Capítulo Dez

Jason Vernon

Chego em um hotel fazenda e logo sou recebido por uma senhora, o hall do hotel estava silencioso, ela chama o seu esposo que ajuda o meu motorista com a mala.

— O senhor pretende ficar no nosso hotel por quanto tempo?—ela me pergunta.

— Ainda não tenho certeza sobre quanto tempo ficarei no Texas, vim a procura de uma mulher, talvez ela tenha feito o Check in neste hotel, já que só tem ele na região.

— Não me recordo de nenhuma hóspede com esse nome, mas também se houvesse, não poderia informar-lhe, costumo respeitar a privacidade de todos que entram neste hotel.

— Compreendo, mas de qualquer forma, agradeço, irei procurar eu mesmo pela minha futura esposa.

— Se me permite dar a minha opinião, tem algo que talvez precise saber— ela falou, esperando que eu aprovasse seja lá o que ela gostaria de dizer.

— O que seria senhora?

—Se ela se afastou de você, talvez não fosse melhor desistir dela e seguir? No amor nem sempre vencemos.

— A verdade é que eu a afastei de mim, então estou aqui para encontrá-la e corrigir o meu erro, agora preciso ir para o quarto, estou precisando descansar um pouco, amanhã será um longo dia.

—Tudo bem senhor, caso precise de algo é só ligar do quarto, estarei descansando, mas os funcionários do hotel podem lhe ajudar, a propósito, como seria essa mulher que está procurando, talvez eu possa ajudá-lo.

— Obrigado, de qualquer forma por me receber está noite com o meu motorista, eu tenho uma foto no meu celular dela, só um momento.

Pego o meu celular e logo mostro na galeria de fotos , algumas que tiramos quando estávamos juntos.

Ela parecia reconhecer a Abby, mas saiu negando ter visto ela.

Assim que subo no quarto, pego o meu celular e ligo para a Abby, mas o seu número continuava desligado.

Saio do hotel e caminho um pouco pela fazenda naquela noite, percorrendo os caminhos da fazenda. Meus passos são envoltos em pensamentos, repletos do peso das minhas escolhas.

Tento não me preocupar , mas minha mente estava confusa, sobre as decisões que tomei, tornando o fardo mais pesado para a minha doce Abby. O cenário ao meu redor, me faz recordar da forma como ela descrevia sua infância para mim, relembrando-me de que tudo poderia ser diferente se eu não a tivesse deixado para seguir os desejos imperiosos de meu pai. No silêncio da noite sinto a falta dela, mas o peso da minha culpa continua em minha memória, ela precisava de mim e, contudo, eu a abandonei e desisti tão facilmente dela que me culpo por ser tão fraco quanto aos meus sentimentos.

Antes que eu voltasse para o meu quarto, ouço vozes no Hall do hotel, a senhora conversava com uma mulher de cabelos escuros.

— Ella, você precisa levar suas coisas para a fazenda dos Cliford, acho que o seu passado está mais perto de você do que imagina—disse a senhora para a mulher que não conseguia ver o rosto.

—O que quer dizer com isso vovó Dete?

—Sei que não quer me contar o que aconteceu no seu passado, mas não pode ser atormentada por ele e muito menos fugir dele.

— Eu não sei o que fazer, o Charlie me confrontou hoje sobre o meu retorno ao Texas, mas a verdade é que eu só queria esquecer o pesadelo que vivi um pouco mais de um ano atrás.

—Se não quiser falar sobre isso, eu compreenderei, mas eu sempre estarei aqui para fazer tudo que estiver ao meu alcance para sua felicidade.

— Vovó Dete, a verdade é que a pouco mais de um ano eu acreditei que poderia ser feliz, eu estava grávida do homem que acreditava ser o meu verdadeiro amor, o meu novo recomeço, mas quando o pai dele descobriu sobre minha gravidez, antes mesmo do Jason, eu acreditei que ele estava feliz por saber que seria avô, foi então que me levou para um hospital particular, dizendo que queria fazer uma surpresa para o filho dele, com uma ultrassom 4d, mas o que parecia ser um sonho, tornou um pesadelo para mim, me amarraram e como se meu bebê fosse um erro, eles abortaram o meu bebê, o avô do meu filho que hoje se tornou o meu anjo, é um monstro, eles me deixaram sem meu bebê e incapaz de gerar outra vida.

Naquele momento, cai no chão do Hall, a Abby chorava abraçada com a senhora que também chorava após ouvir algo tão monstruoso e brutal.

Eu chorei em silêncio, vendo a mulher que eu amo, sofrendo por ter passado por uma dor que jamais posso curar, mas que eu era responsável.

Continua...

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