Ayana seguiu pela floresta ao redor do castelo, sentindo a excitação de sua recém-conquistada liberdade. A cada passo, o mundo parecia maior e mais misterioso, como se a vastidão além das muralhas do castelo estivesse se revelando pela primeira vez. O canto dos grilos e o suave farfalhar das folhas criavam uma melodia que acalmava seu coração. Mas, subitamente, o silêncio tomou conta da noite.
O vento, que antes soprava suave, cessou completamente, como se a própria natureza estivesse prendendo a respiração. As árvores, até então imponentes e inofensivas, começaram a se inclinar levemente em sua direção, como se observassem seus movimentos. Ayana sentiu um calafrio percorrer sua espinha, mas manteve a cabeça erguida. Este era o momento pelo qual esperara, e nada a faria voltar atrás.
Porém, algo estava errado. A escuridão à sua frente tornava-se mais densa, quase palpável, como se um véu espesso tivesse caído sobre a floresta. Ayana estendeu a mão, e com um simples gesto, uma luz suave brilhou em sua palma, fruto de sua magia. No entanto, para sua surpresa, a luz não conseguiu penetrar a escuridão à sua frente.
"Que estranho..." ela sussurrou para si mesma, estreitando os olhos. Nunca sua magia falhara dessa maneira. Algo, ou alguém, estava alterando o equilíbrio natural daquele lugar.
De repente, um som baixo e profundo ecoou pela floresta. Era como um rugido distante, vindo de algum lugar nas profundezas. O coração de Ayana acelerou, mas ela respirou fundo, tentando manter a calma. Ela se lembrou de como, desde pequena, sempre enfrentara seus medos sozinha. Não era uma princesa comum e sabia disso.
"Eu não tenho nada a temer", murmurou, avançando na direção do som. A floresta parecia fechar-se ao seu redor, a escuridão quase viva, acompanhando seus passos. O rugido tornou-se mais alto, cada vez mais próximo, até que Ayana parou subitamente. Diante dela, uma figura colossal bloqueava o caminho, emergindo da sombra como um guardião temível.
A criatura era imponente, quase tão alta quanto as árvores ao seu redor. Seus olhos brilhavam como brasas na escuridão, fixando-se nela com uma intensidade quase sufocante. Sua respiração pesada e profunda preenchia o ar ao redor.
"Quem ousa entrar no meu domínio?" a voz da criatura ecoou, grave e ameaçadora, fazendo o chão vibrar sob os pés de Ayana.
Ela não recuou. Com o coração acelerado, ergueu a mão iluminada pela magia, que tremeluzia com o poder que ainda crescia dentro dela. "Eu sou Ayana, princesa deste reino. Estou em busca do meu próprio destino. Não temerei o que quer que você seja."
A figura avançou lentamente, suas feições ainda ocultas pela sombra densa. Cada passo era pesado, ressoando como trovões na terra. A tensão no ar era palpável, mas Ayana não demonstrou hesitação. Sabia que essa era sua primeira prova real, o primeiro obstáculo em sua jornada.
"Destinos não se encontram por acidente, jovem princesa," a voz profunda ecoou novamente, com um tom mais curioso do que antes. "Você desafia o desconhecido com uma confiança rara. No entanto, confiança não é suficiente para trilhar o caminho que escolheu."
Ayana estreitou os olhos. "O que quer que você seja, não me intimidará. Eu busco mais do que o que me foi destinado. E, se preciso for, enfrentarei qualquer desafio."
A criatura riu, um som baixo e gutural que ecoou pela floresta. "Muito bem, princesa. Vamos ver até onde sua coragem a levará. Mas lembre-se, nem toda luz é capaz de atravessar as sombras."
A cada palavra da criatura, Ayana sentia sua magia pulsar mais forte. A escuridão à sua frente parecia viva, movendo-se como um manto sombrio que a envolvia. Mas a princesa manteve-se firme, seus olhos fixos na imensa sombra à sua frente. O que quer que estivesse por vir, Ayana sabia que essa seria apenas a primeira de muitas provações.
E assim, a escuridão ao redor da princesa se fechou, enquanto o mundo a observava silenciosamente, aguardando os próximos movimentos.
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Atualizado até capítulo 29
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