O Guardião das Sombras

Da escuridão profunda, emergiu a fera feroz: um lobo negro de proporções colossais, com olhos vermelhos como brasas ardentes, sua aura carregada de pura malícia. O rugido que soltou fez a floresta estremecer, capaz de paralisar qualquer ser que o ouvisse, mas Ayana, firme e resoluta, manteve-se de pé, sem desviar o olhar. A cada batida de seu coração, a magia dentro dela crescia, vibrando em resposta à sua coragem.

O lobo avançou, as garras cortando o ar em sua direção. Ayana, porém, reagiu rapidamente. Com um movimento ágil de suas mãos, uma barreira de luz surgiu diante dela, bloqueando o ataque da criatura. O lobo recuou com um rosnado frustrado e atacou novamente, mas a barreira permanecia intacta, brilhando mais forte a cada investida. O ar ao redor tremia com a tensão da batalha.

Ayana sentiu a energia pulsar mais intensamente em suas veias. Sabia que não poderia prolongar o confronto. Precisava encerrar aquilo. Reunindo toda a sua magia, invocou correntes de luz que irradiavam de suas mãos como serpentes brilhantes. As correntes envolveram o lobo negro, aprisionando-o no chão, suas garras afundando na terra enquanto tentava resistir.

— Como pode uma humana como você me derrotar? — rosnou a fera, ofegante, sua voz ecoando com incredulidade.

Ayana se aproximou, ainda controlando as correntes de luz. Seus olhos estavam serenos, sem traços de ódio. O lobo, lutando em vão, finalmente parou, desistindo de tentar se libertar.

— Pode me matar, se quiser — disse o lobo, sua voz rouca de cansaço. — Não sou mais uma ameaça para você.

Ayana, ainda mantendo as correntes, abaixou as mãos lentamente, mas não com desdém. Seus olhos se encontraram com os do lobo, que a observava com desconfiança.

— Matar você? — questionou ela, com uma calma impressionante. — Eu não quero te matar.

O lobo piscou, surpreso. Não entendia a compaixão daquela jovem que ele havia tentado destruir.

— Por que não? — perguntou a criatura, ainda sem acreditar.

Ayana deu um passo à frente e respondeu suavemente:

— Porque percebi que, apesar de sua ferocidade, você não queria realmente me matar. Se quisesse, teria me destruído de imediato. Sei que somos mais parecidos do que parece. Eu também estou lutando para ser livre e traçar meu próprio destino.

O lobo ficou em silêncio, absorvendo suas palavras. Algo naquelas palavras despertava uma antiga memória adormecida em Kael. Ele sentiu uma centelha dentro de si, como um eco distante de quem ele era antes de ser consumido pelas trevas.

— O que você fará agora? — perguntou o lobo, sua voz soando mais suave, quase curiosa.

Ayana sorriu gentilmente e desfez as correntes de luz.

— Vou continuar minha jornada — respondeu ela. — E você é livre para seguir seu caminho.

O lobo observou, ainda perplexo com a generosidade dela. Algo mudou dentro dele. Havia algo em Ayana que ele respeitava, algo além da magia. Ela tinha uma força de espírito que ele nunca havia visto em outro ser.

— Eu... posso acompanhar você? — perguntou o lobo, hesitante.

Ayana o olhou com surpresa. Por um momento, ela ponderou. O lobo, que antes era uma ameaça, agora parecia um aliado inesperado.

— Se quiser vir, saiba que esta jornada será perigosa. Mas se você está pronto para enfrentar o que vem adiante, pode me acompanhar.

O lobo ergueu-se com dignidade e falou, com um brilho de respeito nos olhos.

— Meu nome é Kael. E aceito o desafio.

E assim, Ayana e Kael, o lobo negro, seguiram juntos em direção ao desconhecido. À medida que avançavam pela floresta cada vez mais sombria, um vento gélido sussurrou ao redor deles, como se a própria escuridão estivesse alertando-os de que algo estava à espreita.

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