A morte de Enzo

Assim que Hayato acordou, ainda com muita raiva e com olheiras por uma noite mal dormida, foi até a sala e viu somente o seu pai.

Olha ao redor e não compreende nada.

Hayato: Ué? Cadê a moça que trouxe pra cá?Segundo você ela se casaria comigo.

Pergunta, confuso. Arthur suspira

Hayato senta de frente para o pai, e tenta fingir que está tudo bem...

Arthur: Você praticamente a expulsou ontem. O que queria? Que ela ficasse aqui? Ela é uma moça de classe, não aceitaria aquilo tudo.

Falou, virando o rosto para o lado evitando o contato visual com o filho. Hayato sorriu e no mesmo instante pensou em Ayla.

Arthur: Ela foi embora hoje bem cedo.

Hayato ficou feliz, por um momento...

Hayato: Que boa notícia!

Deu um sorriso de orelha a orelha, pegou uma maçã e se levantou...

Arthur: Pra onde você vai?

Perguntou, um pouco bravo ,enquanto Hayato não tirava o sorriso do rosto. O que o incomodava muito.

Hayato: Vou sair pra cavalgar. Olhar aos arredores!

Arthur: Tão feliz assim? Não vai tomar café?

Hayato: Eu não tenho nem fome, essa maçã me basta.

Arthur: Seus olhos estão inchados, andou chorando por acaso? Bom… Se pelo menos tivesse motivos para fazer isso.

Dizia, com deboche. O que fazia Hayato relembrar de tudo, porém fingia simpatia.

Hayato: É, papai. Você está coberto de razão, eu não tenho motivos para me chatear ou chorar, talvez os olhos inchados seja porque acabei de acordar.

Hayato queria provocar o pai...

Hayato: Acho que a mamãe acordava assim, ou talvez quando chorava muito ficava assim.

Hayato provoca de propósito e Arthur começa a ficar nervoso, desviando o olhar a cada segundo.

Arthur: Coma antes de sair.

Diz, tentando mudar completamente de assunto.

Hayato: O que a mamãe realmente tinha, papai? Ela morreu tão de repente. Eu quase nem lembro mais dela, eu queria conseguir lembrar de tudo que havia acontecido.

Perguntava, com uma demonstração completamente confusa, sem deixar pistas ou sinais que fizesse Arthur pensar que ele soubesse de algo. O que o tranquilizava ao olhar o filho, por conhecer ele tão bem. Ou talvez… Não o conhecesse tão bem assim!

Arthur: A sua mãe morreu muito de repente.

Respondia, já confuso. Hayato se aproveitava da situação e se questionava.

Hayato: Me disse que ela tinha uma doença muito grave. O que a matou? Que doença era essa?

Perguntava, ainda com uma demonstração confusa e perdida. Arthur ficava mais nervoso e quase sem palavras para responder.

Arthur: Sim, uma doença, doença terminal… A propósito, vá comer, sim? É melhor que se alimente antes que saia por aí, para cavalgar ou passear, melhor se alimentar.

Apavorado com a situação, tenta disfarçar a sua mentira. O que deixava Hayato irritado

Hayato: Eu não estou com fome… Com licença!

Mudou sua feição e saiu da sala, sem dar muitas informações a seu pai.

Foi até o estábulo pegar seu cavalo, decidido a ir atrás da Ayla e levá-la com ele.

Chegando na casa da Ayla todo animado, tem uma surpresa…

Descendo do seu cavalo, com um sorriso no rosto vê a porta aberta e corre pra falar com a mulher que tanto ama.

Hayato: Meu amor? Eu cheguei!

Quando entra, o seu sorriso se desmancha aos poucos, quando vê a Ayla chorando com seu pai desmaiado. Preocupado e sem saber o que fazer, se aproxima…

Ayla: O meu pai está morto. Ele morreu, Hayato… aí, que dor!

Inconsolável, se levantava do chão onde estava e abraçava Hayato, quase sem forças. O jovem ficava impressionado com tudo, não sabia como lidar com aquilo e tentava acalmá-la.

Hayato: Olha pra mim, vamos levar o seu pai para o hospital.

Dizia, enquanto ela chorava e fazia expressões negativas com a cabeça. Hayato se aproximou do Enzo e tentou sentir seus batimentos, o que era impossível.

Hayato olhava fixamente para ela, com os olhos lacrimejando e ela caía no chão chorando, colocando a mão na sua cabeça, gritava. Ele se aproximava e tentava abraçar ela, mas sentia receio de estar invadindo muito.

Ayla: Foi de repente, eu não sei o que fazer. Eu acordei e ele estava aqui, estava aqui caído e não falava mais, o meu paizinho me deixou sozinha, me abandonou e ele… Aí, meu Deus.

Baixava a cabeça desesperada e não conseguia mais falar… Hayato se comovia com aquilo e abraçava ela. Com aquele abraço, conseguia sentir o sentimento da dor e do desespero, sentiu ela tremer e confundir até sua respiração.

Hayato: Eu estou aqui.

O rosto de Ayla estava coberto de lágrimas, e não haviam palavras de consolo para serem ditas. Nada que o Hayato falasse, poderia amenizar a dor que aquela moça estava sentindo.

Ayla: Eu quero o meu pai, eu quero ele.

Ela gritava e tudo aquilo deixava o Hayato muito triste, era desesperador ver aquela cena.

Hayato: O seu pai descansou. Ele está em um bom lugar, vamos orar pela alma dele.

Ayla: Não! Não. Você sabe... Não é fácil.

Disse, em meio as lágrimas e soluços.

Hayato a ajudou e cuidou de tudo, ajudou no velório e deu um enterro digno ao Enzo.

Ayla não sabia o que ia fazer de sua vida, ela só tinha o pai...

Cada dia mais, Hayato tentava se aproximar da Ayla, respeitando a sua dor...

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