Capítulo 8 Sufoco

Theo não demonstra cansaço. Ele sabia aproveitar cada minuto do seu dia de parque.

Para o meu desespero havia um brinquedo novo e sinceramente engoli em seco ao ver. Eu não gosto de brinquedos que giravam

E para o meu sofrimento, Theo adorava. Geralmente eu pedia Alice, a filha de Ana para nos acompanhar e assim me livrava desses brinquedos. Mas hoje, Alice não pôde vir e eu não tinha escapatória. Tentei subornar Theo com um algodão doce antes do almoço. Mas ele não era nada maleável.

Entrei no brinquedo e sabia que o meu coração ia acelerar. Pensei comigo mesmo que era ridículo eu ter medo de um brinquedo. Um homem feito. que enfrenta tantos desafios. Respirei fundo. O brinquedo não poderia ser tão terrível ,já que não restringia a idade.

Quando começou a subir eu não liguei. Mas numa altura razoável, as gaiolas começaram a girar para todos os lados. E eu comecei a rezar para que acabasse logo.

Depois de suar frio. finalmente escutei o click e entendi que já estávamos no chão. Aliviado por sobreviver, peguei a mão do Theo para irmos almoçar.

The: papai adorei esse brinquedo. Vamos de novo?

Luke: não acho boa ideia. Está na hora do almoço e vai fazer mal girar de estômago cheio.

Theo: só mais uma vez papai. Depois almoço tudo.

Luke: Theo, eu estou meio enjoado de tanto girar e estou com fome.

Theo: você está é com medo. Não acredito que um homem grandão está com medo.

Luke; filho. eu não estou com medo. Estou enjoado. E sabe que eu não gosto desses brinquedos de girar.

Theo: tá bom papai. Dá próxima vez Alice vem e então aproveitarei.

Suspirei aliviado. Eu não podia assumir para ele que eu fiquei com medo. Mas falei uma meia verdade. Não gosto de mentiras. Nesse momento senti uma pontada de remorso, pois apesar de não gostar de mentiras, tinha muitas verdades a serem ditas para Theo.

Fomos almoçar no restaurante do parque. Theo está acostumado com refeições saudáveis e no horário certo. Ele come a refeição tagarelando sobre tudo.

Olho o meu filho sentado, comendo como um rapazinho e o meu coração se enche de amor. Ele era tudo o que eu tinha de melhor. A melhor parte de mim. O único que me tinha nas mãos.

Como ela pôde fazer tanto mal ao filho? Por que não conseguiu amá-lo? Era tão fácil. Theo era uma criança doce e muito amorosa. No entanto não foi suficiente para ela, que renunciou a ele em favor de dinheiro. Foi embora com o amante sem nem mesmo ver o filho.

Theo: terminei papai. Posso pedir sorvete?

Luke: pode meu garotinho. Comeu tudo. Estava gostoso?

Theo: sim. Mas agora vem a melhor parte.

Eu sorri. Theo amava sorvete. Tomamos o tradicional sorvete de flocos com chocolate.

Depois do almoço, sentamos num banco para fazer a digestão. Theo deitou a cabeça nas minhas pernas e eu fiquei acariciando a sua cabeça.

Theo: papai, você é o melhor.

Luke: obrigado meu amor. Você é o melhor filho do mundo.

Theo: o meu aniversário está chegando.

Luke: eu sei. Já está tudo preparado. Até o seu presente.

Theo: você sabe o que eu quero de presente. Já arrumou?

Luke: meu amor, você sabe que eu não tenho o poder de achar uma mãe para você. Tem a vovó, a tia Ana.

Theo: eu quero uma mãe. Na minha sala só eu não tenho uma mãe. Você pode arrumar uma namorada e ela será a minha mãe.

Luke; Theo, não é tão simples assim. Arrumar namorada é fácil. Mas eu não posso arriscar a arrumar uma que seja malvada.

Theo: tipo a madrasta da Branca de Neve?

Luke: sim. isso mesmo. O pai dela achava que estava arrumando uma mãe e ela era uma bruxa.

Theo: mas você é muito inteligente e vai saber escolher a minha mãe.

Luke: eu não posso prometer isso. Vamos continuar a brincar?

Theo: é tão difícil arrumar uma mãe para mim? Eu não mereço?

Luke: merece muito, meu filho. Olha vamos brincar e depois a gente conversa mais sobre isso.

Ele sorriu e voltamos para os brinquedos. Passamos a tarde toda e finalmente vi Theo com a expressão cansada.

Voltamos para casa, dei um banho nele e fomos assistir desenho. Logo ele estava cochilando.

Fui tomar um banho. Não demorei e voltei para a sala. Theo continuava a dormir. Tomei uma dose de whisky.

Eu estava pensativo e não vi Ana chegar Levei um susto e ela deu risada.

Ana: já vi que Theo acabou com você.

Luke: foi terrível. Pelo amor de Deus, não deixe Alice faltar da próxima vez. Quase infartei num brinquedo novo.

Ana: queria estar lá para ver. Você sempre teve medo de brinquedos de girar.

Luke: você é má. Mas o que está fazendo aqui agora? É a sua folga.

Ana: eu vim trazer a lasanha para o jantar. Estou sozinha também. Mas André vai chegar logo.

Luke: ele pediu de novo, Ana. Quer uma mãe de presente.

Ana: ele não vai desistir Luke. Theo é determinado como você.

Luke: e o que eu faço?

Ana: o primeiro passo é se permitir a aceitar que nem todas as mulheres são iguais. Você é um homem bom, bonito e rico. Tente se esquivar das piriguetes.

Luke: então me acha bonito? Casa comigo.

Ana: para azar seu eu já encontrei o amor da minha vida. Mas você pode encontrar. É só procurar a mulher certa no lugar certo.

Luke: e onde é o lugar certo? Encontrei a Paola numa igreja. Quer lugar mais santo?

Ana: você sabe muito bem que ela estava tirando fotos da igreja. Tenha calma. Deus vai agir. Theo merece uma mãe e você uma esposa que o valorize.

Ana mandou um beijo desesperada e fui acordar Theo para o jantar.

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