A dor

Ayla estava tão preocupada e com medo... Ela entrou em casa e decidiu que ia contar tudo para o seu pai...

Ayla: Papai? Eu tenho que te contar uma coisa.

Sentou ao lado de Enzo no sofá...

Enzo: O que aconteceu, minha filha?

Ayla: Papai, eu e o Hayato nos amamos.

Enzo deu um sorriso.

Ayla: Não está bravo?

Enzo: Porque eu estaria? Eu já sabia disso.

Ayla: Como sabia, papai?

Enzo pegou na mão da filha...

Enzo: O olhar de vocês... Claro que estão apaixonados.

Ayla sorriu.

Ayla: Papai, eu tenho medo que o Arthur faça algo conosco.

Enzo: Precisa tomar cuidado, ele é capaz de qualquer coisa.

Ayla: Eu amo o Hayato, papai.

Enzo puxou a filha para o seu pai e a consolou... Ayla pôde chorar sem medo ali, pois sempre achava conforto.

Ao chegar e deixar o seu cavalo no estábulo, Hayato foi para a sala onde viu seu pai e Magali sentados com cara de espanto...

Hayato entrou com um semblante desagradável e nem os cumprimentou direito.

Imediatamente Arthur ficou bravo, quando percebeu que o filho iria subir para o quarto, sem ao menos explicar que situação era aquela.

Arthur: Que modos são esses, seu moleque? Onde você estava até essa hora?

Perguntava, com a voz alterada.

Hayato virou e olhou para o pai...

Hayato: Por acaso sou uma criança indefesa de 4 aninhos? Papai, eu sou maior de idade e eu saio a hora que quiser, não preciso lhe dar satisfação.

Arthur: Você...

Hayato o interrompia, olhava para o sofá e encarava Magali...

Hayato: Além do mais… O que essa garota ainda está fazendo aqui?

Perguntou, apontando para a Magali. No mesmo instante ela ficou sem graça e o Arthur se mordeu de raiva.

Arthur: Essa garota como você fala, será a sua esposa dentro de 2 semanas.

Afirmava, contente. Enquanto Hayato ficava furioso.

Suspirava e tentava não surtar com o pai, tinha que ser mais forte que nunca!

Hayato: Pela primeira vez me contou uma piada tão absurda, papai.

Ria de deboche no final, como na maioria das vezes…

Arthur: Não estou contando nenhuma piada, ela realmente…

Antes que termine a frase, Magali levantou e suspirou, interrompendo a fala do Arthur e surpreendendo Hayato.

Magali: Me desculpe por atrapalhar, Senhor Bittencourt. Mas, o seu filho não quer se casar

comigo, então o que há de melhor a se fazer é deixar as coisas como estão.

Arthur: Nada ficará assim, por favor, suba e vá descansar.

Hayato: Grande senhor Bittencourt! HAHA, Olha…Pelo menos alguém aqui pensa.

Se aproximou da Magali e bateu palmas, rapidamente olhou para o seu pai e deu uma gargalhada, em seguida correu para o seu quarto. Enquanto isso, Magali se sentia triste.

Mas Arthur a consolava...

Arthur: Você é uma moça linda, educada, elegante, herdeira, uma ótima noiva para o meu filho.

Magali: Não tenho mais certeza disso, senhor Arthur.

Se lamentou.

Arthur: Já no seu quarto, Hayato pegava a foto da sua mãe, se sentava no chão e começava a chorar.

Hayato: Mamãe… Como eu poderia imaginar que o papai fez isso contigo? Ele sempre me contou que você havia morrido de uma doença terminal e sem cura, ele mentiu pra mim e se certificou para que eu não tivesse grandes memórias ao seu lado, eu lembro tão pouco de ti.

Hayato chorou, sem consolo algum e com toda dor que sentia em seu pai, deixou-a sair em forma de lágrimas...

Hayato: Queria que ficasse mais, queria que fossemos passear juntos, andar à cavalo, correr na

grama alta, brincar de pique-esconde, te apresentar a mulher que eu amo, porque sei que iriam se dar tão bem. Lembro que tinha cabelos longos e pretinhos como os meus, os olhos eram iguais e a pele era tão bonita.

Hayato tentou lembrar da sua mãe, mas fracassava e isso o deixava triste, abatido e com ódio. Arthur tirou a pessoa que o Hayato mais amava.

Hayato: Você era tão boa, humilde de coração, nessa foto te vejo tão perto de mim…Ainda com os cabelos longos e sorridente, feliz e tão cheia de vida. Sei que onde quer que você esteja, você não quer que eu tenha ódio do meu pai, mas sinceramente te digo que está sendo impossível e falar que já o perdoei estaria mentindo e você não gosta ,mamãe. É verdade que pessoas que morrem assassinadas nunca morrem? Tem que está aqui comigo, mamãe.

Enquanto expressava seus sentimentos olhando para a foto da mãe, parecia louco e chorava a cada palavra que saía da sua boca. Sempre acreditou que a mãe o ouvia e que ela nunca havia morrido . Com toda aquela certeza, dormia abraçado com aquela foto e dizia sentir a presença dela todos os dias, que era reconfortante.

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