O Jogo Começa

De volta à mansão, o ambiente estava mais agitado do que o habitual. Os capangas de Lucca andavam de um lado para o outro, sussurrando entre si, e a tensão no ar era palpável. Anna notou as expressões preocupadas e o constante vai e vem, mas manteve-se próxima de Lucca, confiando que ele a manteria segura.

Assim que entraram no escritório de Lucca, ele a conduziu até uma cadeira, olhando-a com uma seriedade profunda. "Preciso que você fique aqui por um tempo. Há algumas coisas que precisam ser resolvidas, e prefiro que você esteja segura enquanto isso acontece."

Anna franziu a testa. "O que está acontecendo, Lucca? Está relacionado a Salvatore?"

Ele assentiu, os olhos verdes brilhando com determinação. "Sim. Recebi informações de que ele está se movendo, planejando algo. Não sabemos os detalhes ainda, mas meus homens estão monitorando de perto. Ele não pode nos pegar desprevenidos."

Sofia entrou no escritório logo em seguida, fechando a porta atrás de si. "Alguma novidade?"

"Estamos monitorando os movimentos de Salvatore," respondeu Lucca, cruzando os braços. "Ele deve estar arquitetando algo, e não podemos baixar a guarda."

Sofia olhou para Anna com uma expressão preocupada. "Você vai ficar bem, Anna. Vamos garantir que nada aconteça."

"Eu sei," respondeu Anna, tentando soar confiante. Mas o peso da situação estava começando a afetá-la. Ela sabia que estar ao lado de Lucca significava lidar com inimigos como Salvatore, mas ainda assim, era difícil não sentir uma ponta de medo.

Lucca se aproximou de Anna e se ajoelhou à sua frente, segurando suas mãos nas dele. "Eu preciso que você confie em mim, Anna. Eu sei que tudo isso parece assustador, mas eu prometo que estou fazendo tudo o que posso para proteger você."

Ela o olhou nos olhos, vendo a sinceridade e a preocupação ali presentes. "Eu confio em você, Lucca. Mas quero ajudar, de alguma forma."

Ele sorriu levemente, impressionado pela coragem dela. "Sua presença já me ajuda mais do que você imagina. Mas, por agora, o melhor que pode fazer é se manter segura. Eu não posso me preocupar com você e lidar com Salvatore ao mesmo tempo."

Antes que Anna pudesse responder, Enzo, o homem de confiança de Lucca, entrou no escritório com passos rápidos, uma expressão séria no rosto. "Chefe, precisamos falar. Algo urgente."

Lucca levantou-se rapidamente, o ar sério voltando ao seu semblante. "O que aconteceu?"

Enzo olhou para Sofia e Anna, hesitando brevemente, mas então voltou-se para Lucca. "Recebemos um relatório de que Salvatore está movendo suas peças mais rápido do que esperávamos. Ele está tentando uma aliança com uma família de fora da cidade."

"Qual família?" perguntou Lucca, imediatamente em alerta.

"A família Bianchi. Eles têm recursos e força militar considerável. Se Salvatore conseguir o apoio deles, isso vai complicar ainda mais as coisas."

Sofia soltou um suspiro de frustração. "Sempre soubemos que ele tentaria uma aliança. Mas os Bianchi? Achei que estavam fora dessa vida."

"Estavam," disse Enzo, cruzando os braços. "Mas parece que Salvatore encontrou uma forma de atraí-los de volta."

Anna, observando a conversa, sentiu-se à margem, mas determinada a entender o que estava acontecendo. "E se Salvatore conseguir essa aliança? O que isso significa para nós?"

Lucca olhou para ela, o semblante sério, mas com uma admiração crescente pela curiosidade dela. "Significa que teremos mais dificuldade em enfrentá-lo. Mas não estou disposto a deixar isso acontecer."

"Você tem um plano?" perguntou Sofia, claramente preocupada com o desenrolar dos acontecimentos.

Lucca assentiu, o olhar fixo em Enzo. "Vamos impedir essa aliança antes que ela aconteça. Se Salvatore não tiver o apoio dos Bianchi, ele ficará vulnerável. Precisamos interceptar qualquer reunião que eles planejem."

Enzo assentiu, compreendendo o plano. "Vou organizar os homens para monitorar os movimentos deles. Se descobrirmos onde e quando essa reunião vai acontecer, podemos agir rápido."

"Ótimo," respondeu Lucca, virando-se para Sofia e Anna. "Enquanto isso, preciso que vocês duas fiquem aqui. Esta mansão é o lugar mais seguro."

Anna deu um passo à frente, tocando o braço de Lucca. "E você? Vai se colocar em perigo?"

Ele sorriu suavemente, colocando a mão sobre a dela. "Não mais do que o habitual. Eu sou bom no que faço, Anna. Não se preocupe."

Sofia observou a interação entre os dois, e mesmo em meio à tensão da situação, não pôde evitar um sorriso. "Ele tem razão, Anna. Se há algo em que o Lucca é excepcional, é em se manter dois passos à frente dos inimigos."

Enzo, já se dirigindo à porta, parou por um momento e olhou para Lucca. "Vou avisar assim que tivermos mais informações."

Lucca assentiu, observando o amigo sair antes de voltar sua atenção para Anna. "Tudo vai ficar bem. Eu só preciso de um pouco de tempo para lidar com isso."

Anna respirou fundo, tentando acalmar o turbilhão de emoções dentro dela. "Eu confio em você, Lucca. Só... não se esqueça de voltar para mim."

Lucca sorriu, um brilho de suavidade em seus olhos verdes. "Eu nunca me esqueceria."

Sofia, sentada perto da janela, olhou para fora, o olhar distante. "Eu me pergunto o que Salvatore está planejando. Ele sempre foi imprevisível."

"É por isso que estamos nos preparando," respondeu Lucca, caminhando até a irmã e colocando uma mão em seu ombro. "Eu não vou deixar que ele nos surpreenda."

Anna observou os dois, o vínculo evidente entre irmãos. Sentiu-se parte de algo maior, algo muito mais complexo do que ela jamais havia experimentado antes. E mesmo com todos os perigos e incertezas, havia uma certeza: ela estava exatamente onde deveria estar, ao lado de Lucca.

O silêncio confortável que seguiu foi interrompido pelo toque do telefone no escritório. Lucca atendeu imediatamente, sua expressão mudando conforme escutava a pessoa do outro lado da linha.

"Entendido. Continue com a vigilância e me informe sobre qualquer mudança." Ele desligou o telefone e olhou para as duas mulheres. "Parece que teremos novidades em breve."

Sofia se levantou, a curiosidade visível em seu rosto. "O que foi?"

"Meus homens estão em posição," explicou Lucca. "Se Salvatore tentar se reunir com os Bianchi, estaremos lá."

Anna olhou para Lucca, sentindo uma mistura de alívio e ansiedade. "Então, o próximo passo está em andamento?"

Lucca assentiu. "Sim. E se tudo der certo, vamos encerrar essa história antes que Salvatore tenha a chance de agir."

Com essas palavras, a noite continuou a cair, trazendo consigo a promessa de que, em breve, o destino deles estaria nas mãos das decisões que Lucca tomaria nas próximas horas.

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