Na manhã seguinte, o sol penetrava suavemente pelas cortinas do quarto de Lucca e Anna, criando um contraste com o ambiente de escuridão que sempre parecia rodeá-los. Anna acordou primeiro, aninhada no peito de Lucca, sentindo a segurança que ele trazia apenas por estar ali. Por um breve momento, ela esqueceu o perigo que os cercava.
Lucca despertou pouco depois, sentindo o movimento de Anna ao seu lado. "Bom dia," ele murmurou, ainda com os olhos semicerrados. Sua voz era grave e rouca de sono, mas havia um tom de serenidade que raramente usava.
"Bom dia," Anna respondeu, sorrindo levemente enquanto se apoiava no braço para vê-lo melhor. "Você dormiu bem?"
"Com você ao meu lado, sempre," ele disse, esticando o braço para acariciar o rosto dela. "E você? Como está?"
Anna o observou por um momento antes de responder. "Estou bem, eu acho. Ainda me acostumando com tudo isso."
"Com o quê exatamente?" Ele perguntou, curioso, inclinando-se um pouco mais para ela.
"Com a ideia de que minha vida nunca mais será a mesma," ela confessou, sua voz suave, mas cheia de significado. "Eu vim de um mundo tão simples, Lucca. Trabalhar, voltar para casa, repetir no dia seguinte. Agora estou envolvida em uma vida cheia de riscos, incertezas, e... de você."
Ele franziu levemente a testa, sentindo a preocupação nas palavras dela. "Sei que pedi muito de você ao te colocar nesse mundo. Não foi justo, Anna. Mas eu te prometo que vou fazer o possível para te manter segura. Sempre."
Anna sorriu, embora seus olhos demonstrassem uma leve preocupação. "Eu confio em você. Mas... Eu também preciso aprender a lidar com isso. Não posso simplesmente esperar que tudo se resolva enquanto fico de fora."
Lucca segurou o rosto dela com ambas as mãos, forçando-a a olhá-lo diretamente nos olhos verdes intensos. "Anna, eu entendo sua vontade de ajudar, mas você já está fazendo muito apenas por estar ao meu lado. Sua presença me dá força. Não preciso que você se coloque em risco."
"Mas eu já estou nesse risco, Lucca. Não posso simplesmente ignorar o que está acontecendo. Quero ser forte por você, não apenas um peso que você precisa carregar," Anna respondeu, com uma determinação suave em sua voz.
Ele suspirou, sabendo que ela estava certa, mas seu instinto protetor falava mais alto. "Eu não quero te ver ferida, nunca. Se algo acontecer com você, não sei o que faria."
Anna sorriu suavemente, tocando a mão de Lucca que ainda descansava em seu rosto. "Nada vai acontecer comigo, porque nós vamos enfrentar isso juntos. Não estou sozinha, e você também não está."
Antes que Lucca pudesse responder, uma batida leve soou à porta. "Chefe, posso entrar?" A voz de Enzo soou do outro lado.
Lucca se sentou na cama, com um suspiro. "Entre, Enzo."
Enzo abriu a porta lentamente, mantendo um respeito discreto pela intimidade do momento. "Bom dia, chefe. Anna." Ele deu um aceno respeitoso para ela, antes de voltar sua atenção para Lucca. "Temos novidades."
Lucca se levantou da cama, já sentindo o peso de suas responsabilidades recaírem sobre ele novamente. "O que é?"
"Salvatore," Enzo começou, o rosto carregado de seriedade. "Nossos informantes disseram que ele está mais ativo do que esperávamos. Parece que ele está se reorganizando mais rápido do que pensávamos."
Anna, que estava ouvindo atentamente, sentiu um frio na espinha ao ouvir o nome de Salvatore. A ameaça que ele representava parecia nunca desaparecer.
Lucca franziu a testa, claramente insatisfeito com a notícia. "Ele não perde tempo, não é?"
"Não mesmo," respondeu Enzo. "E ele está tentando fazer novas alianças para se fortalecer. Precisamos agir antes que ele se torne um problema maior."
Anna observava os dois homens discutindo, sentindo o peso da situação. Ela sabia que Salvatore não desistiria facilmente, e isso a deixava preocupada. Mas ela também sabia que Lucca faria o que fosse necessário para proteger todos eles.
"Temos um plano?" Lucca perguntou, voltando seu olhar atento para Enzo.
"Estamos monitorando seus movimentos. Sabemos que ele tem um encontro marcado com uma facção de fora da cidade amanhã à noite. Se conseguirmos interceptá-los, podemos cortar esse apoio antes que ele tenha chance de se fortalecer."
Lucca assentiu lentamente. "Certo. Vamos agir. Quero todos prontos para amanhã. Nada pode dar errado."
Anna se remexeu na cama, chamando a atenção de Lucca. "Eu quero ir com você."
Lucca a olhou, surpreso. "Anna, isso é perigoso. Eu não posso te levar para uma situação assim."
"Eu sei que é perigoso, Lucca," ela respondeu, sua voz firme. "Mas eu quero estar ao seu lado. Não quero passar outra noite em casa, esperando, me preocupando. Eu preciso sentir que estou fazendo algo, mesmo que seja só te apoiar de perto."
Enzo olhou para Lucca, claramente incerto sobre a ideia, mas não disse nada. A decisão era de seu chefe.
Lucca suspirou, passando a mão pelos cabelos negros. "Anna... isso não é brincadeira. Se algo der errado..."
Ela o interrompeu, seu tom suave, mas determinado. "Eu confio em você, Lucca. E você precisa confiar em mim também. Deixe-me ir com você."
Por um longo momento, Lucca ficou em silêncio, estudando o rosto dela, buscando qualquer sinal de hesitação. Mas Anna estava firme. Ele sabia que não poderia protegê-la de tudo, e que, no fundo, ela estava certa. Era melhor tê-la perto, onde ele pudesse garantir sua segurança.
Finalmente, ele assentiu, relutante. "Tudo bem. Mas você fica ao meu lado o tempo todo. Não quero que você se envolva em nada arriscado."
Anna sorriu suavemente, aliviada com a decisão dele. "Eu prometo."
Enzo, ainda observando a interação entre os dois, deu um leve sorriso. "Parece que temos mais uma aliada. Vou avisar os outros para se prepararem."
"Faça isso," disse Lucca, voltando seu olhar para Anna, que agora parecia mais determinada do que nunca.
Com Enzo saindo do quarto, a tensão no ar começou a dissipar. Lucca, ainda preocupado, puxou Anna para perto mais uma vez. "Você me deixa louco, sabia?"
Ela riu suavemente, aninhando-se nos braços dele. "Eu sei. Mas prometo que estarei segura."
"Eu vou garantir isso," ele murmurou, beijando o topo da cabeça dela. "Sempre."
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Atualizado até capítulo 50
Comments
Karina Olivo
Essa Ana vai dar é problema pra ele, nunca se envolveu em situações assim e acha que vai ajudar? ela vai é atrapalhar claramente
2024-10-14
1
Adilson Pereira
shooow
2024-10-05
1
Marilena Yuriko Nishiyama
Anna é teimosa,mas ela deveria pelo menos treinar,aprender a se defender e a usar armas,mas.....
2024-09-23
2