Capítulo Três

Charlie Cliford

Olho para a mulher que estava diante de mim e ela olhava-me como se me conhecesse.

—Boa noite, me chamo Charlie, Bernadete me falou sobre você ser a babá dos meus filhos.

Ergo a minha mão para cumprimentá-la e ela sai da minha casa mais rápido que o meu cavalo de corrida.

—Charlie, você chegou? Onde está a babá miau?—Jack me perguntou.

—Talvez você tenha a assustado, o que disse a ela? A mulher saiu correndo como se estivesse em uma corrida de cavalos.

— Ela passou o dia aqui,não acha que só foi você chegar que ela foi embora e quer me perguntar o que eu fiz? Tu anda muito enferrujado em lidar com as mulheres, está pior que os ferrolhos da porteira da fazenda, sem contar que seu cheiro não está nada agradável, vai tomar um banho—disse o Jack e logo notei que a vaca com cólicas me deixou com um cheiro azedo.

 Dei um beijo na testa dos meus filhos e comecei a subir as escadas, quando ouço minha filha dizendo:

— Papai, a Ella pode ser nossa babá?

— Gostaram dela?

Na mesma hora os três dizem sim, olho para o meu irmão e digo:

—Se eu contratá-la, ela só vai cuidar do Bil e da Bella, não acha que é grande demais para ser cuidado por uma babá? Procure uma mulher para você, já está na hora de alguém cuidar da sua criança que vive nessa sua cabeça oca irmão.

— E por que não pode ser a Ella? Irei vê-la com frequência, ela sabe cozinhar e gosta de crianças, além de já estar aqui na nossa casa cuidando dos seus filhos—disse Jack.

— Boa sorte tentando conquistar ela, não a conheço, mas posso arriscar que você não vai conseguir nada, já que nem a sua égua que vive fugindo do estábulo você consegue domar.

Subo e tomo um banho demorado, para tirar o cheiro que estava impregnado, em seguida desço e todos já estavam na mesa de jantar, me aguardando, meu pai levanta e então começa a oração.

— Damos graças por mais um ano de boa colheita e um gado que nos tirou do vermelho, agradeço pela vida dos meus netos e por ter os meus filhos ao meu lado cuidando do rancho.

— Sou grato pela vida da Bernadete que sempre pensa em nossa família e nos enviou uma pessoa neste dia para preparar nossa ceia— disse o James.

— Sou grato pela empresa que criou a cerveja, assim posso beber mais do que os bezerros que sugam os leites da vaca mãe— disse o Jack e meu pai olha para ele com uma cara de reprovação de quem não sabe como teve um filho como ele.

— Sou grato por minha família e todos que de certa forma nos ajudam como podem, principalmente pelos meus filhos— digo olhando para os meus filhos.

Bernadete entra vestida de mamãe Noel e meu pai logo levanta.

— Ho ho ho, soube que tem duas crianças nessa fazenda que foram bonzinhos, então vim trazer os presentes a pedido do Papai Noel— disse Bernadete abraçando os meus filhos, com um saco de presentes.

— Obrigado senhora Bernadete, peço desculpas por não ter comprado um presente para retribuir tudo que fez este ano por nossa família, mesmo que eu negasse ajuda.

— Não se preocupe, apenas tenha em mente que não pode negar um pedido meu— Bernadete falou, o que me fez questionar o quão difícil seria ter que aceitar seja lá qual fosse o pedido dela, quando ela o quisesse realizar.

Meus filhos estavam felizes e era o que importava naquele momento para mim, meu pai como sempre discute com a Bernadete, os dois são como fogo e água, não suportam estar no mesmo ambiente.

Ela vai embora e logo jantamos, em seguida ficamos todos na sala, conversando e bebendo um whisky, enquanto olhava para os meus filhos brincando com os presentes que ganharam.

Continua...

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