Naquela noite, Henry mal conseguiu dormir. As palavras do Sr. Thompson ecoavam em sua mente como uma tempestade. "Portas que deveriam permanecer fechadas." Que segredos tão terríveis estariam escondidos no farol? Cada vez que fechava os olhos, ele via a escuridão do porão, sentia a presença invisível ao seu redor e ouvia o som de passos arrastados se aproximando. O medo e a curiosidade se misturavam em sua mente, criando um nó difícil de desatar.
No dia seguinte, Henry decidiu que não podia ignorar o chamado do farol. As chaves em sua posse pareciam sussurrar, implorando para serem usadas. Ele sabia que voltar àquele lugar seria perigoso, mas algo dentro dele o empurrava para frente. Com as chaves firmemente guardadas no bolso, ele se preparou mentalmente para o que estava por vir. Não importava o que estivesse escondido no farol, ele enfrentaria.
A caminhada até o farol parecia mais longa desta vez. O caminho estava envolto em uma neblina densa, e o vento assobiava de maneira estranha. O ambiente ao redor parecia estar vivo, observando-o com olhos invisíveis. Quando finalmente chegou ao farol, Henry parou diante da estrutura imponente e respirou fundo. A porta principal ainda estava aberta, como se esperasse por ele. Com uma determinação renovada, ele entrou novamente no farol.
Dessa vez, Henry não hesitou. Ele desceu as escadas do porão rapidamente, ignorando o terror que sentia crescer dentro de si. O porão estava tão escuro quanto antes, mas ele não estava mais despreparado. Com as chaves em mãos, ele se aproximou de uma porta de metal antiga, que ficava ao fundo da sala onde encontrara o baú. A porta parecia ter sido selada há muitos anos, mas agora ela estava ali, esperando para ser aberta.
Henry escolheu uma das chaves, guiado por um instinto inexplicável. Quando a chave entrou na fechadura, um estalo suave reverberou pelo ambiente. A porta rangeu lentamente ao ser aberta, revelando um corredor estreito e úmido. O cheiro de podridão era forte, e o ar estava pesado, quase sufocante. Henry hesitou por um momento, mas a curiosidade o empurrou para frente.
O corredor parecia se estender para sempre, envolto em escuridão. As paredes estavam cobertas de símbolos estranhos, como se alguém ou algo tivesse gravado mensagens que não pertenciam a este mundo. Henry se aproximou de uma dessas inscrições, sentindo um calafrio percorrer sua espinha ao tocá-la. Um som distante de passos ecoou pelo corredor, e ele se virou rapidamente, mas não havia ninguém ali. Pelo menos, não à vista.
Quanto mais ele avançava, mais a sensação de estar sendo seguido crescia. O corredor parecia girar ao redor dele, como se estivesse preso em um ciclo de sombras e medo. De repente, Henry avistou outra porta no fim do corredor. Esta era ainda mais antiga, e algo nela parecia pulsar com uma energia sinistra. Ele sabia que abrir aquela porta significaria cruzar um ponto sem retorno, mas não conseguia parar. Com as mãos trêmulas, ele usou outra chave para destrancar a porta.
Quando a porta se abriu, uma luz fraca escapou de dentro, e Henry soube que havia chegado ao coração do mistério. O que quer que estivesse por trás daquela porta, era o que o farol havia escondido por tanto tempo. Ele respirou fundo, entrou e a porta se fechou sozinha atrás dele.
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Atualizado até capítulo 29
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