Capítulo 12 Amor de vovó

Finalmente os meus pais chegaram e estavam com tantas saudades de Theo que vieram direto para a minha casa.



Meghan, 49 anos.



Arthur, 52 anos.

Meghan; bom dia meu filho preferido.

Arthur: bom dia meu garotão. Cadê o meu garotinho lindo?

Luke: bom dia pai e bom dia mãe. Espero mesmo ser o seu filho preferido,já que sou único A não ser que vieram com novidades.

Meghan: deixa de bobagem menino. Cadê o meu netinho preferido?

Eu sorrio com eles me enchendo de beijos E quando ia pedir para Ana chamar Theo escuto a correria.

Theo, : vovó! Vovô! Que saudades!

Ele pula no colo do meu pai que o enche de beijos.

Arthur: não sei porque você sempre chama a sua avó primeiro e pula no meu colo, seu moleque.

Theo: porque você é mais forte. Quer que eu machuque a minha querida vovó?

Meghan: meu amorzinho, que saudades!

Eles beijsm Theo que dá inúmeras gargalhadas.

Theo: cadê os meus presentes?

Luke: eu não acredito que ouvi isso, Theo!

Arthur: deixe de ser rabugento. Nós trouxemos para você também.

Luke,: vocês não têm jeito. Podem cuidar de Theo hoje?

Meghan: nem precisava pedir. Viemos buscá-lo para ficar conosco o fim de semana.

Luke: Ah e por acaso é assim que funciona? Vocês nem perguntam se podem Lear o meu filho?

Arthur: para que perguntar se sabemos que a sua mãe sempre vence?

Luke: dessa vez eu deixo. E das outras também, seus compradores de crianças.

Theo corre e me abraça.

Theo: obrigado papai. Eu te amo.

Luke: eu sei. E também te amo muito. E também sei que não adianta recomendar nada porque a vovó não obedece.

Meghan: e quem disse que a mãe tem que obedecer o filho? Vamos meu bem, tomar o café e abrir os presentes.

Theo já ia correr mas olhou para mim e freou.

Luke: muito bem. Vejo que pelo menos ouviu um conselho.

Depois do café os meus pais entregaram presentes e Theo ficou elétrico.

Luke: obrigado pelos presentes. Agora preciso ir. Vê se não mima muito o meu filho.

Meghan: deixa conosco.

Saí dando risadas pois eles iam fazer exatamente isso. Mas Theo estava precisando muito. Quem sabe iria esquecer da ideia fixa de mamãe?

Cheguei à empresa tranquilo. O meu assistente veio para me entregar a agenda diária. E anuncia que Tom está me esperando.

Luke: bom dia Tom. Que surpresa. Aconteceu alguma coisa?

Tom: bom dia Luke. Nada de ruim. Acho que você irá gostar do que descobri.

Luke: sobre o que?

Tom: não é o quê, mas quem. Aby é mesmo a filha de um fornecedor nosso. Joaquim Fontes.

Luke: eu já sabia disso. E foi você que me disse.

Tom: sim eu sei. Mas não disse que ela e o pai não se dão bem. Ele não contribui com nenhum centavo para as despesas dela e foi uma briga para ela vir estudar. Eu sei que já falei isso também. Mas ele não age da mesma forma com a filha caçula. Com ela ele é amoroso e inclusive deu uma festa chique de quinze anos para Eve. E nunca fez o mesmo para Aby.

Luke: muitas famílias têm isso em comum. Um filho preferido. Deve ser o caso de Aby.

Tom: foi o que pensei. Mas não é verdade. Aby não é filha biológica de Joaquim.

Luke: e pelo seu tom de voz é claro que ela não sabe.

Tom: não sabe. A mãe dela era uma pintora promissora. Mas apaixonou-se perdidamente por um canalha. Quando ela descobriu a gravidez, os pais tinham acabado de falecer num desastre de carro e ficaram muitas dívidas. Ela ficou desesperada pois não estava acostumada com uma vida sem luxo e mal tinha terminado o ensino médio. Joaquim era amigo dela e parece que tinha desejos de ser mais que isso. Ao saber da situação, fez o pedido de casamento à mãe de Aby. Ela relutante aceitou. Contudo ele não despertou o amor dela. Somente gratidão. Isso foi uma decepção para ele que não conseguiu amar de fato o bebê. Tinha carinho, ofereceu uma vida boa para a esposa, mas sem luxos. Era a sua maneira de castigá-la. E quando Eve nasceu piorou. Ele nunca fez questão de esconder que Eve era a preferida.

Luke: onde você conseguiu esse relato tão detalhado?

Tom: uma amiga minha era amiga de Ema, mãe de Aby. Ela foi até a pensão para almoçar comigo e viu Aby. Disse que era familiar. E quando eu falei o nome dela, me contou tudo.

Luke: então tá explicado. Por que será que a mãe não conta a verdade para Aby?

Tom: porque ele exigiu sigilo. Era uma das condições para o casamento.

Luke: mas será que a mãe de Aby é tão mimada para aceitar exigências cruéis?

Tom: não é isso. Ela era jovem. Depois de um coração partido e ainda a tragédia devem tê-la deixado muito frágil. Ele aproveitou dessa fragilidade e se mostrou um porto seguro. Tanto que ela deixou de pintar e vive exclusivamente como dona de casa.

Luke: o que acha de rescindir o contrato com ele?

Tom: não é a opção. Ele é um empresário de sucesso. Mas não é justo para com Eve e Ema.

Luke: tem razão. A minha vontade é esmurrar a cara dele. Idiota.

Tom: estou vendo que ficou muito nervoso com o que falei.

Luke: estou sim. Aby não merece isso. Mostra ser corajosa e responsável.

Tom: sim, ela é. Não deixa nada apagar o brilho nos olhos dela. Vejo como ela chega feliz da faculdade.

Luke: eu estou pensando em convidá-la para um jantar. Preciso conversar com ela.

Tom: não vai ser fofoqueiro e falar algo.

Luke: você só pode estar brincando. Eu não tenho a menor intenção de magoar Aby. Esse assunto cabe à mãe dela.

Tom: então está querendo realizar o desejo de Theo.

Luke: acha que tenho chances?

Tom: não sei. Ela é muito diferente de todas as mulheres com quem você sai. E você mesmo disse que não é capaz de amar novamente.

Luke: não tem nada a ver com amor. Eu poderei conviver de forma harmoniosa e com respeito.

Tom: bem, eu acho improvável que Aby aceite um compromisso importante sem considerar sentimentos.

Luke: poderemos ser amigos.

Tom: pense que foi exatamente assim que o pai dela conseguiu casar com a mãe dela.

Luke: é totalmente diferente. Eu não farei nada para magoá-la. Ela não precisa necessariamente de se casar, visto que vai atrás do que quer.

Tom: você só vai saber se perguntar. Por que não age da forma natural. Tente seguir as etapas. Conquiste namore, noive e case.

Luke: talvez seja melhor mesmo. Mas mesmo assim vou deixar claro as minhas intenções.

Tom sorriu e se despediu. Fiquei pensativo. Aby merecia saber a verdade. Mas ele não era a pessoa certa para contar a ela.

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