Capítulo 7 Dia especial

Theo: papai, esqueceu que dia é hoje?

Theo, 4 anos

Luke: claro que não, meu garotinho. Vamos tomar o nosso café primeiro?

Luke, 30 anos

Theo: vamos. A tia Ana preparou panquecas.

Luke: essa tia Ana te mima muito. Mas você merece filhão.

Descemos para o café e Theo corre para a mesa farta que Ana preparou, no-lo. panquecas de chocolate. pães doces, leite, queijo, café e suco de laranja.

Ana, 39 anos

Ana: bom dia meus meninos preferidos. Alguém está muito animado hoje.

Luke: bom dia Ana. Acho que acordou ligado nos mil volts.

Theo: eu só quero aproveitar o meu dia no parque com o meu pai preferido.

Luke: e por acaso tem outro pai?

Theo: só o Papai do céu.

Luke: esse deve ser sempre o nosso pai especial, filho.

Ana: isso mesmo.

Olhei sorrindo para o meu pequeno. Ele é incrível. Pequeno demais para ter passado por tantas coisas ruins. Mas não perde a alegria inerente a uma criança de quatro anos. Eu queria ter essa inocência para camuflar os sentimentos ruins.

Luke: terminou Theo? Antes de ir ao parque, se importa de passarmos em uma das nossas pensões?

Theo: papai, isso não é o combinado. Você sabe que nesse dia, você só pode fazer as minhas vontades.

Luke: eu sei filho. Aconteceu um imprevisto e Tom precisa de minha orientação. Não vou demorar.

Theo: promete?

Luke: de dedinho.

Nós fizemos o juramento com os dedos mínimos como Theo gostava. Despedimos de Ana e saímos. Theo já ia correr.

Luke: Theo, quer se machucar e estragar o seu passeio? Nada de correr.

Theo: desculpe papai.

Luke: a pressa é inimiga da perfeição, filho. A sua avó sempre lhe diz isso. E avós não mentem.

Theo: é mesmo. Estou com saudades da vovó Luiza e do vovó Pedro.

Luke: eu também. Logo eles voltam da viagem.

O trânsito estava complicado e demorou mais que o esperado. Quando chegamos na pensão, Tom parecia tranquilo na recepção.

Luke: bom dia Tom. Não parece estar aflito, então qual é o assunto urgente?

Tom: bom dia senhor Sinclair. Oi Theo.

Theo: oi Tom. Você está bravo com o papai?

Tom: claro que não, querido.

Theo; nunca vi você chamar o meu papai assim.

Tom: Ah, é porque estamos no ambiente de trabalho.

Luke: deixe de bobagem. Não precisa disso. Peça alguém para ficar aqui enquanto conversarmos.

Tom pediu a atendente para ficar e cuidar de Theo.

Tom, 32 anos

Entramos no escritório e sentei na cadeira de couro. Encarei Tom para estudar as suas expressões.

Luke: então, qua é o assunto urgente?

Tom: desculpe incomodar você Luke. Eu sei que hoje é o dia do Theo. Há duas semanas recebi uma hóspede. Ela veio do interior para estudar. É uma moça educada e gentil. Há três dias, ela foi assaltada e levaram tudo dela. A guangue rackearam a conta dela antes que conseguisse bloquear. Ela está desesperada e procurando emprego.

Luke: e você quer empregá-la. Por que me chamou se tem autonomia para contratar funcionários?

Tom: eu fiquei indeciso e precisava do seu aval. Vou oferecer a ela o cargo de recepcionista.

Luke: está bem. Eu quero conhecer essa moça. Não hoje, pois se conheço Theo ele está formigando e atormentando a atendente.

Tom: ele está muito bem Luke. Você está fazendo um ótimo trabalho.

Luke: eu tento. Mas o Theo não desiste do maior desejo dele.

Tom: uma mãe. E você está tentando realizar esse desejo?

Luke: não. Sabe que não é o que quero. Theo tem a avó, minha mãe, que faz todas as vontades dele

Tom: não é a mesma coisa Luke. Quem sabe você encontra uma mulher digna do seu amor?

Luke: sabe que eu deixei de acreditar no tal do amor.

Tom: nem todas as mulheres são iguais, Luke.

Luke: falou o senhor solteirão convicto.

Tom: eu estou solteiro porque ainda não encontrei ninguém que faça o meu coração disparar.

Luke: preciso ir. Amanhã virei para conhecer a nova funcionária. Até mais Tom.

Tom: até. Obrigado por ter vindo.

Saí da sala e ri ao ver a cena. Theo pulando no sofá e a moça tentando contê-lo.

Luke: que bonito hein Theo? Acho que não está merecendo parque.

Theo: perdão papai. Eu sei que não é certo. Mas esse sofá parece um pula pula.

Tom e eu rimos dele e despedi, segurando a mão do meu filho.

O parque Guanabara estava cheio para o meu desespero. Eu adorava passar o tempo com o meu filho. Mas esse dia do parque era terrível. Ele nunca se cansava.

Comprei o passaporte e me resignei às corridas e filas. Era cansativo, mas ver os olhos dele brilhando valia a pena.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***