Capítulo 7

...O ser lá fora—Final...

Flora Narrando

Charles estava mesmo cogitando em ir lá fora para espantar essa coisa? Isso é suicídio!

— Vou estar armado, então não precisa se preocupar. Só irei assustar ela para poder colocar os cães para dentro.

— Aquela besta era do tamanho de um bezerro, você acha que ela iria fugir??

Digo e logo o Charles puxou-me para os braços dele. Ele beijou os meus lábios e disse com um sorriso:

— Vai ficar tudo bem, confie em mim!

Charles se afastou de mim, pegou uma arma e saiu do quarto deixando claro que não era para eu sair dali. Fiquei andando de um lado para o outro esperando ele entrar no quarto, mas isso não aconteceu. Após uns dois minutos, ouvi os cães entrando para dentro e depois escutei o som da porta sendo fechada.

Fiquei ali o esperando, mas ele não entrou no quarto. Andei em direção a porta e pensei em abri-la, mas pensei melhor e resolvi permanecer dentro daquele quarto. Por mais que eu tentasse não pensar que talvez algo muito ruim tivesse acontecido com o Charles, isso era impossível de ser realizado.

— E se aquela coisa o atacou?

— Porquê ele saiu? Ele por acaso não tem medo, é isso?

Me questiono enquanto ando de um lado para o outro. Então, do nada escuto um uivo aterrador, que fez os cães que latiam e corriam de um lado para o outro dentro da casa pararem enquanto choravam amedrontados. Corri até a janela do quarto do Charles, tirei as cortinas e abri a janela para poder ver lá embaixo.

Tava tudo uma total escuridão e a chuva forte só piorava a situação. firmei os meus olhos e comecei a olhar ao redor, então, avistei o Charles. Ele estava parado no meio do terreiro, encarando aquela besta enorme. Ambos estavam bem próximos e nenhum aparentava querer recuar.

O que ele planeja fazer? Ele quer morrer, é isso?!

Fiquei observando aquela cena incomum de se ver e logo eu abafei um grito de total espanto quando aquilo ficou ereto em duas patas. Eu não conseguia ver aquilo com total clareza, pois ela era totalmente escura e a única coisa que podia se ver com perfeição eram os seus dentes enormes e os seus olhos vermelhos.

O ser se aproximou ainda mais do Charles, depois aquilo se afastou, rosnou e então eu escutei aquela coisa falar. Sim, ela falava!

— Você…como isso é possível??

Aquilo foi se afastando cada vez mais, e então saiu correndo todo torto em direção a mata. Charles ficou ali por mais alguns segundos. Do nada, ele virou a sua cabeça para o lado e depois virou-se e me encarou.

O seu olhar estava diferente e aquilo me deixou bastante assustada. Fechei rapidamente a janela e as cortinas, então fui para a sua cama. E se ele me bater? Ele parecia estar muito irritado…

Em poucos segundos, ouvi batidas na porta. Andei até ela muito relutante e após soltar um longo suspiro, eu abri a porta revelando o Charles, que estava todo molhado. Ele me encarou e então eu deixei ele entrar de vez no quarto.

— Precisa de ajuda?

Perguntei, mas ele negou com a cabeça.

— Porquê você foi até a janela?

— Eu fiquei preocupada com você…desculpa, eu sabia que era errado…mas não consegui me conter…

Charles soltou um longo suspiro, ele começou a tirar a sua camisa e eu olhei para baixo.

— Se quiser, pode voltar para o seu quarto. Aquilo não voltará.

Voltar para o meu quarto? Porque ele simplesmente está me expulsando??? Ele acha mesmo que eu irei voltar? Naquele quarto eu não volto mais hoje! Cruzei os braços, fiz um bico e com vergonha e um pouco de raiva por ele está me expulsando do seu quarto, eu perguntei:

— Charles…eu…eu poderia dormir com você hoje? Não quero voltar lá…pelo menos…não hoje.

Eu realmente não quero voltar…não quero….

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