CAPÍTULO 13

Os dias passaram de forma agradável já que eu tinha a companhia da doce Amélia. Mais encontros foram marcados e eu não conseguia aceitar nenhuma das moças que vinham almoçar comigo. Por mais excepcionais que fossem, eu não conseguia tirar a Smith da cabeça. 

 Já tive quinze dos vinte encontros que estavam marcados, dentre eles apenas duas mulheres me chamaram atenção, uma tocava piano lindamente e vivia de pintura e a outra era uma bailarina muito conceituada, mas logo eu perdi o encanto com as regras que elas queriam colocar. Amélia vivia se divertindo e depois zombava da minha cara imitando as mulheres que davam em cima de mim na maior cara dura.

 Hoje é sexta-feira, Amélia preparou uma lasanha enorme de carne e convidou o John e a Jenny para jantar com nós dois.

 Eu estava escorado no corrimão da escada observando ela arrumar a mesa quando senti meu telefone vibrar no bolso da calça jeans. 

“Estou indo para a mansão, vou te apresentar minha namorada.” 

 Cheguei perto da Amélia e mostrei a mensagem do Éric. 

  — Vou preparar dois lugares a mais então. — ela disse indo para a cozinha.

 Fiquei olhando ela entrar corredor a fora. Com sua linda jardineira jeans que deixava todo o corpo torneado… 

 Sacudi minha cabeça quando Jenny e John se aproximaram e sentaram à mesa. 

  — Espero que Amélia cozinhe tão bem quanto trabalha. — Jenny fala sorridente olhando os pratos e talheres da mesa. 

  — Só quero comer e ir pra casa, estou morto de cansaço… — John ajeitou o terno após se endireitar na cadeira. 

 Ouvi a campainha tocar e logo depois a porta sendo aberta me dando a visão do Éric de mãos dadas com uma mulher.

[...]

 Depois que jantamos, continuamos na mesa. Estávamos tomando sorvete como sobremesa e eu ainda estava pensando como que o Éric acabou namorando a colega de apartamento de Amélia, a cidade não é tão grande quanto eu imaginava. 

 Jenny e John apenas conversavam sobre a mansão e Amélia e Megan estavam focadas nas histórias do aventureiro Éric. Eu estava apenas focado no meu sorvete. 

  — Você realmente tem tantas tatuagens assim? — Amélia perguntou para Éric.

  — Tenho! Todas de momentos especiais, inclusive eu já implorei para que o Anthony fizesse uma comigo mas, ele não curte muito tatuagem. 

  — Como não curto? Amélia tem uma tatuagem linda de borboleta. — eu disse colocando um pouco mais de sorvete no meu pote. 

  — Sério, Amélia? — Jenny a olhou curiosa.

 Bruscamente, Megan levantou e bateu as mãos na mesa. Todos a olharam sem entender. 

 Quando me dei conta do que eu havia dito, procurei os olhos de Amélia. Seu rosto estava mais vermelho que de costume. 

  — Engraçado, essa tatuagem dela fica em um lugar bem íntimo… Sr Ramsey. — Megan disse cruzando os braços. 

Mais que porra.

Éric desatou a rir. 

  — Cansei por hoje! — Amélia falou e subiu as escadas o mais rápido que pode. 

  — É, acho que já vamos também… — observei Megan sair andando com Éric logo atrás. 

 Assim que me despedi de John e Jenny, retirei as coisas da mesa e subi as escadas. Quando cheguei em frente ao quarto de Amélia a ouvi conversando com alguém, e parecia estar brava. Dei privacidade a ela e entrei no meu quarto. 

  — Que merda foi aquela, Anthony? — perguntei a mim mesmo olhando no espelho que havia ao lado da cama. — Preciso tirar ela da cabeça…

 Acabei dormindo com raiva por ter falado aquilo sem pensar.

...AMÉLIA...

 Depois da vergonha que Anthony me fez passar, eu nem ficar o fim de semana na mansão, só arrumei umas coisas e vim dormir no meu apartamento. Fiquei sozinha já que Megan estava dormindo mais na casa do Éric do que aqui. 

 Já era sábado à noite, eu estava extremamente entediada então, decidi me arrumar e ir em alguma balada no centro da cidade. Não estava frio, coloquei um vestido branco solto e apenas fiz um rabo de cavalo no cabelo. Calcei um salto preto, fiz uma maquiagem e me olhei no espelho. 

  — É, até que ficou bom. — dei uma conferida dentro da minha bolsa e saí de casa. 

 A balada estava lotada, demorei para achar um lugar no bar para me sentar e quando achei, logo um homem se aproximou e me deu a cantada mais barata que existe. 

  — É sério que perguntou se meu pai é pintor? — perguntei encarando o homem loiro que se sentou ao meu lado. 

  — Não custava tentar, não é mesmo? — ele sorriu e eu me arrepiei. — Prazer, me chamo Henrique.

 Ele estendeu a mão e me cumprimentou alisando até demais a minha.

  — Amélia… 

  — Lindo nome! Você está acompanhada? — ele perguntou olhando ao redor. 

  — Ah, não… Vim sozinha! — eu encarei um pouco mais e ele parece muito familiar. — Olha, nós já nos conhecemos antes?

  — Eu com certeza lembraria de você. 

Tudo pra ele é um flerte?

  — O curto papo foi bom, mas vou precisar sair agora… Pode me passar seu contato? Queria te ver novamente mas, fora desse barulho todo. 

 Eu o olhei por alguns segundos. Ele é um gato, físico bonito, cabelo está em um curto topete e os olhos azuis piscina. Não vi problema em passar meu número. Apenas pedi o celular dele e anotei, e ele fez o mesmo no meu. 

 Logo depois que ele saiu pude beber sozinha e como sempre eu exagerei na bebida. Consegui sair da balada, pegar um táxi e voltar para casa em segurança. 

 Quando entrei vi que ainda estava sozinha.

Odeio solidão.

 Abri a geladeira e peguei a primeira garrafa de bebida que achei.

 Me sentei no sofá e encarei a televisão. Coloquei “Home - bts” para tocar e me lembrei de Anthony.

 Aqueles olhos escuros que claramente tentavam a todo custo não me olhar o tempo todo. 

 Eu definitivamente não consigo não pensar nele, a forma com que viramos “amigos” foi genuinamente bonita. A princípio, em Paris, ele demonstrou estar muito atraído por mim e eu me segurei para não falar que sentia o mesmo mas, como ele iria acreditar? Nem eu mesma acredito em mim… Eu nunca namorei alguém, não sei como é ser tocada por alguém. 

 Lembrar dele e de como ele se esforça pra sorrir quando eu estou por perto faz meu coração acelerar e a ansiedade tomar conta de mim.

 Já estava me sentindo muito tonta e a solidão invadia o meu peito, me fazendo ligar para Anthony na mesma hora. 

  — Smith? — ouvi a voz dele rouca e sonolenta. — São uma da manhã, aconteceu algo? 

  — Sim, aconteceu! — entre soluços eu falo apontando para o nada. — Você!

  — Eu? 

  — Quem te disse que poderia contar da minha tatuagem? 

Ele riu. 

  — Você está bêbada, amanhã conversamos. 

  — Não desligue! Eu não te dei permissão para reparar no meu pijama. Não te dei permissão para sonhar comigo e muito menos para sentir atração por mim. — comecei a chorar feito criança. — Você me fez pensar em você e isso não pode acontecer, Anthony!

 Por vários segundos ouvi apenas uma respiração pesada. Imaginei que ele estava passando as mãos pelo cabelo. 

  — Smith, por favor… Não fale essas coisas pra mim.

  — Você me disse o que pensava de mim, tocou meu cabelo e pediu pra eu não deixar ninguém mais fazer isso. O que queria que eu fizesse? Se você não fosse tão gostoso eu não teria nenhum tipo de problema, seu idiota! 

  — Amanhã conversamos.

 E ele desligou. Joguei o celular ao meu lado no sofá e apenas continuei curtindo a minha solidão. 

Mais populares

Comments

Josemeiri Barroso

Josemeiri Barroso

q falou da tatu foi o Antony0, n Megan.

2024-10-30

2

Dindi

Dindi

A amiga dela, a Megan, teve uma atitude ridícula!!! Não deveria ter falado onde era a tatuagem da Amélia. Ela expôs a amiga. Não gostei! 😡

2024-10-13

4

ARMINDA

ARMINDA

🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣 AMÉLIA SE ENTREGOU . MESMO BEBADA ANTONY JA SABE COMO AMÉLIA SENTE EM RELAÇÃO A ELE.

2024-10-10

4

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!