VII

Após o ataque dos caçadores Léo e as meninas conseguiram ver melhor os estragos. Casas estavam destruídas, buracos podiam ser vistos pelas estradas que antes pareciam um tapete. Alguns lobos e animais estavam feridos, eles foram informados que ninguém havia morrido, nem mesmo os animais o que deixou a todos aliviados.

- Isso... – Disse Rebeka chamando a atenção de todos. – Me faz lembrar um pouco o que aconteceu na noite quem Jonathan morreu...

Léo se aproximou e passou o braço em volta do seu corpo a reconfortando, Rebeka agradeceu a Léo e todos continuaram andando. Por onde passavam alguns lobos olhavam atentamente para o grupo principalmente para Léo.

- Eles não param de nos olhar. – Disse Mirela para todos.

- É por minha causa. – Respondeu Léo.

- Sua causa? – Perguntou Elisangela e o lobo assentiu.

- Eles ainda não confiam em mim...não atacam por ordens do Marrok.

- Entendo...

Eles continuaram andando e no meio do caminho se encontraram com Rita, a loba estava usando um longo vestido preto com pulseiras e colares de ouro. Ao ver os jovens a loba sorrio e com a voz calma começou a falar.

- Chegaram em boa hora.

- Pelo jeito você já se recuperou completamente. – Disse Léo e a mulher assentiu.

- Eu me recupero mais rápido do os outros lobos meu jovem.

- Estou vendo isso.

- Me sigam tem uma coisa que eu quero mostrar a vocês e principalmente a você meu jovem Léo.

- Para mim?

- Sim apenas me sigam!

Todos assentiram e começaram a seguir a loba, durante o caminho eles avistaram outras casas que estavam destruídas, alguns lobos eram vistos no caminho, quando viram Rita os lobos cumprimentavam a Beta, quando o seu olhar chegava em Léo os lobos voltavam a olhar atentamente para o jovem lobo. Após alguns minutos andando Rita levou os jovens para uma região um pouco longe da cidade, eles continuaram andando por mais alguns minutos e logo avistaram uma enorme caverna.

- Chegamos. – Disse ela e todos olhavam atentamente para a caverna.

- Aqui? – Perguntou Mirela curiosa e a loba assentiu.

- Sim aqui, vamos entrem.

Ao terminar de falar a loba adentrou na caverna e todos a seguiram, no início não viram nada de mais, a caverna era bem iluminada todos perceberam, tochas queimavam na parede e logo Léo avistou uma coisa que chamou a sua atenção.

- É lindo, não é? – Perguntou a loba e o jovem assentiu.

Nas paredes da caverna a imagem de um grande lobo podia ser vista, o lobo tinha os pelos brancos, seus olhos eram verdes e em seu pescoço um colar podia ser visto, o pingente do colar a imagem de um lobo em cristal podia ser visto e isso chamou mais ainda a atenção de Léo.

- Esse... colar eu já vi ele...

- Isso mesmo. – Disse Rita. – É o mesmo colar que o meu marido usa, ele é passado a cada geração de Marrok.

- A cada geração? – Perguntou Mirela.

- Sim minha jovem toda vez que um Marrok é escolhido ele tem herda esse colar, o meu marido é o quinto Marrok desse pais.

- O quinto. – Perguntou Léo surpreso.

- Porque está surpreso Léo? – Perguntou Rebeka.

- Bom pelo pouco que eu sei sobre os lobos de floresta, o Marrok praticamente é difícil de ser substituído. Entre os Lobos Urbanos isso é normal, porque eles sempre estão querendo mais poder então...é normal um alfa desafiar um Marrok algo que entre os lobos de floresta não existe.

- Está dizendo que entre os lobos de floresta não há luta para o posto de alfa?

- Não há mesmo. – Disse Rita chamando a atenção. – Essa lei foi criada pelos Lycan que assim como o seu pai eram violentos e queriam resolver tudo em uma luta. Os filhos de Lupa que somos todos nós resolvemos abolir isso, e conseguimos, mas quando alguns lobos migraram para as aldeias os lobos urbanos resolveram voltar com esse velho habito, tudo para não ficarem entediados.

- Espera um momento. – Agora era Léo quem chamou a atenção. – Está dizendo que essa regra foi criada para tirar o tédio?

- Isso mesmo jovem Léo, o fato de nós os chamarmos de cães domesticados é por isso. Quando os lobos migraram para as aldeias eles sempre controlavam o seu lobo interior. Eles queriam viver como humanos e por isso continham o seu lobo interior, mas logo descobriram que isso foi um erro. Um lobo é livre e não cão doméstico, é por isso que as raças são diferentes o cão selvagem e o cão doméstico. Já entre os lobos não é bem assim, todos somos iguais embora tenhamos criados esses rótulos para nos diferenciar somos todos iguais e você já deve ter percebido isso, não é?

- Eu...eu...

- Ainda não percebeu pelo jeito.

- E como eu iria perceber isso?

- Não sente nada diferente em você?

- Só estou mais calmo apenas isso.

- Tem certeza?

- Sim! Eu não sinto nada de diferente em mim fora isso.

- Vire lobo!

- Agora?

- Sim agora.

- Está bem. – Suspirando Léo em segundos se transformou na frente de todas, ele agora era um lobo marrom, com as pontas das orelhas, parte do focinho, das patas e a ponta da calda eram brancas, com olhos amarelos e as pupilas negras. O lobo se sentia agora diferente. Léo se sentia mais forte, mais ágil e os seus sentidos estavam a mil por hora.

- Está sentindo a diferente agora? – Perguntou Rita e lobo uivou.

- O seu corpo demorou para sentir a diferença, agora pode sentir tudo. – Novamente o lobo uivou e Rita sorrio. – Claro que pode testar vai lá corra!

O lobo balançou a cabeça e começou a correr deixando o local.

- Hã senhora Rita. – Perguntou Elisangela meio sem jeito.

- Sim?

- A senhora estava falando com Léo enquanto ele era lobo?

- Sim eu estava por que?

- É que...que... – Elisangela não conseguia completar a frase.

- Há sim...acha que estou louca?

- Não, não é isso é só que...

- Acha estranho eu falar com ele quando ele está naquela forma?

- Bom...sim...

- É normal você pensar assim, mas veja bem, mesmo em sua forma de lobos ele pode nos ouvir perfeitamente e pode se comunicar também, mas vocês não podem entender o que ele diz só apenas nós lobos conseguimos isso.

- Um momento. – Agora quem falava era Rebeka. – Léo me disse que ele não consegue entender outro lobo quando ele está forma humana só na forma de lobo!

- Poder ele pode Rebeka, mas ele não sabe como fazer isso, aliás os lobos como ele não sabem como fazer isso.

- Porque não?

- Muitos conhecimentos dos lobos urbanos se perderam com os anos, o amor os fez esquecer de muitas coisas. Eles estão tentando agora reaprender tudo, mas iram demorar muito para voltarem a aprender tudo o que esqueceram. Por outro lado, nós os lobos de floresta ainda temos esse conhecimento que é passado de geração a geração.

- A senhora sabe muito sobre lobos, não é?

- Claro que sei, sempre fui fascinada por lobos desde que era uma bruxa.

- Espera um momento...você era uma bruxa?

- Sim eu era, mas deixei de ser assim que me tornei loba.

- A mãe de Jonathan e Léo também era uma bruxa, Léo me contou isso.

- Então ele é filho de bruxa? Aliás não de uma bruxa e sim de uma loba, já que ele é o filho mais novo.

- Não de uma bruxa mesmo. – Ao dizer essas palavras Rita olhou curiosa para Rebeka. – Léo me disse que a mãe dele morreu quando deu à luz a ele, mas ela ainda era uma bruxa.

- Mas isso é impossível...a não ser que...

- A não ser o que?

- Você sabe o nome dela? Da mãe dele?

- Ai! Léo tinha me dito, mas eu me esqueci do nome dela.

- O nome da minha mãe... – Léo voltou ficando nas sombras e com isso assustou as meninas.

- Léo quase nos matou do coração!

- Desculpe Re.

- Mas porque está escondido.

- Estou sem roupa.

- Não precisa ter vergonha jovem Léo. – Disse Rita.

- Tem mulheres ai e elas não são lobas.

- Ainda tem vergonha de ficar nu na frente delas?

- Sim eu tenho.

- Haha...tudo bem, mas poderia me dizer o nome de sua mãe?

- O nome dela era Madalena. – Ao dizer o nome Rita olhou surpresa para Léo. – O que foi?

- Como disse que era o nome de sua mãe?

- Madalena!

- Madalena?

- Sim.

- Madalena do que?

- Madalena Pazzoni. – Ao escutar o sobrenome Pazzoni Rita quase caiu, Léo saiu das sombras não ligando para o fato de estar nu e segurou a mulher nos braços a impedido de cair. As meninas olhavam preocupadas para Rita e Léo voltou a falar.- O que foi? O que a senhora tem?

- Madalena...Pazzoni... esse era...era o nome da sua mãe?

- Sim era...

-Era? Então quer dizer que ela está mesmo morta?

- Infelizmente sim...ela morreu dando à luz a mim. A senhora conhecia a minha mãe?

- E como conhecia...- Respirando fundo a loba fechou os olhos e uma lágrima escorreu por sua face.

- O nome de solteira de sua mãe...era Madalena Magh? - Agora era Léo quem estava surpreso.

- A senhora realmente conhecia bem a minha mãe...

- E como conhecia...afinal eu a vi nascer...

- A viu nascer? – Léo estava mais surpreso.

-Eu sou a primogênita da "Ordem de Bruxos as Filhas da Noite". – Léo ficou de queixo caído ao escutar aquela revelação. – Meu nome é Rita Magh, e tinha duas irmãs gêmeas Calisto e Madalena Magh ou seja...se você é filho de Madalena então...

- A senhora é a minha tia!

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Maria Nice Grudgen

Maria Nice Grudgen

Eita

2024-11-08

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