Capítulo 8

A luz da manhã começava a entrar pelas cortinas daqueles enormes janelões, era sem dúvida uma manhã linda...

Os raios matinais batiam no meio do rosto de Luan e o faziam abrir os olhos lentamente, deparando-se com uma paisagem que não conhecia, com a garganta extremamente seca e uma leve dor de cabeça..

- O que aconteceu? O que diabos eu fiz?

Tentou se mexer, mas um braço pesado o segurava com força pela cintura..

- Porra!

Agora ele se lembrava de tudo, ou quase tudo, das mais de 7 vezes que ele havia chegado ao clímax com a ajuda daquele alfa, ele não se lembrava de tê-lo amarrado em mais de uma ocasião, ele nem se lembrava das suas palavras, apenas o imenso prazer que sentiu depois e os gemidos e a respiração de seu companheiro...

Ele sabia que era sua culpa, ele tinha começado, ele não podia reclamar com o alfa, ele não podia dizer que ele o tinha forçado, porque até onde ele se lembrava o alfa queria manter a razão, mas Luan não concordava em nada com isso.

Ele se virou para encontrar a cena mais atraente que ele já tinha visto. Um rapaz de cerca de 30 anos, pele morena, pestanas compridas e bonitas, um nariz bem desenhado e cabelo castanho chocolate, aqueles lábios atraentes....

- Ele me beijou com esses lábios? - ele pensou.

Ele continuou olhando para o abdômen definido do alfa, a pele perfeita e os pelos nascentes em seu peito e braços, as veias em suas mãos que o fizeram pensar o quão forte ele o segurou na noite anterior, e aquele cheiro tão fresco quanto a praia que ele costumava frequentar com seu pai Ômega quando criança. Sem dúvida era um alfa extremamente atraente, incomparável com os velhos nojentos que seu pai trazia para suas "investigações" na mansão dos Maison.

Sua lua estava feliz, ronronando bem ao lado do alfa... ele queria beijá-lo, mas algo o deteve.

- Não, não pode ser, isso é errado, o que ele vai pensar de mim... ele nem me conhece, eu não sei quem ele é... eu não me lembro do nome dele, ou ele não me disse o nome dele? Droga!

Ele se soltou de seu aperto como pôde e saiu correndo, pegando suas roupas do chão, dor! Uma dor aguda em seu quadril, pernas e até mesmo em suas nádegas, ele saiu daquele quarto como pôde, não sem antes deixar um bilhete na mesinha de cabeceira do quarto para depois desaparecer como se nada tivesse acontecido.

Cerca de duas horas depois de Luan ter fugido daquele quarto, Luc acordou, abrindo os olhos com dificuldade, ele tinha dormido apenas algumas horas e ao acordar a primeira coisa que ele queria era ver aquele pequeno... ele sentiu um vazio na cama, ele se virou imediatamente e percebeu que algo estava faltando em seus braços fortes... ele se levantou como pôde porque sua cabeça estava girando... ele foi ao banheiro na esperança de encontrá-lo lá, xingando-o por se aproveitar dele sendo um alfa desconhecido, ou até pensou que ele enfiaria uma escova de dentes em seu olho e entrou prevenido.

Ele sabia que ele merecia, mas isso teria sido melhor do que descobrir que ele não estava lá.

Ele voltou a sentar-se na cama, queria ligar para a recepção para perguntar a que horas ele tinha saído do quarto, virou-se para a mesinha de cabeceira para procurar o telefone e lá ele a viu, a nota deixada pelo Ômega que horas antes ele tinha segurado firmemente em seus braços.

“Muito obrigado por ontem à noite, mas me perdoe, eu não deveria ter te pressionado tanto, lamento que você tenha uma péssima impressão minha, muita sorte na sua vida porque eu não acho que vamos nos encontrar novamente, me desculpe atraente alfa.

L.M”

- Ha... me pressionar? Hahaha meu Deus! - um sorriso irônico escapou dos lábios do alfa, ele se recostou na cama com as mãos na testa e um nó na garganta.

- Você nem me disse seu nome... você só assinou L.M. você tem ideia de quantos nomes e sobrenomes existem assim nesta cidade? Hahaha merda... agora eu sei porque eu não queria me envolver com nenhum Ômega...

Dito isto, ele ficou lá por cerca de 5 minutos apenas pensando, há quanto tempo ele teria saído?

Ele se levantou e foi tomar um banho, ele estava tão perdido em seus pensamentos que nunca se lembrou da coisa mais importante.

O bilhete dizia que ele não achava que eles se encontrariam novamente, e francamente Luc também pensava assim.

Mas o destino pode ser caprichoso e principalmente quando as coisas acontecem exatamente como ele as escreveu.

...♎♎♎♎♎...

Luan chegou em seu apartamento, seu corpo doía, ele nem tinha levado seu carro, ele ainda estava na clínica, ele verificou seu casaco e tirou seu celular, 10 chamadas perdidas de Laura, sua colega, e outras 20 de seu assistente.

- Merda..! Meus pacientes, pff primeiro as coisas mais importantes, vamos tomar um banho.

Ele entrou no chuveiro e se olhou no espelho, apenas para ficar boquiaberto de surpresa.

- Porra! Você é uma maldita sanguessuga?

como diabos eu escondo isso no meio do verão?

O Ômega resmungou ao encontrar as marcas proeminentes que estavam em seu pescoço e mais abaixo.

Seus mamilos estavam ardendo, eles estavam um pouco inchados e para não mencionar as outras partes de seu corpo que também estavam inflamadas.

- Pfff, eu não posso ficar aqui até que eles desapareçam, eu tenho que ir para a minha clínica, - ele tomou um banho, procurou uma camisa de gola alta e saiu correndo em busca de um táxi.

Ele chegou à sua clínica, ele tinha tomado dois comprimidos para sua dor muscular e um supressor apenas no caso de seu cio demoníaco decidir voltar.

Ao entrar ele viu a linda Beta que estava do outro lado da mesa...

- Nossa! Droga, doutor, o que aconteceu com você? você não conhece as comunicações, estamos no século XXI, você sabia que existe uma coisa chamada celular?

- Não me incomode, Jenny, francamente eu sinto que vou morrer, eu não queria vir, mas eu não tenho escolha.

- A Dra. Laura está em seu consultório, ela tem um caso especial de um par de gêmeos gatos.

- Bem, o que está programado?

- Ontem chegou um cachorrinho da raça Lulu da Pomerânia, foi trazido por um cara, bem gostoso por sinal, hahaha, ele disse que sua irmã viria buscá-lo, mas como ela não tinha consulta, foi adiado para hoje, eles virão para o diagnóstico às 6 em ponto.

- Hmmm, Laura não podia examiná-lo, por que adiar?

- A garota verificou as recomendações sobre você na internet, e ela está mais do que determinada para que você seja o único a curá-lo. Ela não aceitará nenhum outro veterinário.

- Merda, e eu me sentindo como se quisesse morrer agora mesmo... pensou Luan.

Ele agradeceu à Beta e foi para seu consultório, ao entrar viu toda a papelada em sua mesa e se recostou, seu corpo doía, mas ele não conseguia parar de pensar nele, ele era sem dúvida perfeito, corpo, rosto, feromônios, tudo nele.

Em qualquer outra ocasião ele teria sido um ômega sortudo, mas pensando que ele quase se jogou nele e o forçou a segurá-lo, seu rosto queimava de vergonha, se ele o visse novamente ele não saberia como olhá-lo nos olhos.

- Hahaha, eu não queria que minha primeira vez fosse assim, - ele continuava repetindo em sua cabeça - mas pelo menos eu sei que eu gostei... nós não vamos nos ver novamente senhor alfa bonito... hahaha maldição, eu nem sei seu nome...

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