Num castelo distante, no coração de um reino alegre e vibrante, vivia uma linda princesa chamada Ayana. Desde pequena, Ayana era agraciada com tudo o que desejava. Bastava um pedido, e suas vontades eram prontamente atendidas. Seus dias eram repletos de festas, banquetes, e ensinamentos que moldava uma vida de perfeição e beleza, digna de uma princesa.
No entanto, apesar das maravilhas ao seu redor, Ayana não se sentia plena. Desde cedo, foi ensinada que o destino de uma princesa era claro e imutável: casar-se com um príncipe, cuidar da família, e manter a elegância diante dos nobres do reino. Seus deveres incluíam ser graciosa, dócil e submissa, um exemplo para as jovens damas do reino. E, caso alguma vez estivesse em perigo, deveria apenas esperar por seu príncipe, que viria para salvá-la, como nos contos que sempre ouvira na infância.
Mas Ayana era diferente. Enquanto as outras garotas sonhavam com seus príncipes encantados e festas no palácio, ela imaginava florestas desconhecidas, montanhas inexploradas, e batalhas contra forças que sequer compreendia. Ela ansiava por mais do que a segurança de sua torre dourada. Em seu íntimo, ela sabia que havia uma força dentro de si, uma chama que ardia e que não se apagaria tão facilmente.
Certa manhã, ao olhar pela janela do castelo, Ayana viu além das muralhas que a cercavam. O horizonte chamava seu nome, como se o vento sussurrasse promessas de liberdade. Ayana sabia que, para realizar seus sonhos, precisaria desafiar tudo o que lhe fora ensinado. Não seria uma princesa comum, e muito menos uma donzela à espera de resgate. Sabia, no fundo de sua alma, que tinha a força para trilhar seu próprio caminho.
Com a determinação crescendo em seu peito, Ayana decidiu que não viveria à sombra de um destino pré-determinado. Ela não esperaria por um príncipe para salvá-la, pois sabia que poderia salvar a si mesma. Naquela mesma noite, com as estrelas brilhando intensamente no céu, ela fez uma escolha: partiria em busca de sua própria aventura.
Sem dizer uma palavra a ninguém, Ayana arrumou suas coisas. Colocou uma capa sobre seus ombros, escondeu uma adaga no cinto e, com o coração batendo acelerado, caminhou pelo pátio silencioso, seus pés quase não faziam som sobre o chão de pedras antigas, desgastadas pelos anos de histórias e segredos que o castelo guardava.
O luar prateado iluminava suavemente o caminho à frente, enquanto sombras dançavam nas paredes de pedra ao seu redor. A cada passo que dava, seu coração acelerava ainda mais. O medo começava a rondar sua mente, mas a coragem que crescia em seu peito falava mais alto.
Ela passou pelas torres onde costumava brincar quando criança, lembrando-se de como, há tanto tempo, acreditava que o mundo além das muralhas era perigoso demais para ser explorado. Agora, aquele mesmo mundo a chamava, prometendo aventuras que ela nunca poderia ter entre aquelas paredes seguras. O que antes parecia um refúgio, agora era uma prisão dourada, um símbolo de um destino que ela não queria aceitar.
Ayana sabia que estava quebrando todas as regras. Seu pai, o rei, ficaria furioso ao descobrir sua fuga. A corte inteira ficaria em alvoroço, e seus tutores diriam que ela estava cometendo uma loucura. Mas ela não podia mais ignorar a chama dentro de si. Não queria ser lembrada como uma princesa que apenas seguiu o caminho traçado por outros. Ela queria criar seu próprio legado, mesmo que isso significasse abandonar tudo o que conhecia.
Ao se aproximar dos portões principais, Ayana olhou mais uma vez para o castelo. Sentiu uma pontada de tristeza ao pensar em sua família, mas sabia que essa era a única maneira de ser verdadeira consigo mesma. As correntes invisíveis que a prendiam não poderiam ser quebradas se ela permanecesse ali.
Ela respirou fundo, sentindo o ar fresco da noite encher seus pulmões. A liberdade estava tão próxima, e o desejo de explorar o mundo além das muralhas era mais forte do que qualquer medo que pudesse ter. A adaga em seu cinto lhe dava uma sensação de segurança, e a capa sobre seus ombros, balançando levemente com o vento, parecia ser o manto de uma nova vida que estava prestes a começar.
Quando os portões se abriram com um rangido baixo, Ayana deu seu primeiro passo para fora, finalmente livre. A estrada diante dela era longa e cheia de incertezas, mas, pela primeira vez, ela estava no controle de sua própria história. O vento que soprava em seu rosto parecia sussurrar encorajamentos, e as estrelas no céu pareciam brilhar mais intensamente, como se estivessem celebrando sua decisão.
Com o castelo ficando cada vez mais distante, Ayana olhou para o horizonte. A jornada seria árdua, mas a princesa que sonhava com liberdade agora era uma guerreira pronta para enfrentar o desconhecido. Cada passo que dava era uma declaração de que o seu destino seria forjado por suas próprias mãos. E, com o coração cheio de esperança, ela seguiu em frente, rumo ao mundo que sempre soube que era seu por direito.
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Atualizado até capítulo 29
Comments
Patrine Fernandes de Jesus
obrigada por ler /Smile/
2024-09-19
2
douwataxx
❤️👍💯 Ótimo trabalho, autor(a)! ❤️👍💯
2024-09-19
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