VI

As explosões continuavam. Os gritos e uivos continuavam a serem ouvidos.

- Estão todas bem? – Perguntou Léo com dificuldade.

- Sim estamos Léo. – Disse Rebeka erguendo a sua cabeça e o olhando.

Léo segurava com dificuldade uma parte do teto que havia desabado sobre eles por causa da explosão, seu corpo estava ferido e seu sangue escorria pela lateral de sua cabeça.

Elisangela e Mirela usaram os seus corpos como escudos para proteger os bebes, Rebeka usou o seu para proteger além dos bebes amigas e Léo, para proteger a todos. Com dificuldade o jovem lobo jogou o enorme bloco para o lado e cambaleante se afastando.

Rebeka se aproximou e o segurou evitando que ele caísse.

- Obrigado Re...

- Não há de que Léo.

- Nós é quem te agradecemos! – Disse Mirela e Elisangela assentiu. Os bebes começaram a chorar e as duas tentavam acalma-los.

Olhando em volta Rebeka percebeu que parte da prisão havia sido destruída pela explosão. Eles estavam livres, tinham agora a chance de fugir.

- Vamos aproveitar e ir embora! – Disse ela e todos assentiram.

Quando estavam para sair um gemido chamou a atenção de todos.

- A senhora Rita! – Disse Léo olhando para trás. A loba estava sobre os escombros e estava viva, mas assim como o lobo muito ferida. A parte inferior de seu corpo estava soterrada e a parte superior estava a mostra.

Léo se afastou de Rebeka que segurou em sua mão o impedido.

- Léo vamos embora!

- Não Re...tenho que ajudá-la! – Léo olhou atentamente em seus olhos o que surpreendeu Rebeka. O olhar de Léo mostrava que ele estava preocupado com ela e ao mesmo tempo determinado a ajudá-la. Ela soltou sua mão e o lobo sorrio. – Obrigado.

Léo se aproximou ainda cambaleando, e ao se aproximar com dificuldades começou a remover os escombros.

- Porquê...está fazendo isso? – Disse Rita com dificuldades. – É a sua chance de fugir menino...por que não vai embora? Por que me ajuda?

- Eu já disse o porquê! – Léo também falou com dificuldades enquanto removia os escombros. – Você me lembra a minha alfa, ela nos vê como filhos e não apenas parte de uma alcateia. Se eu te deixasse eu não ir ficar em paz, iria ter um peso enorme na minha consciência. Te deixar aqui seria para mim o mesmo que deixar a minha alfa e minha mãe para trás!

As palavras de Léo surpreenderam Rita, e não apenas a ela, mas a todos no local. Ele continuava removendo os escombros. Rebeka se aproximou e começou a ajuda-lo o que surpreendeu mais ainda a loba.

- Ela também é como uma mãe para mim! – Disse ela e olhou nos olhos da loba. – Quando Jonathan morreu eu fiquei sozinha na cidade, não conhecia ninguém apenas ele pelo fato de eu ter ido para conhecer a sua família, ela me acolheu em sua casa e cuidou de mim. E depois pediu a Léo para continuar cuidando e me protegendo, eu entendo ele e penso da mesma maneira. – Com um sorriso no rosto Rebeka continuou ajudando Léo.

Elisangela deixou Denis com Mirela que o segurou e se juntou a Léo e a amiga.

- E você? – Perguntou Rita.

- Eu os entendo, eu conversei pouco com a senhora Matilde, mas assim como Rebeka disse ela me tratou com uma filha e o que Léo disse é verdade, olhando para você e vendo o que faz pela sua alcateia, realmente você é como uma mãe e uma mãe nunca deve ser abandonada!

A loba ficou mais surpresa e olhava atentamente para cada um dos jovens. Mirela se aproximou ao ver que uma parte ao lado de Rita estava sem os escombros e ficou ao lado da loba.

- Eu também não falei muito com a senhora Matilde quer dizer...falei mais que a Eli, mas ela também cuidou de mim como filha e Eli esqueceu de dizer que ela também pediu a Léo para cuidar de nós como ele faz com a Re. Embora eu não tenha gostado do que fez com Léo por um lado eu te entendo. Assim como você eu também sou mãe e faria a mesma coisa se alguém maltratasse ou matasse os meus filhos! – Denis e Meliane pararam de chorar. Os bebes olharam para a loba e em sincronia estenderam os seus bracinhos tocaram o rosto da loba. – Viu até eles também querem ajudar você.

Rita fechou os olhos e um sorriso aparecer em sua face. O toque dos bebes a reconfortava e ela agradeceu a todos pela ajuda. Mirela ficou com conversando com ela enquanto seus amigos trabalhavam.

Quando conseguiram retirar todos os escombros Léo a segurou no colo e com cuidado saíram da prisão. Todos estavam tão empenhados em salva-la que não perceberam quando o ataque havia cessado.

Ao colocarem os pés para fora de prisão todos ficaram parados e chocados com o que viam. Um pequeno grupo de lobos, dez que Léo pode contar estavam do lado de fora e rosnavam prontos para atacar. Outro grupo com um número maior na forma humana se uniu aos lobos, armados com facas, arcos e flechas, lanças e armas de fogo perceberam todos. O Marrok foi o último a aparecer, e ao ver Léo com Rita no colo ferida se aproximou a olhou chocado.

- Ela está bem! – Disse Léo para o rapaz que continuava chocado. – Ela só está ferida. mas é forte vai sobreviver.

- Ele diz a verdade meu amor. – Ao ouvir as palavras de Rita a expressão do Marrok mudou. Ele pode relaxar e agora o alivio era visto em sua face. – Graça a ele e suas amigas eu estou bem, eles me salvaram me tirando dos escombros.

O Marrok se aproximou mais e Léo com cuidado entregou Rita para ele. Ao ter a amada em seus braços o Marrok olhou para cada um dos jovens, quando o seu olhar parou em Léo ele disse:

- Por que?

- É vou ter que repetir de novo! – Ele suspirou e Rita e as meninas começaram a rir. O Marrok olhou confuso para esposa estranhando aquela atitude, e quando Léo tornou a falar ele voltou a olhar para o jovem. – Ela lembra a minha Alfa!

- Sua Alfa?

- Sim, a minha alcateia foi atacada por caçadores e quase foi toda dizimada!

- Caçadores? – Repetiu o Marrok voltando a ficar chocado.

- Isso mesmo caçadores, o meu antigo Alfa era marido dela e quando ele morreu ela assumiu o seu lugar, era a pessoa mais indicada para a posição. Sua mulher me lembra muito ela. Ela sempre nos dizia que nós éramos mais do que uma alcateia para ela e sim que éramos a sua família. Sua mulher me disse a mesma coisa e olhando para ela eu vejo a minha alfa e a minha mãe! Sei que vocês vão dizer que eu sou burro por ter ajudado ela.

- Sim você é muito burro menino! – Respondeu o Marrok. – Burro demais por ajudar os seus inimigos, aqueles que só lhe fizeram o mal!

- É eu sei que sou burro...

- Mas por um lado eu lhe sou eternamente grato! – Aquelas palavras ditas pelo Marrok surpreenderam a Léo e suas amigas. – A alcateia é tudo para mim! Não apenas essa na qual eu vivo, mas todas que me nomearam Marrok. Eu e a minha mulher compartilhamos o mesmo pensamento. Eles são mais do que uma alcateia para nós, são como nossos filhos, são uma parte de mim! E além deles ela é uma parte muito importante eu não conseguiria viver sem ela do meu lado.

- Oh Augusto! – A face de Rita ficou levemente corada, a loba segurou o rosto do Marrok e o beijou. Todos comemoraram e os lobos uivaram, Léo olhou para as amigas sorrindo e as mesmas assim como ele começaram a sorrir.

                                                   ***

O Marrok decretou a todos que Léo e suas amigas não eram mais inimigos da alcateia. Todos concordaram e agradeceram a ele e suas amigas por terem cuidado de sua beta e sua mãe.

Na casa do Marrok a maior de todas as casas com exceção da prisão e da grande casa de conferencia. Algumas lobas estavam no local cuidando dos ferimentos de Rita, Léo e as demais.

- Então caçadores dizimaram grande parte da sua alcateia meu jovem? – Perguntou o Marrok e Léo assentiu.

- Eu não estava no local no momento, eu estava em outra cidade e assim que eu soube fui correndo para a minha cidade e lá soube do ocorrido. A Re estava lá e ela pode explicar melhor. – Léo olhou para ela. O Marrok e Rita junto com algumas lobas seguiram o seu olhar olhando para a jovem. Rebeka de inicio ficou sem jeito por ser o centro das atenções. – Poderia explicar para eles Re?

Assentindo Rebeka respirou fundo e começou a falar. Ela contou a partir da festa. Contou que estava dançando com Jonathan seu falecido noivo e o irmão de Léo. Contou dos tiros e todos gritando desesperados anunciando que eram caçadores. Revelou como um grupo pequeno dizimou quase toda uma alcateia e entre eles o seu noivo, seu sogro e o avô de Léo fora é claro, o alfa da alcateia. Ela revelou o que a senhora Matilde a nova alfa havia informado que noventa e cinco por centro da alcateia havia sido dizimada.

- Foi exatamente como horas atrás! – Anunciou o Marrok atraindo agora atenção para si. – Caçadores eles continuam nos caçando!

- Tenho uma dúvida. – Disse Léo e o Marrok o incentivou a perguntar. – Eu não conheço muito, mas sei que lobos como vocês são praticamente impossíveis de serem encontrados.

- Isso é verdade meu jovem.

- Os caçadores focam mais os lobos urbanos como eu, por que vivemos nas cidades e para eles é mais fácil nos encontrar então...como eles descobriam esse local?

- Essa é uma pergunta que eu também estou fazendo a mim mesmo meu jovem! – O Marrok respirou fundo. Léo percebeu que ele realmente não sabia como responder aquela pergunta e aquilo o preocupava.

- Vão vir mais! – Disse Léo e ele assentiu.

- Sim virão meu jovem e teremos que estar atento para quando essa hora chegar.

- Verdade...querem ajuda? – As palavras de Léo surpreenderam a todos inclusive as suas amigas.

- Léo? – Rebeka tocou em seu ombro atraindo a sua atenção. – O que você está dizendo?

- Eu quero ajuda-los Re!

- Mas essa...

- Guerra não é sua! – Disse o Marrok completando a frase por ela.

- É eu sei que não é.

- Mas então por que quer nos ajudar?

- Por causa dela! – Ele olhou para Rita e ela sorrio. – Já disse o por que ela lembra a minha alfa. A minha mãe e se eu não ajudar ficarei com um peso na consciência, será para mim como se eu deixasse a minha alfa para a morte por isso quero ajudar!

- Você é mesmo burro garoto!

- Diga algo que eu não saiba?

- Mas agradecemos a sua ajuda, e sim a aceitamos!

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