...ANTHONY...
A segunda-feira chegou e com ela uma dor de cabeça terrível. Cheguei na mansão antes do “primeiro encontro” e como imaginei tudo já estava pronto graças a governanta.
Estava terminando de me arrumar quando John bateu na porta e entrou após eu gritar que podia.
— Que milagre que você não entrou sem bater…— Debochei dele enquanto terminava o nó da minha gravata.
— E que milagre você está se arrumando para conhecer sua futura esposa…
Sarcástico.
— Esse é só um dos encontros e não vou escolher qualquer uma, pedi para a secretária Smith preparar algumas perguntas pra fazer e assim vou fazer minha própria seleção. Pode não ser um casamento por amor mas, se for pra escolher alguém que seja uma mulher inteligente, prática e que saiba exatamente o papel que ela terá que fazer depois que assinarmos os papéis.
John ficou de costas para mim e começou a olhar a pintura de Amélia na parede.
— Vamos deixar ela aí até você se casar, depois dou um jeito de guardar ela em outro lugar, é um belo quadro e é um desperdício ficar escondido…
Concordo com ele, ainda não confirmei se ela é ou não a Amélia, mas o quadro é lindo e eu me apeguei a essa imagem…
[...]
O meu plano de ver Amélia como homem já começou a falhar, quando Jenny avisou que a primeira candidata havia chegado na mansão, eu desci e fui esperar onde haviam preparado a mesa do almoço. A mesa ficava no centro do hall de entrada, com vista para a grande escada e também para a porta da biblioteca. Logo após alguns segundos que desci, ouço Jenny do alto da escada soltar uma risada.
— Ficou perfeito em você, Amélia… O verde realmente valoriza a sua pele.
Eu estava de frente para a escada e pude ter a melhor vista do dia. Amélia ficou linda de uniforme… Me ajeitei e tentei ignorar esses pensamentos.
Assim que Amélia desceu a escada veio em minha direção.
— Bom dia, Sr. Ramsey. Irei abrir a porta para a primeira pessoa, pode se sentar.
Ela me deu um sorriso forçado e foi em direção a porta. Me sentei na cadeira da ponta da mesa, Jenny pediu que a chefe preparasse frutos do mar, pois essa primeira candidata parece gostar.
Assim que me sentei Amélia voltou e logo atrás dela uma mulher de cabelo preto e curto, usava um vestido extremamente extravagante e tinha pérolas por todo o braço e estava evidente que havia bebido álcool. Me apresentei a ela e o almoço começou. Amélia anotava tudo que eu perguntava, menos as respostas já que a moça mal conseguia ficar de olhos abertos.
— Senhorita Carla, são apenas meio-dia e já está embriagada? — perguntei largando os talheres com raiva.
— Claro… que… não…— Ela respondeu em meio aos soluços.
Apenas me levantei da mesa e fui para o meu quarto.
[...]
Passei o resto da semana tendo péssimos encontros, era uma mulher mais vazia que a outra. Não liam livros, não estudavam, não gostavam de ter algum tipo de compromisso e só o que interessava a elas era gastar o dinheiro dos pais ricos.
Hoje é sexta-feira e acabei de expulsar a quinta candidata da mansão, ela simplesmente passou as mãos na minha parte íntima enquanto fingia procurar um batom embaixo da mesa que segundo ela havia caído da bolsa.
Nesse momento estou na biblioteca revisando uns contratos, quando penso em ligar para Éric meu telefone acende com uma mensagem do mesmo.
“Não vai dar para eu ir até Paris hoje, preciso que você vá no meu lugar e leve sua secretária para anotar tudo sobre as reuniões.”
Que salafrário.
Chamei o John na mesma hora. Ele entrou com a calma de sempre na biblioteca e se aproximou até a minha mesa.
— Precisarei ir até Paris.
— Você? E o Éric?
— Ele acabou de chegar de lá, e nem foi bem umas férias pois ele teve que resolver muitos problemas da empresa.
— Vou avisar para a Jenny preparar uma mala de frio e devo avisar sua secretária?
Eu lembrei que estava sem secretária já que ontem demiti a minha depois de uma mensagem muito indiscreta que ela colocou entre os contratos que eu precisava assinar.
— Eu estou sem secretária…— Disse de forma simples. — Pensei em levar você, não quer visitar a cidade da Luz e do amor?
— Leva a Amélia…— o encarei na mesma hora. — Não me olhe assim, ela é a sua secretária pessoal e não custa nada ela te ajudar com a empresa…
Essa era a última pessoa com quem eu queria fazer uma viagem…
— Reserve os quartos para mim? Eu vou terminar de revisar esses contratos e já vou para o aeroporto. — ele fez que sim e saiu do cômodo.
Mando uma mensagem para Amélia avisando que ela irá viajar comigo e que precisará de roupas de frio, pedi a Jenny que arrumasse rapidamente a minha mala.
Chegamos no aeroporto e pegamos o primeiro avião para Paris, Amélia estava séria e não falou uma palavra sequer durante a viagem, mas reparei que ela levantou várias vezes para ir ao banheiro. Quando chegamos no hotel já era uma hora da tarde, e como estávamos cansados do voo, apenas fomos direto para o hotel a fim de fazer check-in.
Amélia estava com muito frio, ela acabou vindo de uniforme pois achava que era uma boa escolha já que era uma viagem a trabalho, precisava trocar de roupa para se esquentar.
Quando me aproximei da recepção uma moça jovem veio me atender.
— Boa tarde, como posso ajudar o senhor?
— Boa tarde, tenho duas reservas em nome da empresa Flower Ramsey.
Amélia parou ao meu lado esfregando os braços.
— Desculpe, senhor… Encontrei apenas uma reserva nesse nome.
Não acredito que aquele cretino fez isso.
— Pode verificar de novo, moça? — pedi a ela.
— Realmente, só tem uma suíte reservada.
— Eu posso pagar algum outro quarto, qual tem disponível?
— Estamos lotados hoje, senhor… É uma semana de festivais de moda em Paris e os hotéis estão cheios de turistas.
Olhei para Amélia que ainda estava séria.
— Você vê algum problema em dormirmos no mesmo quarto?
— Eu só quero colocar uma roupa de frio logo, Sr. Ramsey.
Observei ela pegar a mala e ir em direção ao elevador, peguei a chave com a recepcionista e segui Amélia.
Chegando no quarto, era uma suíte com banheira, uma pequena cozinha e como imaginei, apenas uma cama no meio do quarto. Pra não dizer que não havia outro lugar para dormir, tinha um balanço gigante na sacada, e nele tinha muitas almofadas.
O lugar tinha uma vista maravilhosa de Paris, mas tivemos que deixar a porta da sacada fechada por causa do frio.
Amélia rapidamente foi tomar um banho e eu esperei ela sair para conversar com ela.
Me sentei na cama e alguns minutos depois ela saiu do banho, completamente agasalhada.
— Secretária Smith, podemos conversar? — a olhei e ela veio e se sentou ao meu lado.
— Sim…
— Está tudo bem? Você ficou a viagem toda indo muito ao banheiro e eu fiquei preocupado pois você é sempre tão faladeira e está muito quieta desde quando te chamei para viajar, você odiou tanto assim sair?
— Não é isso, não quero falar…
E isso agora? Estou me intrometendo na vida dela?
Deixei ela descansar e fui tomar um banho, me vesti e saí para o restaurante do hotel para ver se achava algo para comermos. Já tinham tirado tudo do almoço, então voltei para o quarto para perguntar a Amélia se ela queria pedir comida.
Quando entrei no quarto ela estava encolhida na cama segurando a barriga, me aproximei dela e perguntei se estava tudo bem com ela, mas não tive resposta.
— Amélia, deixa eu te ajudar…— falei colocando a mão no braço dela. — Está com dor na barriga?
— Cólica… Muito forte…— ela murmurou com os olhos fechados.
— Você trouxe algum remédio?
Ela apontou para a mala e eu fui até lá, abri e comecei a procurar algum remédio. A mala estava uma baderna, tive que tirar tudo de dentro para achar o remédio, achei uma bolsa pequena com uma cruz vermelha desenhada, olhei dentro dela e vi vários remédios.
Peguei uma garrafa de água no frigobar e entreguei para Amélia junto com a bolsa de remédio.
Pedi macarrão para mim e para ela e enquanto esperava a comida chegar, arrumei a mala dela, dobrei todas roupas deixando em ordem.
Talvez ela fez às pressas…
Fiquei sentado no balanço da sacada, a comida havia chegado e junto com ela um bolo de chocolate que pedi para Amélia.
Ela acordou depois de meia hora que a comida chegou.
Peguei a mesinha e arrumei a comida em cima da cama e me sentei ao lado de Amélia.
— Que horas que essa comida chegou? — ela disse coçando os olhos.
— Não faz muito tempo. Você está melhor?
— Sim, obrigado. Me desculpe por ter ficado quieta, eu estava sentindo muita dor e ainda tenho que lidar com essa tpm…
— Está tudo bem, vamos comer pois ainda está quente.
Depois que comemos ficou cada um em um canto do quarto, quanto mais anoitecia mais frio ficava. Liguei a TV e as notícias eram que uma frente fria estava vindo para a França e a temperatura poderia chegar a menos cinco graus. Sorte nossa que o quarto tem aquecedor, mas sair estaria fora dos planos por enquanto.
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Zenith Afonso
Gente....eles estão em Paris,,a capital da moda ,porque ela não compra ,pelo menos um casaco....????
2024-11-05
2
Sonia Ap Quintino dos santos
simplesmente fantástico!
2024-11-04
1
ARMINDA
JOHN FEZ A COISA CERTA .. COLOCOU ELES JUNTOS PRA SE CONHECEREM.
2024-10-10
5