Primeiro beijo

Ao chegar em casa, no seu quarto, Hayato ficou com os seus pensamentos o restante da tarde... Chorava, pensava e repensava sobre o que havia falado para Ayla e por um momento começou se arrepender, temendo que o pai fizesse alguma maldade.

Mas, a maldade do Arthur não tinha fim e ele queria porque queria que o Hayato se casasse imediatamente, bolando outro plano para o filho, decidiu levar para a fazenda uma sobrinha Da Elisa… Ele a levou para que Hayato se apaixonasse, afim de casá-los…

Indo até o quarto do filho, o chamou para sala, com o propósito de que ele conhecesse Magali.

Arthur entra sem bater...

Arthur: Preciso que desça imediatamente.

Disse, com um tom de voz grosso.

Hayato: Só entra sem bater… O que é? Não tenho mais privacidade? Hm? Ou será que eu nunca tive?

Ele perguntou bravo e em forma de deboche com o pai.

Arthur: Desça imediatamente.

Saiu rapidamente do quarto, sem explicar nada para o filho e isso deixava Hayato bravo, porém… foi atrás do pai logo em seguida. Já conhecia o temperamento horrível do seu pai, então preferiu obedecê-lo.

Assim que desceu e foi para a sala, se deparou com a Magali, ela olhou pra ele e sorriu, enquanto ele continuava com um semblante bravo e ela imediatamente tentava disfarçar o sorriso que tinha soltado.

Hayato: O que quer comigo, papai?

Arthur: Isso são modos? Não vai cumprimentar a visita?

Hayato: Boa noite.

Magali: Boa noite, tudo bem?

Perguntava, sorrindo novamente para ele.

Hayato: Estou.

Ele respondia friamente, fazendo o sorriso da Magali se desmanchar aos poucos. Ele deduziu que ele era bom nisso.

Arthur: Essa daqui é Magali, sobrinha da Elisa. Magali, esse é o meu filho.

Magali se aproximou do Hayato…

Magali: É um prazer.

Ela estendia a mão e o Hayato só olhava, o que deixava o Arthur furioso.

Hayato: HAHA, os caprichos do meu pai…. Eu tenho mais o que fazer.

Dizia o Hayato com deboche e saindo da sala. O deboche era a única coisa que ainda deixava ele contente naquela casa.

Arthur correu até o Hayato.

Arthur: Para onde você vai, seu moleque?

Sussurrou.

Magali voltava a se sentar, muito triste.

Enquanto isso, o Hayato ia até o estábulo e pegava seu cavalo, saiu loucamente até a casa da Ayla, precisava muito ver a moça, ele sentia a necessidade de vê-la.

Arthur sentou ao lado de Magali...

Arthur: Não se preocupe, quando ele voltar, vocês vão conversar muito.

Magali: Ele já deve ter uma namorada.

Arthur: Ele não tem. Eu garanto.

Arthur tentava animar Magali, mesmo conhecendo os sentimentos de Hayato por Ayla.

Ao chegar na casa de Ayla, ele batia e esperava até que ela saísse para atendê-lo…

Ayla: Boa noite…

Hayato: Me desculpe vir esse horário… Eu sei que é tarde e que seu pai já deve está dormindo, eu não quero atrapalhar.

Ele dizia tudo muito triste e pra baixo.

Ayla: Não tem problema. Você está bem?

Hayato: Vamos conversar distante, eu não quero que o meu pai acorde. Tudo bem?

Ayla: Sim, claro…

A Ayla fechava a porta bem devagar para não acordar o seu pai.

Ayla: Vamos até aquela árvore. Corrida pra ver quem chega primeiro?

Ayla percebia a tristeza dele e antes que ele respondesse ela corria na frente, na intenção de deixar ele contente. Amava quando arrancava

sorrisos dele. Ela corria olhando para trás e tropeçou em uma pedra e caiu… Hayato correu rapidamente atrás dela…

Hayato: Você está bem? Se machucou muito?

Hayato tocou na perna de Ayla e viu que estava sangrando.

Ayla: Isso dói um pouco. Mas, consigo me levantar

Ela dizia, tentando colocar a mão no chão e levantar o seu corpo. Hayato não pensou duas vezes e pegou nos braços e levou até um banco que havia por ali perto…

Hayato: Está doendo muito? A culpa foi minha.

Mostrou uma expressão de medo em seu rosto.

Ayla: Eu não estou sentindo nada, eu que quis correr. Ah… E você? Você perdeu!

Brincava e sorria, tentando deixar o jovem mais calmo.

Hayato: Você é incrível, sabia?

Ele começou olhar para ela e ela sentia que ele nunca tinha olhado assim antes. Ela quebrava o

contato visual olhando para o lado, afastava seu corpo e em seguida, começou sentir um medo e tentava se levantar para ir pra casa, mas o Hayato se aproximou dela e a beijou… Naquele momento, ela não pensou direito, ficou assustada, mas não quis fugir.

Ayla se afastou dele dando um grito.

O Hayato olhava para os lados e tapava a boca dela delicadamente e sem força.

Hayato: Porque gritou? Eu fiz alguma coisa errada? Estou machucando os seus sentimentos? Desculpe, eu não queria lhe faltar com respeito.

Ele ficou confuso e não compreendeu nada,só pensou em algumas coisas que poderiam ter levado ela a gritar… Mas não tinha nenhuma conclusão, quem iria gritar depois de ser beijado?

Ela voltou a se aproximar dele, o beijando rapidamente.

Ayla: Desculpa por ter gritado, eu me assustei porque eu não estava esperando, eu não sabia que isso iria acontecer aqui e agora, foi o meu primeiro beijo e eu não sei como…

O Hayato a interrompe, lhe dando outro beijo fazendo com que esse fosse mais demorado que o outro.

Hayato: E você gostou?

Ele perguntava sorrindo, o que deixava ela com muita vergonha.

Ayla: E-Eu… Eu gostei.

Ela gaguejou, o que faz Hayato soltar um riso no final. Ele amava quando percebia que deixava ela nervosa, com as pernas bambas, com as mãos suadas e com as bochechas vermelhas

Ayla: Você rir porque já deve ter beijado várias garotas, mas eu nunca tinha beijado ninguém antes. E não deveríamos estar fazendo isso aqui, isso não é certo.

Com medo de alguém surpreendê-los ,ela quebrava o clima. Apesar de que nunca passava ninguém por ali, ainda mais aquele horário.

Hayato: Não estamos fazendo nada demais, fiz isso porque te amo. O amor não é um crime e ele precisa ser demonstrado de várias maneiras…

Ayla: De várias maneiras? Como?

Muito curiosa, ela perguntou e ele foi incapaz de responder sua pergunta.

Hayato: Está tarde, eu preciso voltar agora…

Disse, mudando de assunto.

Ayla: Mas, já?

Perguntava Ayla, um pouco triste.

Sempre queria um pouco mais de tempo com ele.

Hayato: Você queria que eu te beijasse mais?

Ayla: Não… Claro que não… Eu…

Ela ficou tímida e muito nervosa, o jovem rapidamente percebia e lhe dava um abraço.

Hayato: Eu poderia ficar aqui a noite inteira te abraçando, mas eu já tenho que voltar.

Eles ficaram em silêncio e Hayato de repente lembrava da Magali, ele sentia que o pai ia fazer alguma coisa…

Hayato: Linda? Olha pra mim. Eu tenho que te falar uma coisa que não é tão legal assim…

Hayato passava uma mecha de cabelo de Ayla para trás da orelha...

Hayato: Escuta atentamente, Ok? Bom… O meu pai é um homem egoísta, ele sempre quer que façam a vontade dele e eu jamais poderia ousar desobedecer uma ordem dele.

Hayato respirou fundo, e prosseguiu...

Hayato: O meu pai levou uma garota pra fazenda, com o propósito de casa-lá comigo. Eu sinto que é por isso e eu não faço ideia do que posso fazer, eu preciso ficar com você, porque eu amo você e não aquela garota.

Ayla imediatamente ficou triste e com medo.

Ayla: E você vai se casar com ela?

Perguntava com a voz trêmula e os olhos cheios de lágrimas…

Hayato: Eu não quero me casar, eu…

Ela interrompia, sem deixar chances para que ele se explicasse. A moça se levantou chorando

Ayla: Mas vai, né?

Hayato se levantou...

Hayato: Eu não vou, eu…

Ayla: Você não deveria ter me beijado, sabia? Eu achei que você ia ficar comigo agora, eu pensei que depois que me beijasse íamos nos casar e morar juntos…

A cada minuto que passava, ela chorava mais, Hayato se levantava e se aproximava dela, tentando acalmá-la.

Hayato: Por favor, vamos conversar…Eu já disse que te amo, acredita em mim, por favor.

Ele tenta tocá-la.

Ayla: Não encosta em mim, não chega perto… Acho que você quer fazer mal pra mim, não me toca, não me toca!

Gritando ao falar e chorando, ela saiu correndo e o Hayato não foi atrás, percebeu que ela estava muito assustada e tinha medo que provocasse algo mais sério. Ele voltou pra casa tarde e chorando, sem consolo algum...

Hayato chegou em seu quarto, se deitou e pensou...

Hayato: O que eu faço com a Ayla? Eu tenho que tentar explicar as coisas pra ela, de uma forma mais simples...

Pensou, cansou e dormiu...

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