de sacrifícios feitos para manter o equilíbrio, e de uma presença sombria, sempre à espreita.
Finalmente, depois de uma longa batalha, as últimas criaturas foram destruídas. A clareira estava silenciosa, exceto pelo som da respiração pesada de Ayana e Kael.
— Isso foi... intenso — disse Kael, voltando à sua forma humana, ainda ofegante.
Ayana, sem responder de imediato, caminhou até o pedestal. O terceiro fragmento brilhava intensamente agora, como se reconhecesse sua presença. Quando ela estendeu a mão e o tocou, uma onda de energia percorreu seu corpo, e outra parte de suas memórias foi restaurada.
Ela viu, em sua mente, o momento em que o Vazio começou a corromper o mundo que ela e Kael protegiam. O Vazio não era apenas uma força destrutiva; era uma entidade consciente, com um propósito claro — destruir tudo o que representava equilíbrio e ordem. E eles, como deuses da luz, da escuridão e do caos, haviam sido os únicos capazes de deter sua expansão. Mas algo havia dado errado, e a separação deles permitiu que o Vazio começasse a ganhar poder.
— Kael... — sussurrou Ayana, sua voz tremendo. — Estamos mais próximos de entender o que aconteceu. O Vazio... ele é mais do que apenas uma ameaça. Ele quer destruir tudo o que nós representamos. E se não o impedirmos...
Kael assentiu, aproximando-se dela. — Vamos impedi-lo, Ayana. Agora que temos mais uma parte do poder, estamos mais perto de restaurar o equilíbrio.
Com o terceiro fragmento em mãos, sabiam que o tempo estava se esgotando. O Vazio não ficaria parado enquanto eles recuperavam suas forças. Cada fragmento os aproximava de sua antiga glória, mas também trazia à tona a escuridão que precisavam enfrentar — tanto dentro quanto fora de si.
— O próximo fragmento... — murmurou Ayana, seus olhos se fixando no horizonte. — Está ainda mais distante. E o perigo será maior.
— Mas estamos juntos — disse Kael, segurando sua mão. — E isso é tudo o que importa.
Com suas memórias começando a se alinhar e o poder restaurado crescendo dentro deles, Ayana e Kael estavam prontos para continuar a jornada. O Vazio podia ser poderoso, mas o vínculo entre eles era inquebrável, e juntos, estavam determinados a vencer qualquer desafio que surgisse.
A busca pelos fragmentos continuava — e a batalha final contra o Vazio se aproximava.
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Atualizado até capítulo 29
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