Assim que a palavra saiu dos lábios de Lucca, seus homens se moveram com precisão calculada. Um sinal rápido de Enzo, e o grupo de mafiosos fiéis ao chefe italiano emergiu das sombras, se posicionando ao redor das docas. Não havia alarde, apenas a presença silenciosa e ameaçadora de homens prontos para agir.
Os Bianchi, ainda concentrados em sua negociação com Salvatore, não perceberam o perigo iminente. As vozes calmas de ambos os lados indicavam que estavam chegando a um acordo. Salvatore, como sempre, parecia satisfeito, com aquele sorriso arrogante curvando os lábios.
"Esse acordo será benéfico para todos," Salvatore dizia, sua voz cheia de autoconfiança. "Juntos, dominaremos essa cidade."
Do outro lado, um dos Bianchi, um homem alto e corpulento com um cigarro pendendo da boca, assentiu lentamente. "É o que esperamos, Salvatore. Só não toleramos traição."
Salvatore riu, mas havia uma tensão nas suas palavras. "Traição? Eu jamais trairia vocês. Somos aliados, agora mais do que nunca."
Lucca se aproximava cada vez mais, observando com cautela. Seu coração estava acelerado, mas seu rosto mantinha a mesma frieza. Ele sabia que não poderia esperar muito mais. Salvatore, ao menor sinal de perigo, tentaria fugir, e a janela de oportunidade para acabar com essa ameaça estava se fechando.
Enzo, que se mantinha ao lado de Lucca, sussurrou: "Chefe, temos eles cercados. Assim que você der a ordem..."
Lucca fez um gesto discreto com a mão, indicando que era hora de avançar. Seu plano era simples: neutralizar Salvatore antes que ele pudesse reagir e impedir que a aliança entre ele e os Bianchi fosse firmada. Isso mudaria o equilíbrio de poder na cidade para sempre.
Antes que qualquer um dos Bianchi pudesse perceber, homens de Lucca surgiram de todos os lados, armas em punho. O barulho dos passos chamou a atenção de Salvatore, que virou rapidamente, seu sorriso desaparecendo ao ver que estava encurralado.
"Lucca," Salvatore rosnou, seus olhos se estreitando em ódio. "Eu devia imaginar que você estaria por trás disso."
"Você não é tão esperto quanto pensa, Salvatore," disse Lucca, sua voz baixa, mas carregada de autoridade. Ele caminhou até o centro do círculo, encarando seu inimigo de frente. "Achei que você sabia que não pode me vencer."
Salvatore deu um passo à frente, tentando manter a compostura. "Eu sempre estive um passo à frente de você, Lucca. Sempre. Essa cidade já é minha. Você está lutando uma guerra perdida."
Os Bianchi, agora tensos, começaram a recuar levemente, percebendo que a situação não estava a seu favor. Um dos líderes deles, visivelmente preocupado, sussurrou para Salvatore: "O que está acontecendo aqui? Você nos garantiu que teria controle."
Salvatore ergueu a mão, como se pudesse acalmar os mafiosos aliados, mas era evidente que ele estava começando a perder o controle da situação.
Lucca, com um movimento calculado, tirou sua arma do coldre, mas não a apontou diretamente para Salvatore. "Eu te avisei várias vezes, Salvatore. Disse que esse acordo não passaria. Disse que eu controlava essa cidade e que você não conseguiria mudar isso."
"Você está cometendo um grande erro," Salvatore respondeu, sua voz carregada de raiva. "Eu tenho aliados que você nem imagina. Isso não vai acabar bem para você."
Lucca deu um passo à frente, seus olhos verdes cristalinos brilhando com uma intensidade ameaçadora. "Os seus aliados não significam nada para mim. O que importa é que, hoje à noite, você não vai sair daqui como vencedor."
A tensão era palpável. Os homens de ambos os lados mantinham suas armas prontas, esperando pelo primeiro movimento. Mas Lucca sabia que a vitória não viria da violência. Ele precisava acabar com essa situação sem derramar mais sangue.
"Você tem duas opções, Salvatore," disse Lucca, sua voz firme. "Pode sair daqui com vida e esquecer essa aliança, ou pode tentar lutar... e acabar enterrado no fundo dessas docas."
Salvatore riu, mas era uma risada forçada. Ele sabia que a maré havia mudado. Seus olhos percorreram o círculo formado pelos homens de Lucca, e ele percebeu que não havia saída fácil.
"Você acha que tem controle sobre mim?" Salvatore cuspiu, mas sua postura estava cada vez mais defensiva. "Você pode vencer hoje, Lucca, mas isso não acabou. Eu vou voltar. E quando eu voltar, você vai se arrepender de não ter acabado comigo agora."
Lucca inclinou a cabeça levemente, como se ponderasse as palavras de Salvatore. "Talvez você volte. Mas da próxima vez, não terei tanta paciência."
Antes que Salvatore pudesse reagir, Lucca deu um sinal para seus homens. Dois deles avançaram rapidamente, desarmando Salvatore e segurando-o com firmeza pelos braços.
"Chefe?" Enzo perguntou, esperando a próxima ordem.
Lucca olhou para Salvatore por um momento longo, antes de suspirar. "Levem-no. Quero que Salvatore passe um tempo refletindo sobre suas escolhas."
Salvatore lutou, tentando se soltar do aperto dos homens de Lucca, mas foi inútil. "Você está cometendo um erro, Lucca! Isso não acabou! Eu voltarei, e então você vai me implorar por misericórdia!"
Lucca não respondeu, apenas observou enquanto seus homens levavam Salvatore para longe. Quando a figura de seu inimigo desapareceu na escuridão, ele se virou para os Bianchi, que agora estavam tensos e apreensivos.
"Se algum de vocês considerar continuar essa aliança com Salvatore," disse Lucca, sua voz fria e calculada, "eu sugiro que pensem duas vezes. O próximo que tentar passar por cima de mim não terá a mesma sorte."
Os Bianchi, claramente abalados, assentiram rapidamente. O líder deles, o homem corpulento, deu um passo à frente, balançando a cabeça em concordância. "Não queremos problemas com você, Lucca. Salvatore nos garantiu coisas que, agora, vemos que eram mentiras. Não queremos mais essa aliança."
"Ótimo," Lucca disse, com um leve sorriso. "Vamos manter as coisas assim."
Com o perigo imediato afastado, Lucca guardou sua arma, sentindo um peso sair de seus ombros. Mas, no fundo, ele sabia que Salvatore não desistiria tão facilmente. Isso era apenas o começo de algo maior.
Enzo, sempre fiel, se aproximou de Lucca. "E agora, chefe?"
"Agora," disse Lucca, olhando para o horizonte, onde a luz da lua iluminava as águas escuras das docas, "vamos para casa. Anna está esperando por mim."
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Atualizado até capítulo 50
Comments
Adilson Pereira
incrível!!!!
2024-10-05
1
Marilena Yuriko Nishiyama
pensei que o Lucca mataria o Salvatore mas que pena que isso não aconteceu
2024-09-17
2