Capítulo Quatro

Charlie Cliford

Jack sai do banheiro sorrindo e suspirando aliviado, olhamos para ele sem entender o que estava fazendo lá.

— Essa mijada foi tão épica que até os passarinhos pararam para aplaudir. Mijomamada atingiu um novo nível, galera!

— Espero que não esteja se referindo às tetas das vacas, que você ordenha todos dias.

— Que tipo de fazendeiro você acha que eu sou James? Esqueceu que não gosto de leite?—Jack falou.

—Ainda me pergunta que tipo de fazendeiro é? Meu irmão é possível que nunca tenha transado com uma mulher?—digo rindo com o James.

—E você Charlie? É possível que não esteja mijando como um homem, pensei que a única que mijava sentada aqui é a Bella, ou ser pai de menina te fez esquecer como um macho mija?— Jack falou rindo sozinho.

— Seu irmão tem a cabeça mais oca que os chifres dos nossos bois, não consegue falar por cinco minutos sem envolver o pinto que tem entre as pernas, parece acreditar que a profundidade do pensamento é diretamente proporcional à quantidade de referências sexuais. Pergunto-me se seu irmão já descobriu que existem outros usos para o banheiro além de uma mijomamada.

—Papai, o que é mijomamada?— o pequeno Bil me pergunta confuso.

— Pergunta ao seu tio Jack, se bem que ele nem sabe diferenciar uma urina de uma mulher— meu pai diz, enquanto rio com o James do Jack.

O Jack responde, dizendo:

— "Mijomamada" é quando você termina de urinar e sente que venceu na vida, ou como comer o chocolate que o seu tio James costuma lhe dar todas noite antes de dormir, o importante é não segurar o mijo.

—Você agora vai se tornar urologista? Não acha que está tarde para isso?

— Eu sou mais inteligente que um médico de urina—disse Jack, logo em seguida bebeu sua cerveja.

— Imagina o Jack receitando os pacientes, ao invés de beberem água para urinar,terão que tomar cerveja, ainda vai dizer aos pacientes que ele só bebe isso e nunca teve problema. E assim, a sabedoria da família é transmitida de geração em geração, ou pelo menos até a próxima mijada épica.

Bebemos um pouco, depois coloquei os meus filhos na cama e fui para o meu quarto, deitei e fiquei pensando se foi o mau cheiro que eu estava ou o Jack que espantou a tal de Ella quando cheguei em casa.

No dia seguinte acordo bastante cedo e ainda todos dormiam, alimento os animais e volto para casa, tomo um banho e desço para cozinha para preparar algo para o café da manhã, quando me deparo com a Ella ali diante de mim, preparando o café.

—O que faz aqui tão cedo? Como entrou?

— Achei que todos já estariam acordados, vim para preparar o café da manhã e começar o trabalho, a vovó Bernadete disse que já tinha combinado tudo e me entregou a chave— ela falou, sem sequer olhar para mim.

— Tem experiência com crianças Ella? Pergunto pois meus filhos são calmos, mas quero saber se posso confiar em você ?

— Jamais faria algo para machucar um Clif.

— Tudo bem Ella, você está contratada, ando bastante ocupado e a Bella precisa de uma companhia feminina.

—Bom dia Charlie! Vim cobrar o meu presente de natal— disse Bernadete entrando na cozinha.

— O que a senhora deseja, posso sair para comprar amanhã.

— Desejo que vá a um encontro com a filha da Esmeralda.

— Não acha que está pedindo muito?

— É algo que pode fazer, então não é nada tão complicado.—disse Bernadete.

— Eu não posso ir a um encontro com a filha da Esmeralda—digo olhando para a nova babá, tendo uma ideia de me livrar desse pedido da Bernadete.

— E por que não pode?Não vejo nem um impedimento.

— Por que já chamei a Ella para sair comigo— digo e logo Ella me olha surpresa, o que me fez olhar fixamente para ela e ter a impressão de que já a conheço.

Continua...

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