capítulo 11

Assim que Alexa acordou, as lembranças do que havia acontecido mais cedo voltaram com força. Sentiu um nó no estômago ao lembrar de tudo, mas quando viu um bilhete no criado-mudo, escrito por Bruno, informando que ela teria o dia de folga, decidiu aproveitar e visitar sua amiga Júlia. Rapidamente se arrumou e foi avisar Marta.

— Marta, estou de folga hoje, vou aproveitar para visitar minha amiga Júlia.

— Querida, não precisa avisar, você está de folga, aproveite seu dia. Mas tome cuidado, está bem? — respondeu Marta com um sorriso caloroso.

— Pode deixar, volto cedo. Qualquer coisa, não exite em me ligar — Alexa respondeu, antes de sair.

Ela pegou um táxi e, em poucos minutos, chegou à sua antiga casa, onde Júlia morava. Assim que entrou, foi recebida com um abraço apertado.

— Alexa! Que saudades, amiga! Como você está? — Júlia perguntou, animada.

— Amiga, eu preciso conversar com você... — disse Alexa, meio aflita.

— Claro, fala! Estou aqui para te ouvir — Júlia respondeu, sentando-se ao lado dela.

— Estou muito confusa, Júlia. O senhor Bruno me beijou... e o irmão dele tentou me agarrar à força...

Júlia ficou perplexa.

— O quê? Me explica isso direito!

— Foi isso... e quando acordei mais cedo, só encontrei um bilhete dele, dizendo que eu tinha o dia de folga.

Júlia deu um sorriso de canto.

— Amiga, eu acho que você está começando a se apaixonar pelo Bruno.

Alexa balançou a cabeça, sentindo um misto de negação e incerteza.

— Por favor, não me diz isso. Estou tão perdida, e amanhã ainda tenho que ir a um evento com a família inteira.

Júlia riu, tentando animar a amiga.

— Relaxa! Ah, nem te contei... estou conhecendo um carinha lindo. Se a coisa ficar mais séria, vou te apresentar.

Alexa sorriu, mas com uma sobrancelha levantada.

— Espero que ele seja bom, porque os últimos deixaram muito a desejar.

— Ele é maravilhoso! Lindo, fofo e de boa família. Tá, é um pouco galinha, mas eu dou um jeito. Ele vai todo dia na lanchonete só para me ver, mas estou me fazendo de difícil — disse Júlia, orgulhosa.

— É bom que continue assim, ou eu te mato e coloco um cadeado aí! — brincou Alexa, rindo.

As duas passaram o resto do dia conversando, rindo e relembrando momentos. Quando começou a escurecer, Alexa se despediu, mencionando que precisava voltar por causa de Sofia.

— Cuidado e fica bem, e nada de se entregar para o seu chefe... a não ser que tenha certeza! — provocou Júlia.

— Deixa de bobagem, Júlia. Ele pode ter qualquer mulher que quiser, por que se interessaria por uma empregada como eu?

— Você não vê novela, não é? — brincou Júlia, dando-lhe um abraço antes de Alexa sair.

Alexa pegou um ônibus e, após cerca de quarenta minutos, chegou à mansão. Ao entrar, viu Bruno na sala, acompanhado de uma mulher muito bonita e elegante. Ela cumprimentou brevemente, dando boa noite, e já estava se retirando quando Bruno a chamou.

— Alexa, venha aqui um instante — ele disse, com seu tom firme.

— Sim, senhor. O que posso fazer? — ela respondeu, tentando manter a calma.

— Amanhã, iremos ao evento, e você será minha acompanhante — Bruno anunciou. Nesse momento, a mulher ao lado dele, Úrsula, interrompeu.

— Senhor, eu pensei que seria sua companhia no evento — disse Úrsula, com um tom levemente irritado.

— Úrsula, eu nunca lhe fiz tal convite. Alexa já vai estar cuidando de Sofia, então será minha acompanhante — respondeu Bruno, de forma direta.

Alexa ficou desconfortável com a situação.

— Senhor, muito obrigada, mas acho que ela seria mais apropriada — disse Alexa, tentando suavizar a tensão.

— Já está decidido, Alexa — Bruno finalizou.

Úrsula lançou um olhar fulminante para Alexa, como se a quisesse matar ali mesmo. Sem ter outra escolha, Alexa se retirou discretamente, sentindo-se ainda mais desconfortável com o olhar venenoso de Úrsula. Ao chegar na cozinha, deu de cara com Eduardo, e tentou se afastar, mas ele a alcançou rapidamente.

— Por favor, senhor, me deixe em paz. Eu só quero sair — disse Alexa, com medo evidente em sua voz.

— Alexa, por favor, eu não quero te fazer mal. Pelo contrário, vim pedir perdão pelo que fiz. Eu não tinha o direito... me perdoa, por favor — disse Eduardo, parecendo genuinamente arrependido.

— Tudo bem. Agora, por favor, me deixe passar — respondeu Alexa, ainda desconfiada e nervosa, querendo apenas sair daquela situação.

Eduardo finalmente a deixou ir, e Alexa correu para seu quarto. A porta ainda estava quebrada, resultado da força que Bruno usou ao arrombá-la mais cedo, e ela não tinha como trancá-la. Sentou-se na cama, perdida em pensamentos, relembrando tudo o que havia acontecido nos últimos dias. Estava confusa, assustada e sem saber como lidar com os sentimentos que começavam a surgir dentro dela.

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