CAPÍTULO 3

...AMÉLIA...

Acordei com uma enorme dor de cabeça, eu realmente não servia para beber. 

 Me levantei da cama e vi que já eram dez horas da manhã, prometi a Megan que iria sair para procurar emprego ainda hoje, mas ontem eu acabei extrapolando na bebida.

 Megan é a minha colega de apartamento, crescemos juntas no orfanato. 

 Tomei um banho, vesti uma roupa adequada, calcei meu par de vans, peguei meus documentos e saí de casa. 

 — Tomara que eu ache algo antes que a Megan volte do trabalho… — murmuro para mim mesma. 

Eu peguei um táxi e pedi para ele me levar para a agência de empregos mais próxima que tinha. 

— Moça, com licença… — ouço o taxista perguntar. — Você tem preferência de emprego?

— An? Não, estou aceitando de tudo no momento.  — Falei sorrindo para ele. 

— Minha irmã trabalha na mansão Ramsey e ela me disse que hoje a tarde terá uma sessão de entrevistas para a secretária pessoal do Sr. Ramsey. 

A mansão Ramsey… Quanto tempo não ouço falar dela. Eu não fico querendo saber o que está acontecendo na vida dos outros, mas essa família é multimilionária! Minha irmã gêmea Amanda trabalhou como babá naquela casa quando tínhamos dezoito anos… Infelizmente Amanda morreu de câncer uns meses depois de ser contratada por eles. 

Que saudade, irmã…

 Me chamo Amélia, tenho vinte e dois anos, cresci em um orfanato com minha irmã gêmea, Amanda. Nunca conseguimos ser adotadas, então quando fizemos dezoito anos fomos direto procurar empregos e assim que as duas conseguiram, alugamos uma casa para morar. Infelizmente Amanda descobriu um câncer de pele tarde demais e acabou falecendo em julho de 2019. Foi muito difícil para mim no começo mas, logo a Megan ficou maior e foi morar comigo. 

 Perder a Amanda foi como se tivessem tirado uma parte de mim e isso me fez ficar meses depressiva, quem me ajudou foi Megan. 

Amanda gostava muito de trabalhar na Mansão, então talvez eu devesse tentar.

 Peço para o taxista me levar até lá.

[...]

 Chego na frente da mansão e vejo que tem uma fila enorme de mulheres muito bem vestidas. Me aproximei e entrei no final. 

 Parecia que estava indo rápido, logo a longa fila foi ficando curta e depois de meia hora chegou a minha vez. 

 Um rapaz que parecia ser um segurança me mostrou o caminho, entrei na mansão e dei de cara com uma linda sala com um lustre enorme no teto e bem no meio do cômodo havia uma linda escada que dava para duas direções diferentes. O local da entrevista era na biblioteca, assim que o segurança abriu a porta dela eu entrei. 

 Dentro da enorme e biblioteca haviam duas pessoas, uma mulher e um homem. Os dois estavam discutindo algo sobre um casamento.

 Fiz um barulho com os pés para que me vissem ali. Eles pararam de brigar e ficaram alguns segundos se olhando e quando a mulher pegou meu currículo da minha mão, ela o leu e riu.

  — Pedimos desculpas pela arrogância, boa tarde! Me chamo Jenny, sou a governanta da mansão e esse é o John, meu primo, advogado e amigo da família. 

 A Jenny era baixa, usava coque e óculos de grau, cabelos pretos e pele clara, devia ter uns trinta anos. Já o John, ele era alto e magro, cabelo preto e grisalho, usava um bom terno e parecia limpo.

  — Tudo bem… Me chamo Amélia Smith! — deu um sorriso meio tímido para eles.

Observo o homem se aproximar de mim.

John rapidamente se anima.

  — Contratada! Quando pode começar? — pergunta ele com um sorriso. 

  — Sério, tão rápido assim? 

Eu me assusto.

  — Sim, querida! Você se encaixa no perfil. Pode começar amanhã? — pergunta ele. 

  — Que isso, John? Nós entrevistamos mais de quarenta mulheres e todas tinham um currículo exemplar… E ela nem se inscreveu no nosso site! — ela me olha com um sorriso. — Sem querer ofender, Amélia! 

   — Em minha defesa, o taxista que me trouxe disse que iria acontecer essa sessão de entrevista… Eu não sabia que tinha que me inscrever antes. 

   — Anote aqui para nós as suas medidas para mandarmos fazer seu uniforme. — John me entrega uma prancheta.

 Reparei agora que a Sra. Jenny está com um fofo vestido com flores desenhadas e o nome da empresa Flower Ramsey bordado no bolso. 

 Peguei a prancheta, anotei minhas medidas e devolvi para o John.

  — Venha querida, irei te mostrar a casa e falar o que você irá fazer aqui. — Jenny fala e encara o John que tinha um sorriso suspeito no rosto.

 Segui a Sra. Jenny pela mansão, ela foi mostrando cada cômodo e me falando o que eu ia fazer. 

 O meu trabalho vai ser basicamente saber de tudo sobre o Sr. Ramsey, serei sua secretária pessoal e cuidarei de tudo que seja pessoal dele. Ele irá se casar, mas esse casamento é mais como uma obrigação pelo que entendi, e essa será minha primeira tarefa, ajudar ele a achar a “pessoa certa”. 

 Mesmo que eu ache estranho um senhor de setenta anos querer se casar, eu iria ajudar já que serei muito bem paga por isso.

 Chegamos nos fundos da mansão onde havia um jardim com diversas flores e uma linda piscina, saímos andando por todo o terreno até que ela me mostrou um pequeno campo de lindos girassóis. 

  — Essa pequena plantação é o tesouro do Sr. Richard Ramsey… — a vejo ficar emocionada olhando as flores. 

  — É lindo… 

  — Pode ficar a vontade vindo aqui, só não estrague as flores, isso é inadmissível! 

[...]

 Depois que vi a mansão e assinei o contrato de trabalho, eu voltei para casa e quando cheguei a Megan estava preparando o jantar. 

  — Você acordou às dez, mocinha? — ela perguntou mexendo uma panela no fogão, mesmo de costas para mim. — Isso é para o seu bem, Amélia! Eu queria poder continuar pagando tudo aqui de casa, mas aí você não vive, não sai, não compra roupas, não se arruma…

 Eu me sento na cadeira da mesa que divide a sala da cozinha. 

  — Eu sei que acordei tarde… Mas, consegui um emprego! 

 Ela vira rapidamente e muito eufórica.

  — Qual empresa? Qual é a vaga? Ah, espera! Não me fale. 

  — Espera, fiquei confusa agora! Queria tanto que eu trabalhasse e agora não quer saber? 

  — A última vez que você conseguiu um emprego, decidiu me contar antes do primeiro dia e você acabou ficando desempregada no terceiro dia de trabalho. — ela levanta as mãos em redenção. — Não quero ser pé frio! 

 Depois que jantamos, eu fui para o meu quarto, tomei um banho e agora estou deitada encarando o teto.

 Estou um pouco ansiosa pelo dia de amanhã…

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Comments

Vera Lucia Valério

Vera Lucia Valério

fotos por favor

2024-11-18

0

ROZELENE SOUZA SANTOS

ROZELENE SOUZA SANTOS

tudo se encaixando, e fazendo sentido.

2024-11-18

1

Cida Pereira

Cida Pereira

mostra as fotos dos personagens.

2024-11-12

0

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