Capítulo 20

Luc abria os olhos lentamente forçado pela luz que entrava direto em seu rosto, o quarto era amplo e espaçoso, tinha uma pequena estante com sereias de cera e cerâmica sobre ela, havia alguns quadros e livros sobre espécies marinhas, também encontrou um enorme armário branco com flores azuis pintadas nele, não é surpresa para ninguém que os ômegas masculinos tendem a ser um tanto femininos desde crianças, Luán não era exceção, tinha algumas bonecas e bichos de pelúcia que colecionava porque eram importantes para ele, no fundo do quarto uma escrivaninha, sobre ela mais livros, notas e uma revista de maternidade… quanto tempo você tinha aguentado isso sozinho? Pensou Luc, virou-se ao sentir o calor e o peso em seu ombro que estava prestes a cair de dor ao sentir o entorpecimento, mas não podia se dar ao luxo de tirar o loiro pequeno que nele descansava.

Olhou mais uma vez para seu ômega lembrando-se de tudo o que fizeram na noite anterior e um sorriso de triunfo apareceu em seu rosto novamente… acariciou o rosto do menor e com sua voz calorosa sussurrou.

-Te encontrei...

Enquanto dava um beijo em sua bochecha, o ômega apenas se mexeu um pouco e soltou um gemido para depois virar-se para o outro lado da espaçosa cama.

Luc aproveitou para se levantar e ir ao banheiro, pois sem dúvida era um assunto urgente ou sua bexiga explodiria ali mesmo. Ao passar pela frente de Luán, viu-o dormir com aquele robe branco leve que mostrava sua incrível figura agora acompanhada por seu ventre saliente que o fazia parecer o mais belo possível.

Luc sorriu para si mesmo, sem dúvida se sentia o alfa mais afortunado do mundo, queria sair e gritar aos quatro ventos que a deusa Lua lhe havia presenteado com o ômega mais lindo e que agora teria seus dois filhotes, passou pela frente da escrivaninha e parou para ver aquela revista que Luán sempre lia, “como ser uma boa mamãe” soltou uma risadinha porque sabia que Luán, sem dúvida, seria um bom pai, ao lado da revista algumas receitas de ansiolíticos que Luán tomava ultimamente, embora não afetassem os bebês, Luán não conseguia dormir sem eles, e logo após as receitas algumas notinhas de Noah, o médico com seus característicos sorrisos impressos em papel, letras acompanhadas de ironicas carinhas felizes e palavras doces como “cuide-se muito meu pequeno Luán” ou “sempre pode contar comigo”, Luc torceu os papéis e formou punhos com as mãos ao ler mais de uma nota dessas entre as receitas, sabia que Noah sentia algo mais por Luán, e a prova era que na noite anterior tinha dito quase diretamente.

-Esse alfa filho da mãe... aproveitador...

Deve haver alguma maneira de te afastar daquele maldito alfa... -pensava Luc enquanto via seu ômega dormir, já com um fiozinho de baba se formando no canto de sua boca.

Luc não tinha se dado conta de que estava na mansão Maison, pegou seu celular e viu a hora, 8:30 da manhã, era domingo, não tinha trabalho, mas isso o preocupava ainda mais, sabia que teria que sair daquele quarto em algum momento e encontraria todos em casa porque era dia de folga, sabia que teria que sair de lá mais cedo ou mais tarde, só não sabia como.

Ouviu a porta ser tocada do outro lado e entrou em pânico, quis fugir para o banheiro, mas a porta se abriu de repente para revelar um Luc completamente nu do outro lado, seu corpo definido contrastava com a luz daquela janela e parecia brilhar, seu abdômen marcado em 8 blocos perfeitamente dispostos, suas pernas torneadas, os braços e costas largas, o par de nádegas voluptuosas e bem trabalhadas que bem tinham custado um ano de investimento na academia, e principalmente aquela virilidade que o caracterizava como sendo obviamente um alfa dominante de raça pura.

Não soube como reagir, apenas ficou parado e depois levou suas mãos ao seu “amiguinho” que pela manhã estava meio ativo.

O olhar no rosto do outro lado da porta não demorou a baixar e ao notar o corpo bem trabalhado do alfa ficou completamente vermelho.

-Caramba!! Desculpa!! Desculpa senhor Brennan, eu achei que já tinha ido embora faz tempo…

-Senhor, me desculpe, eu realmente não sei, ou melhor, não lembro onde ficou a roupa ou se ainda está aqui, ontem à noite não lembro de muita coisa... não quis acordar Luán, parece que não dormiu bem.

-Não se preocupe, eu lhe trarei algo do meu marido, com licença.

Ao dizer isso, o ômega fechou a porta e com o rosto ainda envergonhado Luc se cobriu com o lençol na cama, sentiu Luán se mexer por um momento para depois soltar um ronco, coçar um pouco sua barriga e voltar a dormir.

Quis beliscar as bochechas do ômega, se apenas na noite anterior tivessem tirado a roupa de maneira ordenada teria sido diferente... mas tudo tinha voado para sabe-se lá onde, e agora seu sogro o conhecia até a alma... seu rosto voltou a se tingir de vermelho.

A porta foi tocada novamente, desta vez se abriu um pouco e um par de calças esportivas e uma camiseta entrou de uma mão branca e pequena como as de Luán.

-Desculpe, a roupa íntima… não tinha nenhuma nova..

-Não se preocupe, eu... já encontrei a minha. (mentira pegou a que encontrou maior na gaveta de Luán.)

-Bem... quando se trocar, desça para a sala, queremos falar com você.

Luc agradeceu e ficou atônito por um minuto… Angel já sabia que ele estava ali e sobretudo no quarto de seu filho, como iria explicar agora que Luán estava grávido dele e que tinha se aproveitado de seu ciclo de cio para fazer amor várias vezes.

Era absurdo sob qualquer ponto de vista, sentia terror de que Angel se opusesse já que queria o maldito médico como genro, inclusive o apresentou à sociedade como seu parceiro e alfa de Luán, mas seu alfa era ele e isso tinha que deixar claro, não ia permitir que ninguém os separasse de Luán novamente, virou o olhar para encontrar agora um Luán dormindo com as pernas e braços abertos como uma linda estrela-do-mar sobre a cama, com a boca aberta e sua barriga de 6 meses mais ternurenta do que nunca, agachou-se para beijar seu ventre e dar bom dia aos seus filhotes... ouviu Luán murmurar..

-Isso assim... chupa chupa mmm

Parou imediatamente, que diabos esse pequeno estava sonhando... era muito lascivo para ser tão jovem...

-Você ainda está dormindo, certo, Luán?

-Sim.. aí.. aí Luc…

Luc sorriu de orelha a orelha, pelo menos estava sonhando com ele e não com outro pensou... colocou as calças porque se não o fizesse não garantia que sairiam do quarto até meio-dia, e não queria que Luc lhe cravasse uma escova de dentes no olho de verdade desta vez só por não saber se controlar, respirou fundo antes de abrir a porta e descer para a sala onde seus sogros o esperavam...

-Deusa Lua... deseje-me sorte -disse a si mesmo.

E se preparou para descer à sala, para encontrar um alfa sentado de braços cruzados no sofá e um ômega com cara de bravo do outro lado. Jamais tinha tido medo de alguém antes, mas Angel naquele momento parecia como se fosse matar alguém para enterrá-lo no jardim, ficou parado na metade da escada disposto a voltar para onde Luán e se enroscar nele mas não conseguiu.

-Termine de descer de uma vez por todas, e venha se sentar aqui, quer?

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