Ao atravessarem o portal, Ayana e Kael se encontraram em um vasto vazio, onde as cores pareciam se distorcer e o tempo flutuava de forma inconstante. O espaço era ao mesmo tempo fascinante e desolador, um local onde as linhas entre passado, presente e futuro se confundiam.
Diante deles, o vazio começou a se formar em figuras e imagens — eram memórias distorcidas de suas vidas passadas, fragmentos de um tempo antigo e desconhecido. Cada imagem revelava partes de sua história esquecida, cada uma trazendo uma sensação de familiaridade e inquietação.
Antes que pudessem explorar mais, o espaço começou a se contorcer e distorcer, dando origem a uma nova ameaça: os Winters, espectros sombrios e etéreos que emergiam das sombras. Eles eram como nuvens de escuridão viva, suas formas indistintas mas ameaçadoras, com olhos brilhantes que refletiam um vazio abissal.
— Cuidado! — gritou Kael, seu instinto de proteção despertado. — Esses são os Winters, seres que alimentam-se da confusão e do medo.
Ayana ergueu suas mãos, preparando-se para usar sua magia, mas o poder parecia enfraquecer, como se a influência dos Winters estivesse afetando sua força. Os espectros se moviam como neblina, cercando-os e sussurrando palavras de desespero e dúvida em seus ouvidos.
— Lembrem-se do que somos — disse Kael, sua voz tentando cortar através dos sussurros. — Não deixem que eles os dominem.
Com um esforço monumental, Ayana começou a focar sua magia, invocando uma barreira de luz que empurrava os Winters para trás. Kael, em sua forma humana, usava suas habilidades de combate para cortar através da escuridão, tentando manter os espectros afastados.
Durante a batalha, memórias antigas começaram a surgir para ambos. Ayana viu visões de uma vida passada como a Deusa da Luz e da Escuridão, suas batalhas e suas vitórias, mas também suas derrotas e o peso da responsabilidade. Kael, por sua vez, viu-se como o Deus dos Lobos e do Caos, enfrentando a própria luta interna entre sua natureza selvagem e a necessidade de ordem.
À medida que a batalha avançava, as memórias se tornaram mais vívidas. Ayana lembrou-se de como havia perdido parte de seu poder e sua identidade ao longo do tempo, enquanto Kael revivia a dor de sua separação daquilo que amava e sua luta para manter sua humanidade.
— Lembre-se do que temos um pelo outro! — gritou Ayana, sua voz atravessando o caos. — Não deixe que esses espectros nos destruam!
Com um grito final de força e determinação, Ayana concentrou toda sua energia em uma explosão de luz purificadora. O brilho intenso varreu os Winters, dissipando-os com um grito de desespero. A luz de Ayana clareou o espaço, revelando uma paisagem que se transformava lentamente naquelas imagens de suas vidas passadas.
Ayana e Kael, agora exaustos, encontraram-se em um local mais calmo, as imagens distorcidas do passado começando a se dissolver. Eles estavam de volta ao portal, pronto para retornar ao Arauto do Destino.
Quando saíram do portal, a caverna estava novamente imersa na penumbra. O Arauto do Destino esperava-os, sua figura ainda imponente e envolta em uma aura misteriosa.
— Vocês enfrentaram os Winters — disse o Arauto, sua voz cheia de um respeito profundo. — Confrontaram suas próprias sombras e resgataram fragmentos de suas memórias passadas. O que viram e sentiram aqui é a chave para entender seu verdadeiro destino.
Ayana, ainda ofegante, olhou para o Arauto. — Enfrentamos nossos medos mais profundos e recuperamos memórias que haviam sido apagadas. O que precisamos fazer agora?
O Arauto olhou para ambos com uma expressão enigmática. — Vocês têm a força necessária para moldar seu destino. O caminho à frente está repleto de desafios, mas agora vocês possuem o conhecimento de quem realmente são. Use isso para enfrentar o que está por vir.
Com isso, o Arauto se afastou, sua figura desaparecendo na penumbra da caverna. Ayana e Kael, agora com uma nova compreensão de si mesmos e do seu propósito, sentiram a determinação renovada. Eles estavam prontos para continuar sua jornada, sabendo que o futuro ainda tinha muitos desafios, mas também muitas oportunidades para a redenção e a descoberta.
Enquanto saíam da caverna, o horizonte se desenhava diante deles, e, com um novo sentido de propósito e uma conexão mais profunda, estavam prontos para enfrentar o que quer que o destino lhes reservasse.
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Atualizado até capítulo 29
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