Ecos do Passado

Henry mal conseguia conter o pavor enquanto se afastava do farol, mas algo o obrigava a olhar para trás. Ao longe, a silhueta imponente do farol parecia diferente agora, como se estivesse viva, observando cada movimento dele. Ele sabia que o que havia encontrado no porão não era o fim — era apenas o começo de algo muito mais sombrio. Mas o que exatamente? O papel amassado com a palavra "Começou" queimava em seu bolso, e as chaves antigas pareciam pesar muito mais do que deveriam.

De volta à cidade, Henry foi direto para casa, mas a sensação de estar sendo seguido não o abandonava. As ruas vazias e mal iluminadas de sua pequena cidade se tornaram um labirinto de sombras e ecos. Cada passo ressoava como se alguém ou algo estivesse logo atrás dele. Sua mente começou a pregar peças — ou será que não? Sentia um olhar invisível o observando das esquinas, dos becos escuros. Quando finalmente fechou a porta atrás de si, uma sensação de alívio momentâneo tomou conta. Ele estava em segurança... ou pelo menos pensava estar.

Henry espalhou o conteúdo do baú sobre a mesa da cozinha, examinando as chaves antigas e o misterioso papel. A palavra "Começou" parecia pulsar na escuridão, carregada de um significado desconhecido e aterrorizante. O que exatamente havia começado? E quem deixou aquela mensagem? Ele não sabia, mas sentia uma conexão crescente entre o farol, as chaves e o que quer que estivesse oculto naquele lugar há tanto tempo. Ele precisava de respostas, e havia uma pessoa que poderia ajudá-lo.

No dia seguinte, Henry decidiu procurar o Sr. Thompson, o bibliotecário. Algo no comportamento do velho homem no dia anterior havia chamado sua atenção. Ele parecia saber mais sobre o farol do que estava disposto a admitir. Ao chegar à biblioteca, Henry notou que o lugar estava ainda mais silencioso do que o habitual. O Sr. Thompson, com seus óculos embaçados e uma expressão de preocupação, estava sentado atrás do balcão, lendo um livro antigo e desgastado.

— Eu sei que o senhor conhece mais sobre o farol do que me contou — disse Henry, sem rodeios. — Encontrei essas chaves e este bilhete. O que está acontecendo?

O Sr. Thompson levantou os olhos lentamente, seu rosto pálido. Ele olhou para as chaves na mão de Henry e, por um instante, o ar ficou pesado, como se uma sombra invisível tivesse caído sobre os dois.

— Há coisas que é melhor não despertar, rapaz — disse o bibliotecário em um sussurro quase inaudível. — Essas chaves… elas pertencem a portas que deveriam permanecer fechadas. O farol... ele guarda segredos que ninguém deve mexer. Segredos que não são deste mundo.

Henry ficou imóvel, sua respiração presa. As palavras do Sr. Thompson soavam como uma advertência sombria, mas ao mesmo tempo despertavam uma curiosidade quase incontrolável. Se o que ele estava dizendo era verdade, Henry precisava descobrir o que essas portas escondiam.

— E se já estiver tudo começando? — Henry retrucou, mostrando o bilhete. — O que acontece agora?

O bibliotecário olhou para o bilhete e, sem dizer uma palavra, fechou o livro à sua frente. Seu silêncio dizia mais do que qualquer resposta verbal poderia. Ele sabia. Ele sabia o que viria a seguir, e isso o aterrorizava. O farol, as chaves, o porão... tudo estava conectado a algo antigo, algo perigoso, algo que agora estava despertando.

Henry saiu da biblioteca com um novo propósito, mas o medo estava mais forte do que nunca. Ele sabia que teria que voltar ao farol, abrir as portas escondidas e enfrentar o que estivesse esperando do outro lado. O terror ainda estava por vir, e a escuridão que envolvia o mistério parecia estar se aproximando cada vez mais. O que quer que estivesse por trás das portas, não estava apenas esperando – estava vindo.

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