Capítulo 18

...Charles Narrando ...

Quando cheguei na porteira, eu me afastei da Fiona e a mesma perguntou:

— Brigaram?

— Não é da sua conta.

— Aa vamos lá, você sabia que ela não era boa o suficiente, então porque insistiu nela? Charles — Se aproxima de mim — ela não é para você, vocês não combinam. Ela é uma moça da cidade grande e ela nunca se acostumou com a vida que nós temos, aceita que doi menos!

— Você não a conhece, Fiona!

Eu indaguei e a afastei de mim novamente, Fiona resmungou e eu senti o meu corpo esquentar. Os sintomas da transformação estão ficando piores…

— Ok, vamos esquecer ela. O que vamos fazer para nos proteger desse lobisomem, Charles?

— Vocês só precisam ficar trancados em casa, eu cuido dele.

— Sozinho? Você está louco?!

— Sou filho de caçadores, você acha que será um problema para mim?

Digo e então eu saio dali, deixando a Fiona sem uma resposta para me dar. Fico debaixo do pé de manga e noto que os animais estavam com medo de mim. Até os cães estavam demonstrando desconforto. Fico ali observando o Filipe colocar as coisas da Flora dentro da carroça.

Como o carro está na capital com o senhor Floriano, pois ele é o responsável por comprar os materiais necessários para os animais, só restou o Luca para os levar até a cidade. Eu tenho mais cavalos agora, pois resolvi comprar alguns para facilitar a vida dos trabalhadores.

Eu queria viver uma vida solitária, onde não precisaria tocar num tostão deixado pelo meu pai para mim, mas eu sabia que a Flora gostava de animais e como eu queria passar mais tempo ao lado dela, contratei algumas pessoas e comprei animais.

Aumentei os estábulos e até construí casas nas terras do meu pai para esses funcionários que vinham da cidade. Fiz tudo por ela e somente agora eu percebi…que fiz isso porque a amo e não porque sentia pena dela ou porque queria agradar ela.

Após um tempo, avistei a Flora saindo da casa, ela olhou ao redor com cautela e colocou a mão no peito. Depois foi até os cães e se despediu de cada um, olhou novamente ao redor e notou a minha presença ali. Ela me deu um olhar tristonho e de ódio, então, ela jogou algo no chão e subiu na carroça com ajuda do Filipe. Os dois seguiram caminho para longe das minhas terras e eu só pude assistir, pois não podia negar que ela estava correndo mais perigo ainda ficando ao meu lado.

Me levantei meio tonto e fui até o local onde eu podia ver algo brilhando contra a luz do sol e ao chegar lá, vi a aliança de casamento que era da minha mãe, tal que ela me deu e disse quando estava no leito de sua morte:

— “ Esse anel…você dará para a pessoa que tocar profundamente o seu coração, meu filho…”

Segurei o anel com carinho, enquanto chorava pela segunda vez. Após anos de dor e solidão, eu pude chorar por amor…

Flora…eu espero que um dia você me perdoe…

...Autora Narrando...

Já estava perto do anoitecer, quando Flora estava perto de chegar na cidade. Ela não disse nada o caminho todo e sentia uma sensação ruim. Filipe, encarou a sua senhora e então perguntou:

— A senhora está bem? Está pálida.

— Sim, estou bem.

Ela respondeu com tristeza na voz e antes do homem falar mais alguma coisa, dois homens saíram da mata e pularam na frente do cavalo. Eles estavam armados e Flora mais o Filipe ficaram sem reação. Mais dois homens saíram da mata ao lado e um deles era Natanael.

— Natanael?

Perguntou Flora e o mesmo sorriu. Ele tinha um olhar maluco. Ele se aproximou dela e a puxou com brutalidade de cima da carroça. Filipe tentou agir, mas foi impedido pelos dois homens.

— Pelo amor de Deus…não o machuquem! Natanael, por favor…

— Soltem o homem.

Natanael ordenou e os caras soltaram Filipe.

— Pode ir…

Falou Flora e ele tentou argumentar, mas ela gritou e ordenou que ele obedecesse. Filipe fez a volta da carroça e quando estava se afastando, Natanael tirou uma arma da cintura e Flora notando o que ele planejava fazer, rapidamente o empurrou e o tiro pegou de raspão no ombro do Filipe.

Luca ( O cavalo) começou a correr em alta velocidade. Flora encarou o Natanael com lágrimas nos olhos e o mesmo levantou-se com brutalidade, agarrou os braços dela e desferiu dois fortes tapas no seu rosto, fazendo ela cair no chão sentindo dores.

— Sua vadia!

Indagou ele entre dentes. Natanael puxou a Flora para dentro da mata, ele ordenou para os homens ficarem ali e observar a movimentação. Ele puxou a Flora para o meio da mata, a jogou no chão e subiu em cima da mesma. Flora lutava com todas as suas forças, ela suplicava para ele parar, mas ele estava fora de si.

— Você é minha…minha haha!

Natanael começou a rasgar a roupa dela, ele beijava e mordia o corpo da Flora. Ela chorava e implorava por misericórdia, mas ele não dava ouvidos às suas súplicas.

— Aaa…paraaa!

Flora deu uma forte joelhada no estômago de Natanael assim que sentiu as mãos dele por cima da sua intimidade. Natanael gritou de dor e Flora correu pela mata, entrando ainda mais para dentro dela.

— PEGUEM ESSA PUTA! MATEM ESSA DESGRAÇADA!

Ele gritou e os homens correram atrás da Flora, que corria com todas as suas forças. Ela estava se machucando nos galhos e gritava a cada lapada que recebia. Atrás dela, ela podia ouvir os passos rápidos dos homens. Foram horas correndo e ela não conseguia mais correr, já estava escuro e o medo deles a pegarem era grande.

Flora se escondeu numas moitas altas e ouviu os passos e vozes dos homens.

— Você não vai fugir pra sempre lindinha, porque não vem aqui para a gente conversar?

Um dos homens falou sorrindo e Flora colocou a mão na boca, segurando o seu medo o máximo possível. Quando eles estavam perto da moita que ela estava, um dos homens falou:

— Cara, tem algo nos olhando.

— Como assim? — Perguntou o outro homem, tal que usava um tapa olhos.

— Vamos dá o fora daqui, aquilo não é um animal comum!

O homem falou e correu, enquanto o outro ficou parado sem entender nada. O homem que correu gritou alto e o homem que estava parado correu na direção em que o amigo tinha corrido. Flora levantou-se e constatou o homem de tapas olhos ser atacado por uma enorme besta de pelos cinzas.

Aquela coisa arrancou a cabeça do homem com apenas uma mordida. Flora soltou um grito agudo de medo e o ser direcionou o seu olhar para ela. O animal tinha olhos traiçoeiros e cheio de ódio, seus olhos eram de uma tonalidade amarela quase vermelha.

Flora caiu para trás ao ver aquela coisa ficar entre duas patas e soltar um rosnado alto e agudo. Ela constatou aquilo andando lentamente em sua direção e quando ela chegou bem perto dela, a Flora desmaiou, vendo somente o olhar impossível de ser decifrado daquela besta antes de apagar de vez.

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Comments

Fatima Cavalcante

Fatima Cavalcante

história de lobisomem será?

2025-03-06

0

Maria José Casarine

Maria José Casarine

Cruzes que história maluca 😲

2024-07-01

1

New Biana

New Biana

tadinha

2024-06-01

1

Ver todos

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