Capítulo. 04

Ben me dá um olhar perplexo, como se eu tivesse inventado tudo. "Okay. Você gostaria de terminar a dança?"

"Claro."

Enquanto danço com Ben, não consigo parar de pensar no fantasma ou na maneira como ele desapareceu sem me dar seu nome. Merda! Aposto que o bastardo bonitão é casado e é por isso que ele não me disse quem ele é.

Isso não vai funcionar para mim. Se tem uma coisa que eu não faço, é homens casados.

Preciso falar com Addison, mas ela está no meio do show pré-sexo com Zac. Isso significa que ela vai me mandar para casa sozinha com Ben. Não estou com vontade de lidar com isso. "Não estou me sentindo bem. Acho que vou pegar um táxi de volta para o apartamento."

"Eu levo você."

Coloquei minha mão em seu braço. “Não posso pedir para você fazer isso. Esta é sua grande noite. Fique e mostre o que você conquistou.”

“Eu não me importo. Sério.”

Sim, eu sei. Ele é um cara tão legal, mas não estou interessada. “Eu sei, mas eu me sentiria pior se você não ficasse para promover aquilo pelo qual trabalhou tanto.”

Ele cede e eu pego um táxi de volta para o apartamento. Faço questão de estar na cama quando ele chega em casa. Finjo estar dormindo quando ele bate na porta do quarto porque não tenho certeza do que ele quer.

Bem, isso não é verdade. Eu sei o que ele quer, mas escolhi o caminho do covarde. Eu deveria ser brutal e dizer para ele recuar, mas não o faço. Eu o desvio, apenas prolongando o inevitável.

Eu acordo de repente com o movimento da cama ao meu lado. Que diabos? A adrenalina correndo em minhas veias faz meu coração decolar como um helicóptero. Ele está pulsando erraticamente no meu pescoço, no meu peito, na minha cabeça. Até nas minhas mãos.

“Addison?” Rezo para ouvir sua voz me responder.

“É.” Ela sussurra como se tivesse medo de acordar alguém. Tarde demais.

Estou aliviada por ouvir a voz dela em vez da de Ben, mas estou mais furiosa que o inferno. Olho para o relógio na mesa de cabeceira. São 3:18 da manhã. "Você me assustou pra caramba. O que você está fazendo subindo na cama a essa hora da manhã? Pensei que você estivesse na casa do Zac."

"Eu era."

Sim, e agora você não está mais. “Por que você voltou? Aconteceu alguma coisa?”

“Não, mas você me conhece. Eu não quero ser aquela garota, aquela que desgasta suas boas-vindas.”

Certo. Porque o cara não te deve nada depois que ele entra na sua calça. "Deixa eu ser direto. Você não quer ser a garota que vai desgastar suas boas-vindas, mas você vai ser a garota que vai deixar ele desgastar sua vagina?"

Ela dá um tapa no meu braço no escuro. "Isso é simplesmente grosseiro, Laurie." Ela ri. "Mas, oh, é verdade. Ele realmente o usou como um campeão."

Ugh! Eu estava brincando. Ela não é.

“É um jogo, Laurelyn. Confie em mim. Eu sei o que estou fazendo. Ele vai me querer mais se tiver que ficar na cama pensando em mim do outro lado do corredor. Ele vai desejar ter me pedido para ficar, mas há outro motivo pelo qual voltei para casa. Não quero que Ben saiba que eu tranquei os lombos com Zac.”

Meu Deus. É assim que estamos chamando isso ultimamente. "Por que Ben se importaria?"

“Você é filho único, então não entende. Irmãos não se importam com a sua idade. Eles são estranhos sobre os amigos transando com as irmãs.”

E quanto a uma irmã surtando porque seu irmão está tentando travar os lombos com sua melhor amiga? Ela não deveria estar tentando dissuadir Ben ou algo assim?

“Então, eu vi você dançando com um terno bonito ontem à noite. O que está acontecendo com isso?”

Terno bonito. Eu posso aceitar isso. “Era ele, o homem que encontrei no clube quando estávamos saindo na outra noite. O mesmo em quem não consigo parar de pensar há três dias.”

“Oh, uau. Que coincidência.” Ela não precisa me dizer. Pensei que nunca mais o veria.

“Eu sei. Ele me convidou para jantar hoje à noite.” Soltei um grito agudo que não deveria vir de uma mulher de 22 anos. “Ele está mandando o motorista me buscar porque tem uma reunião à tarde. Isso é estranho?”

“Acho que não, a menos que ele esteja chamando o homem atrás do volante de um táxi de seu motorista. Ele deve ser rico. O que ele faz?”

“Não sei. Não chegamos tão longe.”

"Qual o nome dele?"

Eu opto por não contar a ela que ele disse que seria mais emocionante se eu não soubesse. "Umm, nós também não chegamos tão longe."

“Bem, isso é foda. Você está saindo com um cara e não sabe quem ele é? Quem eu vou denunciar à polícia se você desaparecer porque ele é outro serial killer bonitão? Sabe, Ted Bundy era terrivelmente charmoso também.”

Ah, inferno. Eu não tinha pensado nisso. E se ele for algum tipo de esquisitão? "Acho que diga a eles que foi o cara bonito de terno que fez isso."

...Jack McLachlan...

Daniel me manda uma mensagem quando ele está parando na frente do The Ashford Hotel, então eu saio da nossa mesa no restaurante do hotel para encontrá-la. Quando saio do hotel para cumprimentar minha garota americana, Daniel está circulando para abrir a porta dela, mas eu o paro. "Eu tenho, Daniel. Obrigada."

Depois de abrir a porta, ela sai para a calçada. Ela está usando um vestido floral de cetim de um ombro só com cinto na cintura e saltos altos que esticam suas pernas ainda mais do que já são. Ela é linda e eu anseio por estender minha mão para tocar a pele exposta em seu ombro.

Ela olha para o hotel e depois de volta para mim. “Sério? Você me trouxe para um hotel?”

O rosto dela me diz que ela está chateada, mas é fácil ver por que ela pode tirar conclusões precipitadas. “A reunião com minha equipe de vendas foi na sala de conferências do hotel. Pensei que poderíamos jantar no Ash. É o restaurante do hotel. Disseram-me que é o melhor da cidade.”

Suas bochechas estão rosadas. “Sinto muito.”

“Não pense mais nisso.”

Ela pega meu braço oferecido. “Você não é de Wagga Wagga?”

"Não." É tudo o que eu digo a ela e ela não insiste mais.

Deixo que ela ande na minha frente pela porta giratória para o saguão. “Você está hospedado neste hotel?”

“Não. Estou hospedado em uma propriedade no campo.”

"Oh."

Eu a acompanho em direção ao fundo do restaurante até nossa mesa. Puxo sua cadeira e a deslizo para baixo dela quando ela se senta. "Você está com fome?"

Ela sorri e eu me pego querendo saber todos os segredos que ela esconde por trás disso. “Muito. Eu não sou uma dessas garotas que tem medo de comer na frente de um encontro. Espero que você não se importe com isso.”

"De jeito nenhum."

Ela fica quieta enquanto lê a carta de vinhos e nosso garçom chega para anotar nosso pedido de bebidas. "Vou querer um Sauvignon Blanc."

Ela levanta os olhos da lista. “Não tenho ideia de como pedir vinho. Vou querer o que você está pedindo.”

“Dois Sauvignon Blancs.”

Ela segura o cardápio na frente dela e eu não consigo ver seu rosto. Ela está estudando como se pudesse haver uma prova mais tarde. "Não sei o que quero. Tudo parece bom."

“Meu parceiro de negócios recomendou qualquer coisa que fosse frutos do mar.”

Um momento depois, ela coloca o cardápio na mesa. “Frutos do mar parece bom. Vou querer os camarões recheados.”

Depois que o garçom traz o vinho e anota nosso pedido, continuamos nossa conversa segura e genérica. “Como foram as safras do seu amigo ontem à noite?”

“Ben se saiu bem, mas eu nunca esperei nada menos. O vinho é o negócio da família dele.”

Lembro-me da garçonete mencionando isso. Acredito que ela disse que ele era da Califórnia. “Eu entendo isso. Você é muito mais apaixonado por isso quando é seu ganha-pão.”

"Você diz isso como se soubesse por experiência própria." Ela é esperta.

“Sim. Também trabalho no ramo de produção de vinho.” É uma meia verdade, já que me esqueci de contar a ela que sou dono de um grande número de vinícolas na Austrália do Sul e na Nova Zelândia.

Ela sorri e eu a vejo fazer a conexão. "Então é por isso que você estava no jantar vintage ontem à noite?"

“Sim. Meu empregador doa dinheiro para o programa de vinhos, então ele recebe um convite automático para o evento. Fui enviado no lugar dele como representante.”

Não falamos sobre nada em particular e sinto o clima da nossa conversa mudar quando terminamos de comer. “Passei a última hora jantando com você e você ainda não me disse seu nome. Talvez seja uma coisa australiana, mas de onde eu venho, essa é uma das primeiras coisas que você diz a alguém. Há algum motivo para você não ter me dito?”

Estou interessado em sondar o cérebro dela, ouvir sua possível explicação. “Por que você acha que isso pode ser?”

Ela estuda meu rosto e pela primeira vez noto a cor incomum dos seus olhos. Eu achava que eram castanhos, mas agora vejo que estava apenas meio certo. Eles são mais claros, mais como caramelo do que chocolate. E o cabelo dela não tem um único tom de castanho; é cheio de mechas cor de mel.

As costas dela enrijecem. “Acho que você é casado, com uma esposa e dois filhos e meio esperando você voltar para casa.”

Quase esqueço a pergunta dela, estou tão entretido observando as janelas da alma dela. Vejo algo ali, mas não consigo identificar o que é.

Eu levanto minha mão esquerda vazia e aponto para onde uma aliança de casamento estaria se eu tivesse uma. Eu sorrio porque o pensamento de eu ser casado é um oposto tão polar da verdade. "Sem esposa. Sem filhos de dois pontos e meio."

Ela se recosta na cadeira e não parece estar comprando o que estou vendendo. “A falta de uma aliança de casamento não prova nada.”

“Sou reservado, mas isso não tem nada a ver com ser casado.”

Nosso garçom retorna para retirar nossos pratos e ficamos em silêncio até que ele se afasta. “Por que você é tão reservado?”

“Na falta de uma resposta melhor, é assim que eu sou.”

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