...ANTHONY...
Acabei tendo que contratar um agrônomo temporário já que o vice-presidente - que é formado em agronomia - está de férias em Paris.
Como eu não seria muito útil aqui no interior, decidi voltar para a cidade.
Cheguei tarde demais em casa e já sabia que finalmente eu teria meu momento de sossego.
Amo estar sozinho em casa…
Assim que estacionei o carro na garagem, eu adentrei a quieta mansão.
— Lar doce lar! — respirei fundo e pensei ter ouvido gritos.
Subo as escadas e abro a porta do corredor direito, vou até o quarto do meu pai e vejo se está tudo bem.
Poderia ser ele gritando…
Saio dali e vou em direção ao meu quarto, quando passo na frente do último cômodo antes do meu quarto, ouço os gritos se intensificarem.
Quando girei a maçaneta e abri a porta, vi uma pessoa de pé na cama com o corpo coberto e apenas o rosto para fora.
— Quem é você? — pergunto a olhando.
A mesma toma um susto quando me vê, mas logo volta a sua atenção para o que parece ser um inseto voador.
— U-U-UMA BARATAAAAA! — Ela grita.
Percebi que se tratava de uma mulher.
— Calma, vou matar ela!
Tirei um dos meus tênis e tentei acertar o inseto. Tentei várias vezes e não acertei.
— Um minuto! — aviso a ela.
Vou até o meu quarto e pego um frasco de veneno para insetos. Miro na barata e em segundos consigo acertar ela, assim que percebi que ela morreu, chutei para fora do quarto.
A moça que estava eufórica até alguns minutos atrás correu até meus braços e me abraçou agradecendo.
Fiquei totalmente sem reação, ninguém ousaria me abraçar como ela fez agora.
— Muito obrigado, de verdade… Eu tenho muito trauma de barata. — ela disse se afastando.
— Só quero saber o que faz nesta casa! — eu disse, ajeitando minha roupa.
— Ah, me desculpe… Me chamo Amélia Smith, sou a nova secretária pessoal do Sr. Ramsey! — Ela estende a mão com um largo sorriso.
Paro para observá-la melhor e lembro da doce voz que me atendeu hoje mais cedo…
— Então é você? — aperto a mão dela.
Amélia me trazia um ar familiar… Com seus lindos olhos verdes, sardas e um sedoso cabelo ruivo que eu saberia de longe que é natural. A olhei debaixo para cima e percebi a mini peça de roupa que ela usava, seu corpo era definitivamente perfeito.
Assim que me viu a olhando, ela soltou minha mão e correu para o cobertor.
— Me desculpe por estar vestida assim, é que esse é o único pijama que eu tenho! Qual é o seu nome?
O que é isso?
Só de ouvir a voz dela meu coração dispara.
— Não me apresentaram a você ainda. Me chamo Anthony Ramsey, e ao que parece você é a minha nova secretária pessoal…
— Sua? Achei que fosse do Sr. Richard!
Meu coração gelou. Ninguém mencionava o nome do meu avô assim…
— Meu avô… Não se encontra mais entre nós…— Falei com dificuldade.
— Oh, sinto muito! — ela diz em tom triste.
Como sempre, todos ficam com pena de mim…
— Então é o senhor que irá casar…
Faço que sim com a cabeça.
Poxa vida, ruivas realmente me deixam fraco…
— Tem quantos anos, Amélia?
— Vinte e dois!
— Parece ser mais nova… Bom, acredito que o John ou a Jenny já te passaram tudo que deverá fazer a partir de agora. Irei para o meu quarto descansar, nos vemos amanhã secretária Smith!
Será que posso degustar esse nome em minha boca?
Entro no meu quarto com pensamentos impuros…
— Merda, John… Eu vou matar você!
[...]
A quarta-feira amanheceu chuvosa, precisava ir até a empresa para poder resolver o que ficou para trás ontem. Acordei super estressado em saber que no quarto ao lado tinha outra pessoa dormindo.
Faz uns minutos que pedi ao John e a Jenny para que viessem até a biblioteca.
Assim que vejo os dois entrarem no cômodo eu me levanto.
— Bom dia, Sr. Ramsey! — os dois falam juntos.
— Seria um bom dia se vocês tivessem me avisado que tem uma mulher na minha casa!
— Olha, Anthony… Até onde sabemos a última secretária pessoal da sua família ficava aqui na mansão e…— Eu faço sinal para que John ficasse quieto.
— Você colocou uma pessoa como ela pra morar na minha casa, do lado do meu quarto… Sabe que é o meu ponto fraco! — ouvi a Jenny abafar o riso. — Não estou rindo, governanta! Poxa, preciso explicar como tudo tem que ser?
Me sento novamente.
— Vocês dois entendem que eu preciso focar no meu casamento, certo? Já vai ser muito difícil achar uma mulher disposta a se casar nas circunstâncias que daremos e muito menos ainda quando souber que minha secretária dorme no quarto ao lado do meu. — Anthony, talvez ela te conquiste, afinal ela é ruiva e é uma pessoa de carne e osso! — John fala com as mãos nos bolsos.
— Não, John! Que ideia é essa? Contrataram ela para ser minha assistente e você sabe que temos regras nessa empresa!
— Secretária pessoal, Sr. Ramsey…— Jenny me corrige.
— Dane-se o cargo! Vou para a empresa, preciso que me envie por e-mail uma cópia do currículo dela…
Não sei por qual motivo eu fiquei tão nervoso… Eu não sou carente de mulheres, sempre tenho uma quando eu preciso mas, o fato de ter uma pessoa parecida com a da minha pintura dentro da minha casa não ajuda muito.
[...]
Cheguei na empresa faz mais de uma hora, minha secretária novamente deixou um bilhete na minha mesa.
“Ainda te espero em meu apartamento.”
— Alguém vai ser demitido…— falo comigo mesmo.
— Quem vai demitir? — ouço a voz de John quando ele entra em meu escritório.
— Você não conhece o termo educação, né? Sempre entra sem bater.
— Olha, eu vim trazer pessoalmente o currículo da Amélia.
Ele me entrega a folha.
Acabo encarando tempo demais o currículo da Amélia em minhas mãos, no alto da folha tinha uma foto dela.
Levo um susto quando levanto a folha e comparo a foto com a pintura da minha parede.
Como suspeitei… A minha ruiva é a mesma que está em minha casa nesse exato momento. A mesma que vi ontem com um mini pijama e olhos esbugalhados com medo.
Céus, o que estou pensando?
— Quero explicações! — eu perguntei jogando a folha na gaveta. — Ela é idêntica a mulher da minha pintura e você sabia disso desde a contratação!
— Achei que você nem se importava com aquela pintura… — ele fala lixando as unhas.
— Como assim? Eu mandei pintar a porra de um quadro gigantesco e colocar na parede da minha sala… Como ainda acha que eu não ligo, John? E desde quando você usa lixa de unha?
Ele se senta na poltrona ao lado da minha mesa.
— Você não se preocupou em saber se aquela menina existia, Anthony? Poxa, já estaria casado e cuidando da sua herança nesse exato momento! — ele diz massageando a testa.
— Eu não a procurei por não saber nada da vida dela… E se fosse casada? Ou se ela namorava? E se ele não gostasse de homens… Ela poderia ter uma personalidade horrível e ser uma pessoa insuportável, John!
— Você mesmo disse que não se importa em quem vai ser sua esposa, desde que ela fique longe da sua vida…
— Com ela é diferente… Eu passei anos anos pensando e sonhando com o rosto dela! Não fui atrás pois estou quebrado por dentro, quando minha família se foi, levaram parte de mim e eu não queria machucar ela com isso… E voltando ao assunto do quarto, esse negócio dela morar lá não vai dar certo…
— Tá com medo de acabar indo pra cama com ela assim como fez com sua secretária?
— Para de brincar com isso…
— Você tem que parar com isso, procure alguém e a ame de verdade, assim você pode ter um casamento como todos os outros e não só uma fachada. — John fala olhando para mim.
— Você sabe… Não sei se consigo me aproximar de alguém nesse nível, perdi minha família cedo demais, vivo preocupado com meu pai e ainda tenho que administrar tudo que foi deixado.
— Anthony, aquela menina pode ser a chave de virada da sua vida! Não viu a espontaneidade dela?
Ôh se vi…
— Nem reparei nela…— Minto.
— Sei…
— Não quero saber mais dessa conversa, peça alguém que tire essa pintura daqui e coloque junto com as outras lembranças da minha família.
— Mas Anthony, você ama este quadro!
— Ela vai ver isso aqui e vai me achar um pervertido, John…
— Como se você não fosse um…— ouço ele falando enquanto sai da sala.
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Fátima Souza
ó Jhon deu uma de secretária kkkkkk lixando as unhas!
2024-12-15
0
Sandra Maria de Oliveira Costa
💅🤣🤣
2024-12-17
0
Sandra Maria de Oliveira Costa
/Facepalm//Facepalm//Facepalm/
2024-12-17
0