Rebeka e as amigas se revezam enquanto cuidavam de Léo e dos bebes. Os ferimentos do corpo de Léo demoraram alguns dias para começarem a se curar.
- Tudo bem gente isso é normal – Disse ele com a voz baixa e fraca.
- Normal Léo? – Disse Rebeka preocupada. – Jonathan me ensinou que lobos se curam rápido não importa o tipo de ferimentos com a exceção dos causados pela prata!
- Isso é verdade Re...mas...
- Mas o que?
- Está vendo essas queimaduras? – Rebeka olhou para algumas queimaduras que haviam nos braços e nas costas de Léo e assentiu. – O Marrok me puniu com mata lobo, é por causa delas que estou demorando me curar. Essa planta não só queima e me fere como a prata, mas também ela interfere no sistema de cura.
- Marrok! – Disse Elizangela devagar. – O que é esse Marrok Léo? Você ficou assustando quando soube dele.
Léo fez uma pausa ao escutar a pergunta e fechou os seus olhos. Ele se lembrou de tudo o que havia acontecido com ele quando foi levado. As meninas se preocuparam com a reação de Léo e Elisangela se sentiu culpada, ela viu que aquilo estava acabando com Léo. Quando iria se desculpar ele abriu os olhos e calmamente começou a falar:
- Como sabem em uma alcateia existe o Alfa o líder, o Beta seu segundo em comando e os seus subordinados ok?
Todas assentiram e Mirela respondeu.
- Sim nós lembramos Léo.
- Então Mih, o Marrok é um tipo "Especial de Alfa!"
- Tipo especial de Alfa?
- Sim ele é um alfa que comanda demais alcateias do país! Ele é... como explicarei de uma maneira melhor. – Léo pensou por uns segundos e após encontrar a resposta tornou a falar. – Ele é como o presidente, por isso ele comanda toda as alcateias do país. Cada país existe um Marrok e os alfas das demais alcateias seriam como prefeitos digamos assim!
- Uauu não sabiam que existiam isso entre os lobos.
- Existe muita coisa Mih, a diferença é que esse Marrok, o que está aqui ele comanda os lobos de floresta!
- Os lobos urbanos também possuem um Marrok Léo? – Perguntou Rebeka e Léo assentiu.
- Sim Re e aqui o Marrok ele se chama Giuseppe Maroni, ele é um dos lobos mais velho, mais até do a senhorita Matilde. Ele é italiano e dizem que é um dos bisnetos de Lupa por isso é mais velho.
- Entendo pena que ele não pode nos ajudar. – Disse ela com a voz triste.
- Mesmo se ele soubesse do meu caso ele não poderia fazer nada...não há diálogos e lembre-se lobos de floresta não gostam de lobos urbanos. Nem um acordo pode me salvar e eu estou à mercê deles pelos meus crimes.
- Seus crimes?
- Uhum.
- Mas Léo você sem querer entrou no território deles, pode ser uma infração idiota de lobos, mas é só uma! Quais sãos as outras infrações? E que acordo é esse?
- Ok vamos em partes. – Léo se levantou com dificuldades e se encostou na parede, ele olhava para cada uma vez e ao ver que todos estavam prestando a atenção voltou a falar. – Como eu disse antes não existiam os lobos de floresta e os lobos urbanos. Isso foi um rótulo que os lobos assumiram entre si. Os lobos que migraram para a cidade, e seus filhos que vivem mais na forma humana do que lupina ficaram conhecidos dessa forma como lobos urbanos por causa da cidade! E os lobos que continuaram vivendo na natureza ficando mais na forma de lobo do que humana esses se tornaram os lobos de florestas.
Para evitar uma segunda extinção como aconteceu com os filhos de Lycan, os lobos urbanos e de floresta entraram em um acordo. Esses lobos nunca iriam invadir o território um do outro, exceto em alguns lugares que são neutros, bares, boates, hotéis e até na sede a autoridade!
- A autoridade tem uma sede? – Perguntou Mirela surpresa.
- Sim tem Mih, eles têm sedes em todo o mundo a principal fica na Itália como sabem por causa de Lupa.
- Uauu.
- Só que a autoridade ela foi criada por lobos urbanos, que tentam coexistir com os de floresta, mas sem invadir o território ou quebrar o acordo feito. Quando os lobos de floresta precisam de ajuda a autoridade manda lobos para ajudarem. Os lobos de floresta aceitam, mas ainda continuam com o pensamento de não se misturar com lobos urbanos.
- Entendo Léo, mas agora fale dos seus crimes! – Exigiu Rebeka e o olhava seriamente.
- Meus crimes segundos eles, são a invasão e outro é gravíssimo.
- Qual?
- Assassinato!
- Assassinato? – Perguntou ela surpresa. -Mas Léo você não ma... – Rebeka se interrompeu e levo a mão a boca. Ela se lembrou dos lobos, os gêmeos que Léo matou a protegendo e suas amigas, os lobos que haviam matado o guia e as duas jovens que os acompanhavam e é claro o caçado! – Aqueles gêmeos!
- Sim Re eles mesmo e para minha sorte eles...eram....eram... – Mordo mordeu os lábios e não conseguia concluir a sua frase.
- Eram o que Léo? – O lobo respirou fundo e levou as mãos no rosto, as meninas se olharam trocando um olhar silêncio e tornaram a olhar para Léo. – Léo?
- Eram filhos do Marrok! – Respondeu o lobo com as mãos ainda no rosto e sua voz saiu um pouco abafada, mas todas puderam ouvir a resposta do lobo.
- Isso mesmo! – Disse a mulher de meia idosa assustando a todos principalmente a Léo. – Eles eram os meus filhos!
- Seus filhos? – Perguntou Rebeka surpresa e a mulher assentiu.
- Sim meus meninos e você meu rapazinho. – Ela apontou para Léo que inconscientemente recuou um pouco. – Você os matou...matou os meus filhos.... – Lágrimas escorriam pelo rosto da mulher, ela tentava se manter firme mas diferente dos dias anteriores dessa vez as lágrimas a estavam dominando. – Gabriel e Giuliano. Esse eram os nomes dos meus filhos! Todos jovens. O mais velho Gabriel era casado e tinha uma filha de dois anos de idade, o mais novo Giuliano ele...iria se casar amanhã deixou uma jovem viúva por causa de você!
Léo abaixou a cabeça e escutava tudo o que a mulher dizia. Rebeka mordeu os lábios ao ver como aquelas palavras feriam Léo. Sim ele havia matado duas pessoas. Duas pessoas importantes morreram deixando entes queridos, pessoas ou seres que sofriam por sua morte. Por um momento ela se lembrou de Jonathan, tudo o que sentiu e ainda sentia após a morte de seu amado. Ela por um lado compreendia bem tudo o que a mulher estava dizendo, mas também não concordava com aquela atitude!
- Escute minha senhora!
A mulher virou na direção de Rebeka e a olhava.
- Meu nome é Rita minha jovem!
- Certo senhora Rita! Eu entendo bem como a senhora se sente!
- Me entende? – Ela fuzilava Rebeka com os olhos, mas as lágrimas continuavam escorrendo de seus olhos. – Você perdeu algum entende querido? Aliás esse seu ente querido foi assassinado, tomado de você de maneira cruel?
- Sim! – Disse Rebeka e agora as lágrimas escorriam de sua face, esse gesto surpreendeu a mulher e não apenas isso. Rebeka percebeu que o nariz dela mexeu um pouco como se estivesse farejando algo, ao encontrar o que procurava aquilo a deixou chocada. – O irmão mais velho de Léo! – Ela olhou para ele e Léo ergueu o rosto a olhando. – Ele se chamava Jonathan ele...era o meu noivo e foi tirado de mim de maneira cruel!
Ela explicou sobre o seu noivado com Jonathan, de quando foi viajar para a sua cidade natal para conhecer seu pai e seu avô. Explicou também da noite em que Jonathan foi morto a protegendo dos ataques dos caçadores.
- Viu... eu entendo bem como a senhora se sente! Léo estava nos protegendo...desde o início ele se desculpou e tentou dialogar dizendo que não sabia que era território de vocês, mas os seus filhos não deram bolas e vieram para cima de nós e Léo nos protegeu! Ele prometeu isso a Alfa dele de nos proteger com a sua vida, e agora por nossa causa ele está passando por tudo isso. Eu estou aprendendo sobre lobos. Os humanos erram e muito e os lobos também erram!
- Re.... – Disse Léo com um tom de alerta, mas ela o ignorou e continuou falando.
- Sei que não vai gostar do que eu vou dizer mas é a verdade. Se Léo soubesse que esse era seu território ele não iria vir para cá! Todo lobo sabe que não deve invadir o território de outro, eu aprendi isso com Léo e com o irmão dele! Vocês o estão condenando por algo de errado que ele fez, mas me digam como ele poderia saber? Como? Ele nos contou que lobos como vocês são praticamente impossível de se achar então como ele iria saber que esse lugar era habitado por lobos como vocês?
Léo ficou surpreso com o que estava vendo. Rita estava em silêncio e mostrava não saber o que responder a Rebeka.
- Eu... – Disse ela rompendo o silêncio. – Não sei o que responder minha jovem, você tem o coração puro e suas palavras são verdadeiras. Eu sinto muito pelo meu egoísmo e pelo seu noivo. Eu entendo que esse jovem só estava protegendo a você e essas outras lindas jovens, eu não me interesso pelos problemas da alcateia. Não pelo lado administrativo assim posso dizer, para mim esses lobos são como meus filhos. Cada um deles eu vi nascer, crescer, terem seus filhos e aumentar a nossa alcateia. Me vejo mais como uma mãe deles e não como Beta!
- Você...é a Beta! – Disse Léo chocado.
- Léo ela é esposa do alfa esqueceu? – Disse Rebeka e ele balançou a cabeça negando. – Não é pelo fato dela ser a esposa do alfa que ela é a beta. Lembra que comparei o Marrok ao presente?
- Sim.
- Então o presidente é quem manda no país, mas a primeira dama ou nos lugares em que o presente é uma mulher o primeiro cavalheiro não tem o mesmo poder do presidente, e a mesma coisa é com as alcateias não é por ela é esposa do alfa que ela é uma beta.
- Normalmente os betas são homens! – Disse a mulher continuando o discurso de Léo. – E não uma mulher, e ainda mais a mulher do próprio alfa você é bem sábio meu jovem. Muito sábio para sua idade, eu sou a beta por que os meus filhos me escolheram para essa posição.
- Interessante você me lembra a minha Alfa...Matilde! Ela sempre dizia que nós éramos como filhos dela e não apenas lobos de uma alcateia!
- Mulher sábia ela, e meu jovem saiba que mesmo com dor...eu não tenho ódio de você. Queria deixar isso claro por isso vim até aqui responder por mim.
- Obrigado por suas palavras. – Disse Léo com sinceridade e a mulher sorrio, mas logo o seu sorriso se desfez.
- Mas sinto muito pelo que vai acontecer a você.
- Vão me matar não é?
- Na verdade é você quem vai se matar!
- Como é que é? – Não apenas Léo a todas olhavam confusas para Rita.
- Isso mesmo meu jovem você vai se matar!
- Espera por que eu irei fazer isso?
- Você irá depois que matar todas essas meninas e os bebes!
- Eu não farei uma loucura dessas! – Rebateu Léo mostrando estar irritado. Rita o olhava com calma e suspirando tornou a falar.
- Meu jovem... – Agora a dor podia ser ouvida em sua voz. – Não se perguntou por que depois de sua punição colocaram você na mesma cela que suas amigas? - Léo olhava tentando encontrar uma resposta, mas como não conseguiu Rita respondeu por ele. – É uma resposta bem óbvia meu jovem.
- E o qual seria?
- Semana que vêm, exatamente em pleno sábado, teremos uma noite de lua cheia!
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Comments