Início de uma briga

Quando acordaram bem cedo, Ayla já se sentia com medo, dizia sentir um frio enorme na barriga, que temia tudo que pudesse acontecer ali, dizia ser uma intuição de algo que fosse acontecer. Ambos não fizeram muito e esperaram a hora passar, assim como as crianças que esperam ansiosamente pelo intervalo. Cansados de esperar, fizeram a segunda refeição do dia sem a presença do Arthur. O que deixava a Ayla muito mais confortável, do que pensar que sentaria ao lado de um assassino, pois a moça era ingênua e não louca, podia sentir de longe que a maldade andava atrás, ou até mesmo na frente do senhor Bittencourt.

O que não esperavam, era serem surpreendidos logo após o almoço…

Sentados, conversando e descansando um pouco, quando de repente o Arthur entrou pela porta principal, Ayla tremia e logo se agarrava ao Hayato que olhava atentamente para o pai.

Sem ao menos cumprimentar, o Arthur mostrava um olhar de ódio para Ayla.

Arthur: Mas, o que essa garota ainda faz aqui na minha casa?

Perguntou Arthur, parecendo que estava soltando fogo pelas ventas.

Hayato levantou e encarou o pai, enquanto Ayla continuou sentada.

Hayato: Essa garota é a minha esposa, papai. E essa casa também é minha, por direito. Ou esqueceu que isso aqui tudo é da minha mãe?

Arthur: Isso ERA da sua mãe. Morto não possui nenhum bem material.

Dizia o Arthur, debochando do Hayato. Coisa que nunca havia feito antes, em questão da falecida. Hayato respirava bem fundo, tentando se controlar.

Hayato: Por favor, respeite a memória da minha mãe. Ah… E quando eu disse que ela é minha esposa, é porque nos casamos. Portanto, essa casa é dela e ela irá morar aqui comigo.

Arthur olhava com tanto ódio para o filho...

Hayato: Alguma objeção, senhor Bittencourt?

Perguntava o jovem, debochando do pai.

Arthur: Eu não aceito essa garota maldita aqui, que fique bem claro.

Respondia Arthur, com a voz brava, enquanto se retirava do cômodo da casa sem deixar que o filho falasse uma única palavra.

Ayla morria de medo, o seu coração disparava, não parava de bater forte e ela sentia que estava incomodando ali, não sabia de fato se ficava e lutava pelo amor, ou se ia e sofria sem ele…

Se aproximava do Hayato, com os olhos lacrimejados e um olhar tristonho, fazendo um contato visual que acabava com o jovem, tinha que lutar por aquele amor, como se fosse um amor impossível para ambos.

Ayla: O nosso amor é impossível, Hayato. O seu pai vai acabar fazendo alguma besteira.

Dizia Ayla, enquanto Hayato fazia expressões negativas e tocava em seu lindo rosto.

Hayato: Não existe um amor impossível, quando ambos estão dispostos a tudo para lutar contra todos.

Dizia Hayato, com os olhos já cheios de lágrimas, o que terminava em um abraço bem apertado. O silêncio tomava conta daquela sala vazia e triste…

Hayato: Eu estou me sentindo entediado aqui… Vou sair pra cavalgar um pouco. Fica no quarto, OK?

Pediu, e um medo tomava conta da Ayla, um medo de ficar sozinha.

Ayla: Deixa eu ir com você, então. Não me deixa sozinha aqui, por favor.

Pedia desesperadamente para acompanhar o jovem, enquanto segurava nos braços dele.

Hayato: Vá para o nosso quarto, você ficará segura lá. O tempo não está bom, parece que vai chover, não quero que você me acompanhe e pegue uma tempestade.

Hayato deu um beijo em Ayla, porém ela não estava contente em ficar lá... Ainda mais depois de tudo, o mínimo que Hayato podia fazer, era levá-la contigo para um passeio.

Ayla não entendia muito, o porque dela ter que ficar lá, mas obedecia Hayato e confiava nele. Subiu para o quarto, enquanto Hayato saiu para cavalgar...

Mas claro que Arthur não ia deixar as coisas como estavam... Arthur ligou para Magali...

Arthur: Magali? Preciso de você.

Magali: Sim, senhor Arthur. Para o que precisar.

Arthur: Venha para a minha casa imediatamente... Faça suas malas.

Magali: Eu nem desfiz as minhas malas ainda... Estou a caminho.

Arthur: Perfeito.

Arthur tinha o plano perfeito para estragar a vida de Hayato...

Quando Magali chegou, foi para o escritório do Arthur...

Magali bateu e entrou, posteriormente...

Arthur: Sente-se, por favor.

Magali sentou.

Magali: Porque me chamou, senhor?

Arthur: O Hayato se casou.

Magali ficou triste.

Arthur: Não, não te chamei por isso... Tenho um plano e quero saber se você pode me ajudar.

Magali ficou confusa...

Magali: Que plano?

Arthur: Quero que você destrua o casamento do Hayato.

Magali: Como eu vou fazer isso?

Arthur: É o seguinte... Tente ficar com o Hayato, e assim aquela imunda vai deixar ele e você poderá se aproveitar da tristeza de Hayato, e assim conseguirá se casar com ele.

Magali sorriu, adorava a idéia de ter o Hayato...

Magali: Por onde eu começo?

Arthur: Vá até o quarto do Hayato, a imunda deve está lá... A provoque...

Magali levantou e sorriu.

Magali: Eu sei o que fazer. Com licença, senhor.

Magali se retirou e foi direto para o quarto de Hayato... Entrou sem bater e Ayla ficou assustada, levantou e olhou para Magali...

Ayla: Quem é você?

Magali: Eu que pergunto. Quem é você?

Ayla: Eu sou a esposa de Hayato.

Magali riu de Ayla, se aproximando da mesma...

Magali: Esposa? Mas o Hayato vai se casar comigo.

Ayla olhou brava para Magali.

Ayla: Como assim se casar com você? Ele se casou comigo.

Magali cruzou os braços e encarou para Ayla.

Magali: Você acha que o Arthur vai permitir isso? Você é pobre, eu sou rica. É comigo que ele tem que se casar.

Ayla ficou triste e mal sabia o que falar para aquela megera... Ela apenas jogava seu veneno e Ayla era vítima dele.

Ayla: Mas o Hayato me ama.

Magali riu da Ayla novamente...

Magali: E como tem certeza que ele te ama?

Ayla: Porque sim, porque fizemos algo que prova que ele me ama.

Magali ficou brava e descruzou os braços...

Magali: O que vocês fizeram?

Ayla lembrava de tudo que o Hayato havia falado para ela. A moça ouvia atentamente e gravava bem tudo...

Ayla: Nós fizemos amor.

Ayla sorriu inocentemente.

Magali ficou furiosa com aquilo... Mas, o que ela esperava? Ayla e Hayato tinham acabado de se casar, as coisas não deveriam ser diferentes...

Magali: Você não vai conseguir ficar com o Hayato por muito tempo, porque você não é ninguém.

Magali falava e se aproximava de Ayla, e Ayla se afastava dela...

Ayla: Isso não é verdade.

Magali: É verdade. Hayato vai cansar de você. Ele é rico, acha que ele vai se acostumar a viver com alguém como você?

Magali estava pronta para insultar mais ainda a Ayla... Por sorte, Hayato entrou no quarto e correu para perto de Ayla...

Hayato: O que está fazendo aqui, Magali?

Ayla olhou para Hayato, totalmente confusa.

Ayla: Você conhece ela?

Magali se antecipava e respondia antes de Hayato.

Magali: É claro que conhece, vamos nos casar.

Os olhos de Ayla encheram de lágrimas, e ela correu para fora do quarto...

Hayato: Vai embora!

Hayato olhou para Magali e disse apenas isso... Saiu correndo atrás de Ayla, posteriormente...

Hayato: Ayla, me espera...

Ayla não parava de correr e Hayato ficava desesperado...

Ayla correu pela fazenda e corria tão rápido, mas ela caiu...

Hayato estava desesperado com aquela atitude...

Hayato: Meu amor, você está bem?

Perguntou, ajudando Ayla a se sentar.

Ayla: Volta pra sua casa e eu vou voltar pra minha.

Disse, olhando nos olhos de Hayato.

Hayato: Não faça isso, aquela mulher não significa nada.

Ayla começou a chorar...

Ayla: Ela é a garota que o seu pai trouxe pra fazenda, né?

Perguntou, entre as lágrimas...

Hayato: É ela. Mas eu amo você. Vamos entrar, por favor.

Ayla só chorou, mais e mais, e nada do que Hayato falava a convencia. Depois de muita insistência, conseguiu levar Ayla para dentro de casa...

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