O vento uivava ao redor do farol enquanto Henry se aproximava da última porta do corredor subterrâneo. Cada passo ecoava nas paredes de pedra, ressoando como um aviso sombrio. O cheiro de maresia se misturava com algo mais denso, mais antigo, que Henry não conseguia identificar. Seus sentidos estavam à flor da pele, e suas mãos trêmulas seguravam a chave que havia encontrado na sala anterior, um objeto que agora parecia carregar um peso imenso de mistério e medo.
Com um estalo seco, a fechadura cedeu, e a porta rangeu ao se abrir, revelando uma câmara vasta e fria. A iluminação era fraca, proveniente de uma lâmpada antiga pendurada no teto, sua luz tremeluzente lançando sombras dançantes nas paredes de pedra. Henry hesitou por um momento antes de entrar, a ansiedade se acumulando em seu peito. O chão era de pedra lisa, e o centro da sala abrigava um enorme poço circular, coberto por uma camada de poeira e teias de aranha.
Ele se aproximou cautelosamente do poço, espiando o abismo abaixo, mas a escuridão era profunda demais para permitir que visse o fundo. A sensação de estar sendo observado era intensa, e o vento parecia carregar sussurros indistintos que se entrelaçavam com o som das ondas batendo nas rochas fora do farol. Henry sentiu um calafrio percorrer sua espinha, e a inquietação começou a dominar seus pensamentos.
De repente, um sussurro cortou o silêncio, vindo de dentro do poço: “Não deveria estar aqui.” Henry se virou bruscamente, seu coração disparado, tentando localizar a fonte da voz. A escuridão parecia engolir todos os detalhes, e a voz parecia reverberar nas paredes da câmara, uma presença invisível e ameaçadora. Ele deu um passo atrás, tentando afastar o terror que começava a dominá-lo, mas os olhos não conseguiam se desviar do poço.
Olhou novamente para o abismo, e dessa vez, a escuridão lá dentro parecia se mover, como se estivesse viva. Uma força desconhecida parecia puxá-lo para baixo, como se o poço quisesse devorar tudo ao seu redor. Henry tentou recuar, mas seus pés pareciam grudados no chão frio e úmido. A pressão invisível aumentava, como se a própria sala estivesse viva, tentando sugá-lo para dentro daquele abismo interminável.
As paredes pareciam pulsar com uma energia sinistra, e o vento uivava mais forte, como gritos de algo preso há muito tempo. Henry lutava para manter a compostura, mas o farol parecia ter vontade própria, uma presença que se manifestava de maneira cada vez mais agressiva. Com cada segundo que passava, a sensação de estar sendo observado aumentava. Henry sentia que havia algo mais ali, algo que o observava das profundezas daquele abismo, e estava à espera do momento certo para se revelar.
Ele tentou concentrar-se, mas o ambiente ao seu redor parecia se distorcer, como se o tempo e o espaço estivessem se curvando. A câmara parecia se fechar, e a sensação de claustrofobia se intensificava. Henry sabia que estava mais perto do que nunca de descobrir o verdadeiro terror escondido naquele farol, e o peso de sua decisão se fazia sentir a cada instante. A expectativa de algo terrível prestes a acontecer fazia seu coração bater descontroladamente, e ele se perguntava se conseguiria escapar do pesadelo que se desenrolava diante de seus olhos.
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Atualizado até capítulo 29
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