O Plano em Ação

Anna e Sofia ficaram em silêncio depois da partida de Lucca, mas seus corações estavam longe de tranquilos. A escuridão da noite começou a envolver a mansão, trazendo consigo uma sensação palpável de perigo. As duas mulheres se sentaram na sala de estar, mas o som de cada movimento lá fora as fazia estremecer.

Anna tentava distrair-se, mas sua mente estava constantemente em Lucca. Ela não conseguia evitar o medo crescente que algo terrível pudesse acontecer com ele. Finalmente, não aguentando mais o silêncio opressor, ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro.

"Sofia," disse ela, tentando encontrar alguma paz em suas palavras. "Você acha que ele vai conseguir? Que ele vai voltar?"

Sofia olhou para ela com olhos suaves, mas cheios de preocupação. "Lucca é o homem mais forte que eu conheço. Se alguém pode derrotar Salvatore, é ele. Mas... eu também estou com medo, Anna."

Anna parou e olhou para Sofia, surpresa por sua confissão. Até agora, Sofia tinha sido um pilar de força, sempre segura, sempre confiante. "Você está com medo? Mas você sempre parece tão... inabalável."

Sofia sorriu tristemente. "Por fora, talvez. Mas por dentro... Lucca é tudo o que me resta da nossa família. Se algo acontecer com ele..." Ela deixou a frase morrer no ar, incapaz de continuar.

Anna sentiu um nó na garganta. Ela sabia que Sofia e Lucca eram próximos, mas só agora percebia o quanto a irmã dele dependia dessa ligação. Sem pensar, Anna se aproximou e pegou as mãos de Sofia, segurando-as firmemente. "Ele vai voltar, Sofia. Precisamos acreditar nisso."

Sofia olhou nos olhos de Anna, e pela primeira vez, ela viu uma faísca de esperança brilhar ali. "Você tem razão, Anna. Ele vai voltar. E vamos estar aqui, esperando por ele."

As duas mulheres permaneceram assim por um momento, tirando forças uma da outra. Mas logo, o som de passos se aproximando pela porta da frente interrompeu o silêncio. Ambas se viraram, seus corações disparados. A porta se abriu lentamente, e um dos capangas de Lucca entrou.

"Senhorita Sofia, Senhorita Anna," disse ele, a voz grave. "Recebemos notícias."

Sofia se levantou rapidamente, mas a ansiedade em seu rosto era clara. "O que aconteceu? Onde está Lucca?"

O capanga hesitou por um momento, como se estivesse escolhendo as palavras. "Senhor Moretti iniciou o ataque contra Salvatore, mas... houve complicações."

Anna sentiu o estômago afundar. "Complicações? O que você quer dizer?"

"O grupo de Salvatore estava mais preparado do que esperávamos," explicou ele. "Houve uma luta intensa, e... perdemos contato com Lucca por um tempo. Mas ele está vivo, isso nós sabemos."

Sofia sentiu as pernas fraquejarem e precisou apoiar-se na mesa próxima. "Ele está vivo... mas onde ele está agora?"

"Estamos tentando localizá-lo," respondeu o capanga, claramente desconfortável com a situação. "Mas ainda não sabemos o paradeiro exato. No entanto, ele deixou instruções claras para que vocês duas permaneçam aqui, em segurança. Ele vai fazer o possível para retornar o mais rápido possível."

Anna ficou em silêncio por um momento, tentando absorver as informações. A ideia de que Lucca estava em perigo fazia seu coração doer, mas ela sabia que precisava ser forte. "O que mais ele disse? Ele deu algum sinal de que está ferido?"

"Não há indicações de que ele esteja gravemente ferido, Senhorita Anna," disse o capanga, tentando acalmá-la. "Mas as coisas estão muito tensas. Ele está fazendo o melhor para manter o controle da situação."

Sofia respirou fundo, tentando recuperar sua compostura. "Obrigada por nos manter informadas. Por favor, nos avise assim que souberem de algo."

O capanga assentiu e saiu da sala, deixando as duas mulheres novamente sozinhas. O silêncio que seguiu foi denso e carregado de incerteza.

Anna voltou a sentar-se, os pensamentos girando em sua cabeça. Ela olhou para Sofia, que parecia ter recuperado parte de sua força. "Sofia, eu... não sei o que fazer. A espera está me matando."

Sofia assentiu, compreendendo perfeitamente o sentimento. "Eu também me sinto assim, Anna. Mas a única coisa que podemos fazer agora é esperar e confiar em Lucca. Ele vai voltar para nós."

Anna sentiu as lágrimas se formarem nos olhos, mas as conteve. "E se ele não voltar? E se...?"

Sofia interrompeu, a voz firme. "Não podemos pensar assim. Precisamos acreditar que ele vai conseguir. Lucca é um lutador, e ele não vai nos deixar."

Anna assentiu, tentando encontrar forças nas palavras de Sofia. Mas, mesmo assim, a preocupação em seu coração só parecia crescer. Ela sabia que a luta ainda estava longe de terminar, e a incerteza sobre o que viria a seguir era quase insuportável.

A madrugada avançou, e o silêncio na mansão tornou-se ainda mais profundo. Anna não conseguia dormir, seus pensamentos voltando constantemente para Lucca. Ela sabia que ele estava lutando, mas a distância e o desconhecimento a deixavam à beira do desespero.

Finalmente, perto do amanhecer, um som na porta da frente quebrou o silêncio opressor. Anna e Sofia, que estavam na sala, trocaram um olhar antes de correrem para ver quem era.

A porta se abriu, revelando um Lucca cansado, com a roupa suja e um corte no rosto, mas vivo. Anna quase caiu de alívio ao vê-lo, e sem pensar, correu para ele.

"Lucca!" ela exclamou, os olhos marejados. "Você está bem!"

Ele a envolveu em um abraço firme, seus braços fortes transmitindo uma sensação de segurança que Anna tanto ansiava. "Estou aqui, Anna. Estou bem."

Sofia se aproximou rapidamente, a preocupação ainda evidente em seu rosto. "Lucca, o que aconteceu?"

Ele a soltou e virou-se para a irmã, acariciando o rosto dela de forma reconfortante. "Foi uma luta difícil, mas conseguimos ferir Salvatore. Ele está recuando, mas isso ainda não acabou."

Anna olhou para ele, buscando algum sinal de esperança. "Então, ele não foi derrotado?"

Lucca balançou a cabeça, os olhos verdes sérios. "Ainda não, mas ele está ferido. Salvatore não esperava uma resistência tão forte, e isso o pegou de surpresa. Ele vai pensar duas vezes antes de atacar novamente."

Sofia assentiu, embora ainda estivesse preocupada. "Mas ele vai tentar novamente, não vai?"

"Provavelmente," admitiu Lucca, a voz grave. "Mas agora temos a vantagem. Ele está em retirada, e isso nos dá tempo para preparar o próximo movimento."

Anna olhou para ele, sentindo o peso da responsabilidade nos ombros de Lucca. Ela sabia que o descanso seria breve, mas pelo menos, por enquanto, ele estava a salvo. "Eu estou tão aliviada que você voltou," ela disse suavemente, tocando o rosto dele onde havia um corte.

Lucca segurou a mão dela, apertando-a suavemente. "Eu prometi que voltaria, não prometi?"

Ela sorriu, as lágrimas finalmente escapando. "Sim, você prometeu. E eu acreditei em você."

Ele inclinou-se e a beijou na testa, um gesto que a fez se sentir mais segura do que nunca. "Vamos descansar um pouco," disse ele, guiando-a de volta para a sala. "Precisamos estar prontos para o que vier a seguir."

**Próximo Capítulo:** Enquanto Lucca e seu grupo se preparam para o confronto final com Salvatore, Anna e Sofia enfrentam uma nova ameaça dentro da mansão. Laços são fortalecidos, e segredos são revelados, colocando todos à prova enquanto o inimigo se aproxima cada vez mais.

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