CAPÍTULO 4

...ANTHONY...

A terça-feira se iniciou até que bem, não tive muito do que reclamar hoje, mesmo que ainda seja oito horas da manhã.

Minha governanta me avisou que hoje seria o primeiro dia da minha nova secretária pessoal, então não fui para a empresa hoje. Quero saber quem ela é, quero analisá-la e saber com que tipo de personalidade eu vou trabalhar.

Já não basta a minha própria.

Estava terminando de tomar o meu café quando Jenny mandou uma mensagem dizendo que a nova contratada estava chegando. Terminei de comer e subi para o meu escritório.

Não demorou muito para que eu ouvisse batidas na porta.

— Entre! - digo de longe, sentado em minha cadeira.

— Senhor, me ligaram do interior, parece que uma boa parte de uma das plantações amanheceu morta! — John fala com tom preocupado.

Meu dia estava bom demais pra ser verdade.

Merda.

— Vou preparar uma bolsa com roupas, peça alguém pra ir tirando o carro da garagem!

Saio andando depressa e vou em direção ao meu quarto. Arrumo minhas coisas rapidamente e me apresso em sair de casa.

Antes de descer as escadas eu passo no quarto do meu pai e lhe dou um beijo na testa, sua expressão é tão serena, mesmo em coma, ele parece bem e isso me deixa até com um certo alívio.

Saudade ouvir a voz dele...

[...]

Chegando no interior eu deixei minha mala na casa do campo e fui andando para a plantação acompanhado do caseiro.

Liguei para mansão a fim de avisar o que ocorreu.

— Mansão Ramsey, com quem eu falo? - ouço uma doce voz do outro lado da linha.

— Boa tarde! Sou o Sr. Ramsey, quem está falando?

— Amélia Smith, senhor! Sou a nova secretária pessoal...

— Bom, já que atendeu vou te passar uma tarefa! Avise a governanta Wills que terei que ficar o resto da semana aqui para resolver a situação da plantação morta e preciso que peça para o John ligar para a empresa e pedir que minha secretária cancele meus compromissos, estarei de volta na segunda-feira! Entendido, secretária Smith?

— Sim!

Encerro a chamada após ser chamado pelo caseiro.

— Senhor, provavelmente o nosso fertilizante estava estragado...- O homem de chapéu me fala com tom preocupado.

— Como assim? Não tem duas semanas que compramos essa última carga, Márcio!

Márcio Guilber é um velho amigo do vovô, um senhor de sessenta anos, ele cuida da nossa plantação há mais de quarenta anos com a esposa Edith.

— O galpão estava com um buraco no telhado, com essa chuva forte que teve esses dias atrás, tudo lá dentro ficou ensopado.

— Minha vida é difícil em... Márcio, eu irei ficar aqui e vamos resolver isso o mais rápido possível, quero estar na cidade no máximo segunda-feira à noite!

Tento resolver tudo o mais rápido que consigo, retiramos toda a parte da plantação nova, e até o final de semana teremos que ter limpado o local, adubado a terra novamente e plantar novas sementes.

Como eu disse, minha vida não é fácil...

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