CAPÍTULO 7

...AMÉLIA...

Depois de dormir quase toda manhã, percebi que estava atrasada para trabalhar. Me arrumei rapidamente e desci as escadas a procura da governanta Jenny. 

 A encontrei dentro da biblioteca conversando com um dos empregados. 

  — Com licença…— Me aproximei dos dois. — Eu deveria já estar fazendo alguma coisa, né?

Jenny se despediu do rapaz e virou para mim.

  — Mas é claro, já ia pedir para te chamarem…— Ela pega uma bolsa e me entrega. — Olha, aí estão seus materiais de trabalho, notebook e um novo celular.

  — E qual será a minha tarefa? 

  — No notebook tem uma lista com os nomes e os números de mulheres que são candidatas para se casarem com o Sr. Ramsey. Você deverá agendar um almoço com cada uma durante a semana, pode ser aqui mesmo na mansão e claro, avise ao Anthony. 

Legal. Significa que terei que trabalhar no quarto.

[...]

 Depois de algumas horas marcando com algumas mulheres da lista, eu finalmente pude comer algo. 

 Vi que já eram três horas da tarde, então decidi me arrumar formalmente para ir até a empresa F.R apresentar a minha ideia para o meu novo patrão. 

 Visto uma saia midi preta e uma blusa verde justa para combinar com a parte debaixo. Calço meus saltos, pego minha bolsa com o notebook e desço para pegar o táxi.

 Chegando na empresa sou barrada por um segurança. 

  — A Senhorita não pode passar sem ser avisada! — Ele me diz parando na frente da catraca. 

  — Desculpe-me, me chamo Amélia, sou a secretária pessoal do Sr. Ramsey! Pode avisar a ele que estou aqui? 

 Ele apenas apertou o ponto do ouvido e depois de alguns segundos me deu passagem para entrar.

 Entrei no elevador e apertei o botão do último andar. 

 Como imaginei. 

 Quando saí do elevador dei de cara com uma linda sala de espera. Logo fui vista por uma linda morena de vestido justo com o emblema da empresa. Um pequeno girassol bordado no bolso e logo abaixo o nome Flower Ramsey.

 Ela me olhou dos pés à cabeça e fez cara de nojo quando eu me apresentei. 

  — Vou ver se o Anthony está disponível…— ela disse dando ênfase no nome do chefe. 

Essa daí deve beijar os pés dele.

Quando finalmente pude entrar na sala do Anthony, fui recebida com dois pares de olhos arregalados. 

  — Uau! Anthony, sua imagem agora é de carne e osso? — um rapaz alto e loiro fala pegando a minha mão.

  — Éric, cala a boca! — meu chefe fala massageando a testa.

  — É um prazer, me chamo Éric Álvares, sou agrônomo e vice-presidente da Flower Ramsey.

  — Prazer, me chamo Amélia…— falei soltando a mão dele.

  — Amélia. Esse nome combina muito com você, não é Anthony?

Ele olha para o meu chefe e o mesmo está o fuzilando com o olhar.

  — Éric, essa é a minha nova assistente pessoal. 

  — Secretária pessoal…— corrijo. 

  — Como? 

  — Sr. Ramsey, não vou mais te corrigir mas, fui contratada para ser sua secretária pessoal. 

Abri minha bolsa e retirei o notebook, empurrei algumas coisas dele que estavam em cima da mesa e coloquei o aparelho nela.

  — Já está ficando tarde, então vou logo mostrar o seu cronograma de encontros que preparei. 

Eu tenho que mostrar firmeza. Vim pra trabalhar. 

  — Como assim? Encontros para mim? — Anthony pergunta me olhando.

  — Sim! Marquei com vinte mulheres da lista que a sua governanta me entregou mais cedo. 

  — Nossa, vinte mulheres… Você tá melhor que eu Tony! 

  — Saia! — Anthony anda até a porta, a abre e espera seu amigo passar por ela. — Me desculpe por ele! Volte a falar.  

Ele puxou uma cadeira para mim e depois deu a volta na mesa se sentando na sua.

  — Como são vinte mulheres, eu marquei uma para cada dia da semana e te deixei com folga nos finais de semana e…

Depois de explicar tudo para ele, eu olho as horas e percebo que já era noite.

  — Muito bom, Amélia! — ele diz concentrado em uns papéis.

  — É a minha obrigação… Como já expliquei sobre tudo, os encontros começam na segunda-feira. — Coloco o notebook dentro da bolsa e me levanto para sair — Sr. Ramsey, já vou indo, até mais! 

Saio andando e antes que eu abrisse a porta ele chamou o meu nome. 

  — Sim? — perguntei me virando.

  — Quer carona? 

Ele me perguntou parecendo… tímido?

  — Não precisa se preocupar… 

  — Vamos para a mesma casa, senhorita. — Ele fala sério. 

Como sempre.

 Não demorou muito para estarmos na estrada em direção a majestosa mansão Ramsey. 

 O mais incrível do percurso é o Anthony não falar sequer uma palavra, ele não esboça nem uma reação. 

Sempre sério. Sempre!

  — No que você tanto pensa? — Ele pergunta do nada. 

  — Ah, nada… Bom, já que perguntou, o senhor sempre foi tão sério assim? 

Ele me olha. Mas não para o meu rosto e sim para a minha boca. 

  — Não vejo necessidade de sorrir pra todos. — ele diz após uma falsa tosse.

  — Sim, também acho… Mas, precisa sorrir nos encontros!

  — Você sabe que vou me casar praticamente forçado, né? 

  — Mais ou menos… Mas sendo forçado ou não você não precisa tratar sua futura esposa como se fosse mais um contrato de trabalho, tenta deixar ela à vontade com você e deixe claro que vocês poderão ser pelo menos amigos no futuro.

Ele me olha, mas dessa vez nos meus olhos.

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