Capítulo Seis

Ella Kilgore

Charlie sempre me fez sentir segura, parecia estar vivendo um sonho, me vesti com ele me olhando após ter colocado a sua roupa, toquei nos cabelos dele, tirando um pouco do feno que acabou ficando entrelaçado nos seus lindos cabelos escuros.

— Parece que o tempo só intensificou a atração entre nós.pensei várias vezes e fiquei imaginando desde que te vi como seria se pudéssemos ceder aos nossos sentimentos.

—Eu também, mas sabemos que não podemos. As circunstâncias são diferentes agora—ele falou, enquanto colocava seu chapéu na cabeça.

— É difícil resistir à tentação quando estamos tão próximos. Lembro-me dos beijos roubados e das promessas sussurradas—digo segurando em sua mão.

—Cada momento era uma eternidade. Mas agora, temos responsabilidades que não podemos ignorar, peço que me perdoe, foi um erro ter cedido aos meus desejos— ele falou, enquanto olhava um dos cavalos.

— Às vezes, a vida nos coloca à prova de formas cruéis. Mas ainda guardo aquele fogo dentro de mim—digo, mas ele parece não se importar.

Eu o desejo de forma tão intensa que cada palavra que ecoou dos lábios dele, não fizeram nenhum efeito para mim, não importava o quanto ele quisesse negar o que sentia, em relação a nós, eu não iria desistir dele, não dessa vez.

—Eu também. Talvez, em outra realidade, pudéssemos viver essa paixão sem restrições— ele disse enquanto me olhava fixamente.

—Quem sabe o futuro reserve algo para nós? Por agora, guardemos essas lembranças como um tesouro secreto.

— Concordo. Talvez, em outro tempo e lugar, possamos explorar o que ficou suspenso entre nós.

— Até lá, ficaremos com o calor dessas lembranças, mesmo que o mundo nunca saiba?—pergunto-me aproximando dele, sentindo o cheiro forte e intenso dele, não me importava em como iria laçá-lo, pois eu já tinha sido laçada por ele e após o inesquecível prazer que tive a pouco tempo com ele, tudo o que eu queria era muito mais de cada centímetro do meu lindo Cowboy.

À beira da rendição, ele se aproxima ainda mais, envolvendo-me com firmeza pela cintura. Suas mãos deslizam delicadamente por meu corpo, enquanto sua respiração, suave como uma melodia, se entrelaça na minha boca, tento resistir e logo o empurro, saio de lá sem olhar para trás, ele precisa entender que não sou um dos cavalos dele que pode ser domado facilmente.

Assim que entro na casa, vou direto para a cozinha e Jack já estava lá, sentado, tomando o seu café da manhã.

— Parece que não foi só os cavalos que acordaram cedo com o toque do Charlie não é mesmo Ella?—Jack perguntou com seu sorriso malicioso.

— Seja lá o que você viu, apague isso da sua memória— digo enquanto termino de preparar um sanduíche.

— Seria ótimo ver, seja lá o que vocês fizeram naquele estábulo, nessas horas entendo por que não é o cavalo que é o melhor amigo do homem, já que não revelam nada do que eles vêem, mas uma coisa eu tenho certeza, se foi capaz de chegar com o seu cabelo todo bagunçado e com feno pelas roupas, não foi só os cavalos que viram mais do que deviam, o Charlie ainda está lá tirando o feno do corpo dele? Ou você fez melhor que ele o ajudando a tirar?

— Jack, agora é sério, eu não vou cair no seu jogo, aqui é uma fazenda e eu posso ter caído no feno, é algo comum.

— Talvez para você, não para mim, mas não se preocupe, eu não estou te julgando, ainda bem que o Charlie ainda continua laçando, já estava duvidando da masculinidade dele, pois já faz anos que não o vejo com nenhuma mulher, o mais perto de uma figura feminina que ele já esteve foi com as vacas da fazenda.

Continua...

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