Lobo de Floresta
O índio esperou alguns segundos e saltou para o lado direito desviando do ataque de Léo que estava em sua forma de Lobo.
Girando novamente agora era o índio quem saltou na direção de Léo, em pelo ar o seu corpo crescia e suas roupas se rasgaram. O lobo Léo foi derrubado e sobre ele estava outro lobo.
O lobo tinha pelos brancos com algumas manchas pretas pelo corpo que o fazia parecer mais um dálmata do que um lobo. Seus olhos eram azuis e a ponta de sua calda era cinza.
O lobo rosnava e mostrava suas presas que estavam a centímetros do rosto de Léo.
Léo não se deixou intimidar e com um movimento rápido atingiu o lobo com sua pata dianteira esquerda, o lobo branco virou e quando se preparava para morder Léo, mas ele foi mais rápido e rolou para o lado se afastando e ficando de pé.
Os dois lobos se encaravam e rosnavam um para o outro. Eles se encaram por mais ou menos um minuto e então novamente partiram para o ataque.
O lobo branco mordeu Léo bem na jugular. Léo soltou um gemido feroz e ao mesmo tempo de dor, virando o rosto e mordendo na orelha do lobo branco.
Agora era o lobo quem soltava um gemido de dor, virando o corpo para o lado oposto ao de Léo que jogou com tudo sobre ele. O corpo de Léo caiu e novamente o lobo branco estava sobre ele. Léo tentou virar o corpo como da vez anteriormente, mas dessa vez o lobo branco estava atento e impediu que Léo girasse o corpo e novamente mordeu Léo na jugular.
- NÃO! — Gritou Rebeka ao ouvir novamente o gemido de dor de Léo e ver o seu pelo marrom ficar vermelho com o seu sangue. O lobo se preparava novamente para morder Léo, ele conseguiu novamente se levantar e ao ficar em pé rapidamente se jogou sobre o lobo branco. O corpo do lobo foi jogado e parou ao se chocar contra uma grande pedra. Léo estava agora sobre o corpo do lobo branco e com um rápido movimento o mordeu na jugular e virando a cabeça o som de ossos quebrando puderam ser ouvido.
Léo se afastou e o corpo do lobo branco ficou imóvel e em segundos ele voltou a forma humana. Léo se aproximou de Rebeka e as demais, seu sangue banhava todo o seu pelo na lateral de seu corpo e algumas gotas a pingavam no chão.
Rosnando o lobo encarava os demais índios que agora estava próximo ao corpo do Índio que Léo acabara de matar.
Eram cinco índios contando com os gêmeos que Léo havia matado. Da floresta outros Índios e lobos se aproximaram e encaravam Léo. Abrindo caminho um lobo apareceu.
Ele tinha pelos negros com algumas manchas brancas que se pareciam com listras, e seus olhos eram azuis. O lobo parou ficando frente a frente com Léo que continuava rosnando.
O corpo de lobo mudou começou a tremer e em segundos no lugar do lobo havia uma pessoa. Ele tinha o corpo musculoso e pele morena, olhos verdes e cabelos negros com alguns fios grisalhos. O rapaz estava apenas usando uma calça jeans marrom surrada e suas mãos estavam fechadas.
- Você...matou os meus filhos! — Disse o índio com a voz grave. Léo novamente rosnou para ele e se preparava para atacar. — Vocês invadiram nossas terras!
Rebeka percebeu algo curioso. Após Léo ter rosnado o índio respondeu em seguida como se entendesse o que Léo estava dizendo mesmo em sua forma de lobo.
- Vocês invadiram, e por ser um lobo sabe do que acontece quando o território de um lobo é invadido! — Léo novamente rosnou, mas agora recuou um passo e o índio se aproximou. — Todos vocês iram morrer principalmente você lobo!
Ao escutar essas palavras Léo correu em direção ao índio que mesmo na forma humana partiu na direção de Léo. Rebeka pensou que assim como os gêmeos o índio iria mudar para a forma de lobo para assim poder lutar contra Léo, mas algo completamente a surpreendeu. O índio continuou na forma humana e desviando o corpo para a esquerda atingiu o rosto de Léo com um o soco.
Léo ficou um pouco atordoado e novamente o índio atingiu sua face o fazendo recuar. Levando a mão no bolso o índio retirou uma estranha planta, planta tinha o caule é reto, as folhas eram arredondadas e de cor roxa. Apertando com força a flor um liquido meio amarelado podia ser visto escorrendo pela mão do índio que novamente socou o rosto de Léo, o mesmo recuou um passo, mas agora novamente voltou a gemer de dor.
- Léo não! — Rebeka se preparava para correr na direção de Léo, mas foi impedida.
Alguns dos índios estavam ao seu redor e haviam cercado Elisangela e Mirela que seguravam de maneira protetora os bebes.
Ao ver as meninas cercadas Léo ignorou o índio e tentou correr na direção de Rebeka, mas isso foi um grande erro. O índio atirou a planta que havia esmagado com as mãos na direção de Léo que atingiu o seu rosto com um pouco de seu sangue.
Ao atingir o seu rosto Léo novamente gemeu de dor. Ele voltou imediatamente a forma humana, seu pescoço sangrava com as mãos no rosto gritava mais ainda de dor.
- AAAAAHHHHH! — Léo caiu no chão e se debatia de dor. O índio se aproximo e afastando suas mãos de seu rosto parou com pé próximo de sua garganta.
Elisangela e Mirela estavam chocadas com a cena que estavam vendo. Rebeka caiu de joelhos mostrando estar mais chocada ainda que as amigas.
O rosto de Léo estava em carne viva, sangue e pus escorriam por sua face. Seu olho direito estava inchado e completamente fechado e o esquerdo Léo mal conseguia abri-lo.
- Sua morte será lenta e dolorosa lobo! — Disse o índio com a voz grave e autoritária. — Mas não será aqui...você morrer na frente do meu povo, vai pagar por ter matado os meus filhos!
Tirando o pé da garganta de Léo o índio se aproximou novamente socou o rosto de Léo, o impacto foi tão forte que ao receber o golpe Léo desmaiou imediatamente. O índio se levantou e ordenou para levarem Léo e os demais.
Ao sentir as mãos dos índios segurando com firmeza o seu braço Rebeka começou a gritar e a se debater.
- Me soltem! Léo! Eu tenho que ajudar o Léo me soltem, ME SOLTEEEEEEEM!
***
Todos foram levados pela floresta. Léo era carregado por dois índios e quatro lobos os cercavam. Rebeka, Elisangela e Mirela que carregavam os bebes no coloco caminharam em silêncio no meio dos lobos.
No meio da floresta uma grande caverna foi avistada e na entrada dois lobos de pelos cinzas podiam ser vistos, os lobos tinham os olhos amarelos, um deles tinha o focinho e as pontas das orelhas de cor branca, o outro tinha manchas nos mesmos lugares eram de cor preta. Os lobos se afastaram e grupo adentrou a caverna. O lugar estava um pouco escuro, mas sem dificuldade Rebeka e as demais podiam caminhar pelo local. Todos caminharam dentro da caverna por mais ou menos quinze minutos e ao saírem da caverna Rebeka e as demais ficaram surpresos com que estavam vendo.
Uma pequena cidade podia ser vista, rodeada pela floresta a cidade possuía casas de madeiras. As casas eram parecidas umas pequenas de cor brancas, outras amarelas e azul, apenas duas eram diferentes percebeu Rebeka, a primeira ao norte era maior tanto em altura como ele largura, a casa era de cor amarela e imagem do rosto de um rosto lobo pintado em branco podia ser visto. A outra casa era parecida com a casa ao norte a diferença eram a cor da casa, ela era branca e a imagem de um crânio pintado de vermelho estavam gravados sobre ela.
Rebeka e as demais caminharam junto com os lobos até a casa com a caveira, o local estava empoeirado e algumas celas podiam ser vistas. As celas possuíam barras de metal e nas paredes algumas rachaduras podiam ser vistas.
- Uma cadeia? — Perguntou Mirela observando o local.
Dois lobos um homem e uma mulher abriram uma das celas que ficava do lado esquerdo, o local possuía dois colchões de casais percebeu Rebeka. Ela e as amigas foram obrigadas a entrarem na cela.
Ao entrarem a mulher fechou a porta e as trancou. Em seguida caminhou na direção da cela que ficava à direita, abrindo a porta na cela apenas um colchão de solteiro era visível no local. Os outros índios entraram ainda carregando Léo que estava desacordado e o jogaram na cela.
Léo caiu próximo ao colchão e continuou desacordado, a mulher fechou a cela de Léo o trancado e todos os lobos se retiraram, uma grande porta de Metal foi fechada e em seguida trancada e apenas a luz do sol iluminava o local.
- A Léo... — Disse Mirela olhando aflita para ele. — Temos que ajudá-lo.
- Quando pretendiam em contar? — Disse Elisangela atraindo a atenção das duas.
- Eli olha... — Mirela não sabia o que dizer, ela olhou para Rebeka na busca de alguma orientação, mas Rebeka apenas olhava aflita para Léo ignorando as amigas. — Re... o que iremos fazer?
Respirando fundo Rebeka olhou para Mirela e em seguida para o bebe em seu colo. Mirela carregava o pequeno Denis que dormia tranquilamente no colo da mãe, virando o rosto o seu olhar se encontrou com a pequena Meliane que assim como o irmão dormia tranquilamente no colo de Elisangela. Que inveja desses pequenos pensou Rebeka. Eles dormem tranquilamente como se nada estive acontecido.
Ao olhar para Elisangela Rebeka respirou fundo. A amiga a olhava atentamente, mas em seu olhar o medo e a confusão podiam ser vistos. Respirando fundo Rebeka se aproximou e sentou-se ao lado da amiga.
Mirela sentou-se ao lado de Rebeka e a mesma começou a falar. Rebeka explicou sobre o que Léo realmente era, ela contou que ele era um lobisomem e não apenas ele, mas sua família também era. Contou que aprendeu sobre lobos ao conhecer Jonathan que também era um lobo, contou sobre a cidade de Lincaon e que a senhora Matilde também era uma loba e agora era a alfa da alcateia da cidade. Ela contou também que a senhorita Matilde foi quem pediu para que Léo ficasse junto com Rebeka para protege-la, ela explicou sobre os caçadores que foram eles quem mataram Jonathan, seu pai e seu avô. Explicou sobre a mãe de Léo que ela era uma bruxa e que havia morrido ao dar à luz a Léo e que Jonathan não gostava de Léo, ele o culpava pela morte da mãe na qual era muito apegado, e por fim contou sobre o seu sequestro, que o culpado era um lobisomem chamado Casemiro a havia sequestrado e que Léo a havia salvado e revelou também sobre os outros lobos que haviam na cidade além de Léo.
Elisangela ficou quieta ouvindo toda a explicação atentamente. Agora era Mirela quem falava, ela contou que desconfiava que Léo não era uma pessoa normal depois da ajuda ao descobrir sobre o pai de seus filhos, contou que depois que passou a morar com eles ambos revelaram o segredo de Léo, contou que o viu em uma noite de lua cheia e que a verdade sobre Léo ser um lobisomens não pode ser dito para qualquer um.
- Eu entendo... e agora entendo o porquê não me contaram nada. — Finalmente disse Elisangela após ficar um bom tempo em silêncio. — A Lary sabe disso?
- Não ainda não. — Respondeu Rebeka.
- E ela irá saber?
- Saberá quando Léo resolver contar Eli.
- Vocês iriam me contar?
- Sim iríamos quando Léo achasse que poderíamos contar, a final o segredo é dele.
- Está certo...ainda estou surpresa e me acostumando com a ideia, mas saibam que podem contar comigo não contarei a ninguém sobre o segredo!
- Que..bom... — Disse uma voz que atraiu a atenção de todas. — Não aguentava mais ter que esconder isso de você Eli...
- Léo! — Rebeka se levantou e correu até a grade. — Léo você está bem?
-Não muito Re, mas vou ficar.
- Léo o seu rosto... — O rosto de Léo ainda estava desfigurado, mas diferente da última vez os ferimentos começavam a cicatrizar percebeu Rebeka. — O que foi aquilo que aquele índio jogou em você?
- É uma planta especial, ela tem vário nomes Monk' s Hood, Acônito, Wolfsbane ou no popular Lycoctonum "Mata Lobo! "
- Mata lobo?
- Sim é uma planta especial, ela solta esporos que assim como a prata pode ferir um lobo, alguns Alfas para punirem outros lobos usam esse tipo de planta no lugar da prata.
- Que horror. — Disse Mirela.
- É horrível mesmo Mih.
- E agora o que faremos Léo? — Perguntou Elisangela atraindo a atenção de todos.
- Bom...primeiramente teremos que nos manter vivos!
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