IX

Eu e sua mãe somos de uma ramificação do clã que vivia na Espanha. Nós nascemos na Catalunha, assim como os lobos tem um Marrok em cada país, o nosso clã era a Ordem responsável por aquele país. Todos do clã que chegassem na Espanha se hospedavam em nossa casa e tudo que fizessem no país era de nossa responsabilidade. Eu nasci primeiro, tenho 320 anos de idade.

- Uauuu disse Elisangela surpresa.

- 320 Anos? – Perguntou Rebeka.

- Sim essa é a minha idade.

- Mas...

- O que houve minha jovem?

- A senhora...é uma loba certo?

- Sim sou porquê?

- Não é mais bruxa certo?

- Não desde que eu tive o meu primeiro filho.

- E porque a senhora parece ser.. Idosa...

- Está se referindo a senhorita Matilde Re?

- Sim Léo. Ela é mais velha e mesmo assim ela tem é...

- Eu entendi o que quiser dizer e essa resposta é bem simples. – Léo olhou para tia e ela o olhou nos olhos. – A quanto tempo a senhora não se transforma em lobo?

- Uns dois anos que eu lembre ou talvez um pouco mais, mas é a pouco tempo.

- É por isso viu?

- Mas o que isso tem haver? – Perguntou Mirela e Léo percebeu que Elisangela também o olhava com curiosidade.

- Nós lobos somos eternos, podemos viver para sempre, mas não somos imortais. Um lobo pode morrer com prata ou a mata- lobo ou de outras maneiras, mas nós também podemos como vocês envelhecer e morrer. Para que isso aconteça o lobo precisa apenas parar de se transformar isso não é um processo fácil, mas quando consegue isso é possível. A Re achou estranho minha tia parecer bem mais velha sendo que é tão nova, por que a senhora Matilde é mais velha e não aparenta ter a idade que tem.

- Eu as vezes me esqueço mesmo. – Disse Rita atraindo a atenção. – Nos últimos anos antes da sua chegada e dos caçadores eu tenho simplesmente ajudado a alcateia a crescer, como sou bruxa sou a curandeira, ajudo em partos e na criação dos lobos quase não me transformo mais diferente do meu marido que uma vez por mês se transforma, mas ele está como eu mais administrando do que se transformando e apenas em último caso ele chega a se transformar.

- Agora entendo tudo. – Disse Rebeka.

- Continuando sua mãe Léo era mais nova que eu, quando ela e minha outra irmã nasceram eu tinha apenas 15 anos de idade e já estava iniciando o meu aprendizado em magia.

- Minha mãe tinha uma irmã?

- Sim era gêmea dela o seu nome era Carmen ela recebeu o nome de nossa mãe e ela era mais velha que sua mãe porquê nasceu primeiro, sua mãe nasceu cinco minutos depois que ela e ela nasceu um dia depois que Carmen.

- Um dia depois?

- Sim elas nasceram próximas da meia-noite, Carmen nasceu por volta de 23:56 e Madalena nasceu as 00:01 por isso uma fazia aniversário um dia e a outra no dia seguinte mesmo sendo gêmeas.

- Que legal isso e diferente. – Disse Léo sorrindo.

- É verdade, sua mãe era doce e meiga, ela tinha lindos cabelos negros e olhos verdes...

- Que pareciam Esmeraldas? – Rita olhou curiosa para Léo. – O meu pai sempre fala isso quando falava dela e que ela tinha uma pele que lembrava o mais belo e doce chocolate.

- Ela puxou ao nosso pai ele era um belo Bruxo Moreno e aos olhos da nossa mãe ela era francesa e tinha olhos verdes.

- Eu e meu irmão não puxamos os olhos dela só do meu pai.

- Mas o seu tom de pele é igual ao dela, outra semelhança que tem com ela.

- Meu pai dizia que eu puxei a ele e o meu irmão a ela.

- Eu iria amar ter conhecido o seu irmão.

- Eu também queria conhecer ele melhor...

Rita percebeu que Léo mudou ao dizer essas últimas palavras e olhou para Rebeka.

- Ele e o irmão não se davam bem, não sei todos os detalhes, mas pelo jeito Jonathan culpava Léo pela morte de sua mãe já que ela morreu dando à luz a ele, eu só soube de Léo quando ele foi ao enterro, Jonathan sempre me disse que era filho único me surpreendi ao saber de Léo e porque ele odiava o irmão.

- Ele sempre me culpou pela morte dela, ele sempre me dizia que preferia que eu tivesse morrido do que ela...uma vez...quando eu me transformei pela primeira vez, ele quase me matou, minha primeira transformação foi em uma noite de Lua Cheia, eu não me lembro de nada, mas pelo que me contaram o meu irmão quase me matou e...ele não fez isso porque perdeu o controle na lua...ele deixou claro que queria mesmo me matar, que deixou de propósito a lua o consumir.

- Que horror...Léo eu não sabia disso...

- Tudo bem Re...sei que você o ama e muito eu não queria que a imagem que tem dele fosse corrompida por isso.

- Quantos anos você tinha quando isso aconteceu?

- A minha primeira transformação foi com 10 anos.

- 10 Anos? – Rebeka ficou mais chocada com a revelação.

- Aqueles nasceram lobos normalmente começa a despertar no início da puberdade afinal o lobo cresce junto com o lado humano, e assim com os humanos tem que aqueles se desenvolvem precocemente e outros tardios.

- Vejo que o seu irmão era mesmo apegado à minha irmã e...por um lado eu entendo ele, Madalena era realmente um amor, embora fosse uma bruxa ela era muito doce e cativava a todos parecida com um Lobo Alfa – Ômega.

- Lobo Alfa – Ômega? – Perguntou Elisangela.

- É um tipo diferente de lobo Eli, eles normalmente são mulheres, eles são capazes de acalmar todos em sua volta, mas eles vivem mais isolados porque não se dão bem alcateias.

- Em alcateias de lobos Urbanos porque nós os lobos de floresta os acolhemos.

- Como? – Perguntou Léo confuso. – Vocês os acolhem?

- Sim eles são os únicos Lobos Urbanos fora você que recebemos em nossos grupos, eles nos ajudam a controlar os jovens lobos e não sabemos o porquê, mas o último lobo dessa espécie que nasceu em uma alcateia de lobos de floresta foi a 70 anos, depois disso eles apenas tem nascido apenas em alcateia dos lobos urbanos.

- Essa eu não sabia...

- Mas agora sabe. – Rita sorrio e Léo sorrio em seguida. – Sua mãe conheceu o seu pai quando ela tinha 21 anos, ela tinha acabado de se tornar uma bruxa e era especialista em feitiços de proteção. Ouso dizer, mas nunca existirá outra bruxa com habilidades como ela em proteção, muitas alcateias inclusive a nossa usamos barreira de proteção, essa área aonde fica a nossa alcateia é uma região aberta das montanhas, qualquer humano poderia vir até aqui, mas o feitiço que sua mãe criou os confunde, sem perceberem os humanos não conseguem encontrar esse lugar e nem com a sua tecnologia avançando eles seram capazes de descobrir a nossa localização, pelo menos é o que pensávamos.

- É por isso que nós lobos urbanos praticamente mal sabemos aonde encontrar vocês?

- Sim o feitiço inibe até os seus sentidos e vocês não sabem disso, os lobos urbanos podem até chegar perto do nosso território, mas o feitiço os confunde e sem perceberem eles acabam desviando o caminho, muitos pensam até que estamos extintos.

- Eu também pensava isso, eu lembrei de vocês por causa dos colares e por se parecerem com índios, a maioria dos lobos de florestas se uniram aos índios.

- Sim é verdade, a maioria de nós tem a aparência indígenas, foram os primeiros humanos que tivemos contatos, assim como os lobos urbanos que resolveram viver em aldeias e em cidades nós continuamos a viver na floresta e assim como eles as mulheres dos índios atraíram os lobos.

- Uma mulher sempre é a responsável por atrair um lobo. – Comentou Elisangela.

- Realmente elas são mesmo.

- Então os lobos de floresta fizeram iguais aos lobos urbanos, só que eles encontraram alguém que vive no ambiente deles e não precisaram se esconder como fazem os lobos urbanos? – Perguntou Léo e Rita assentiu.

- Isso mesmo meu sobrinho foi isso que aconteceu, essa é a história da criação dos lobos de floresta e urbanos, agora quais foram os lobos que começaram isso? Bom isso nem mesmo nós sabemos.

- Entendi...e o meu pai foi até a Espanha e lá conheceu a minha mãe certo?

- Isso mesmo.

- Meu avô era italiano por isso sobrenome Pazzoni, eu lembro que o meu pai tinha dito que conheceu a minha mãe em uma de suas viagens, ele contou que explorava muito o mundo e apenas viajava como lobo e em uma certa viagem conheceu a minha mãe, ele nunca disse qual era o lugar porquê...ele sempre se emocionava quando falava dela. Ele me contou apenas algumas coisas sobre ela, mas deixou muitas lacunas...eu não sabia qual era nacionalidade da minha mãe por exemplo.

- Agora sabe que ela era espanhola, uma bruxa que pertencia um grande Clã de bruxos que era aliado dos lobos, e uma especialista em feitiços de proteção e que conheceu o seu pai quando ele estava na Espanha.

- Sim graças a você tia.

- Lembro que quando o seu pai foi até em casa ele estava malvestido e iria comprar roupas novas, mas o meu pai disse que não precisava e o acolheu em nossa casa. Ele contou o que disse que era um viajante de onde estava vindo e que encontrou com a minha irmã por acaso, ele estava dormindo em uma árvore. Minha irmã foi pegar água no rio e pensou que ele estava morto, ela disse que ele se assustou quando acordou e ela também e que acabou sem querer jogando a água nele. Ela me contou também que ele estava na forma de lobo quando ela o encontrou e como o nosso clã e lobos eram aliados ela queria ajuda-lo e quando voltou a forma humana foi amor à primeira vista.

Léo olhava atentamente e admirado para Rita percebeu Rebeka e não apenas ela, mas suas amigas também perceberam isso.

- Ele disse que voltaria a Itália, mas prometeu que iria voltar, o meu pai o ajudou pagando a passagem em uma embarcação, dois meses depois ele retornou agora bem vestido conversou com a minha irmã e no final ele a pediu em casamento e ela aceitou. Ele mandou uma carta para a família dele, o pai e a mãe vieram a Espanha e eles se casaram e depois se mudaram.

- Meu pai me contou que ele encontrou a cidade Lincaon em uma de suas viagens e gostou de lá, contou que depois que se casaram ele se mudou para lá com a minha mãe, e quando a minha vó morreu o meu avô se mudou para a cidade e o resto...você agora já sabe.

- Sim eu sei a minha história foi parecida com a da sua irmã, conheci o meu marido acidentalmente 20 anos depois da sua mãe ter se casado. O navio dele atracou na Espanha porque estava com problemas, eu estava no porto e o vi, ele viu e...

- Foi amor à primeira vista? – Completou Rebeka e Rita assentiu com a face corada.

- Ele não tinha família, eles foram mortos por caçadores, mas ele tinha uma alcateia essa aqui, quase todos foram para lá, sua mãe e seu pai também foram e depois viemos para cá. O último Marrok resolveu não querer mais ser lobo e então envelheceu e morreu, e o meu marido que era o seu Beta foi eleito Alfa e Marrok.

- É linda a história de vocês duas. – Comentou Léo e Rita assentiu sorrindo. – Obrigada meu sobrinho.

- Mas ainda tenho uma dúvida.

- E qual seria?

- Você ficou surpresa quando soube que a minha mãe ainda era uma bruxa mesmo depois de ter o meu irmão.

- Sim e ainda estou.

- Porque?

- Mesmo sendo bruxa como pode ver o meu caso eu assim que tive o meu primeiro filho eu logo me tornei uma loba e isso deveria acontecer também com a sua mãe.

- Feitiços não podem retardar isso? Você disse que a minha mãe era perita em feitiços de proteção, e se ela criou um que a protegia da Licantropia?

- É possível, é possível que esse seja o motivo da morte dela!

- Como assim?

- Para entender isso preciso falar sobre Carmen e depois confirmar as minhas suspeitas.

- Que suspeitas?

- Que talvez por influência dela sua mãe possa ter tentando criar esse feitiço para não se tornar loba e por isso ela morreu!

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