Capítulo 3

Luan remexia seu escritório de cima a baixo, tinha feito uma bagunça procurando os benditos supressores, e não é que não pudesse comprar mais, é só que nenhuma farmácia próxima naquela cidade vendia o que só funcionava para ele, para parar de sentir e de emanar feromônios, também porque odiava a ideia de ir lá fora e encontrar com os donos dos animais de estimação que atendia, alguns seriam alfas e com certeza o notariam.

Que diabos eu faço? Terei que falar com a Laura sem dúvidas, espero que ainda esteja em casa repetia enquanto procurava entre seus contatos o número da pequena médica beta.

Precisava pedir ajuda e que ela novamente viesse em seu auxílio, seu ciclo de cio era bastante regular, não entendia como é que não havia se prevenido disso.

Definitivamente colocaria alarmes todo mês para lembrá-lo com uma semana de antecedência.

Tuuummm Tuuummm…

O telefone tocou várias vezes, mas a médica não atendeu a chamada.

Não tem jeito, não me resta outra, terei que cancelar minhas consultas e ir para casa, não poderei chamar um táxi, não saberei se o motorista é alfa, não quero dirigir… - pensava.

Era isso que ele se preparava para fazer, mas como eu disse, a vida nem sempre dá o que a gente quer…

...♎♎♎♎♎♎♎...

Em um belo edifício da mesma cidade…

📲 Alô..

📲 Luc, sou eu, sua pessoa favorita.. hehe

📲 Eu sei que é você, baixinha, o que você precisa?

📲 Hummm tão frio como sempre, é por isso que você não tem namorada.. Enfim, Luc, você se lembra da minha pequena Tunny, certo…

📲 Tunny? A bola de pelos com patas que você cria em casa? Se for ela, eu me lembro, como não me lembrar se ela me deve um par de meias e pantufas.

📲 Culpa sua por não fechar sua porta 🤷, Luc, preciso que me ajude e a leve para a consulta, por favor, ela é muito delicada e ontem comeu algo ruim, tenho certeza de que aquela odiosa da Gayta deu algo a ela, hoje ela não quer comer e só chora. Por favor, Luc, me ajude, sim, apenas leve-a lá, eu prometo buscá-la, ela tem consulta às 15h hoje.

📲 Você está louca? Por que eu faria isso, aquela bola de pelos nem sequer gosta de mim, isso sem contar que não vou deixar de lado os investidores para levar uma bola com patas só porque comeu algo ruim… por que você não a leva, ou melhor, manda o Richy, no final das contas ele é seu cachorro fiel, hehe

📲 Estou em provas na faculdade e o Richy não pode ir, papai deu o dia de folga para ele, por favor, faça isso na sua hora do almoço, sim, já a deixei no transporte, já está tudo lá dentro, hehe, eu te imploro, irmão, juro que compenso. Beijoosss. -desligou a chamada.

Ei, não, ei Nathan, nãooo, porcaria!!

Por que diabos eu tenho que levar o cachorro para a consulta? Isso nem sequer tem o tamanho certo de um cachorro 🤦. Que droga…

Toc Toc - senhor?

Toc Toc - Mary, venha um momento ao meu escritório, por favor.

Em um minuto, a pequena assistente chegou, uma Ômega de 25 anos bastante bonita, se querem saber, mas com um temperamento que faria qualquer alfa correr.

-Diga-me, senhor -respondeu a moça.

-Cancele meu almoço das 3 com o Jhona, tenho que resolver algo.

-Claro, senhor, mas seu pai ligou e quer vir às 4 horas, senhor, o que devo dizer a ele?

-De novo… não diga nada, apenas que saí para atender assuntos internos, ah, e se ele pedir café, coloque um pouco de sal em vez de açúcar, hehe.

-Eu não posso fazer isso, senhor, hehe, pelo menos não com o seu pai -respondeu com um riso a Ômega.

-Enfim, apenas faça o que eu pedi, Mary -a moça assentiu e o alfa pegou o casaco e as chaves do carro para sair daquele escritório e ir buscar o filhote em casa.

Ele odiava a ideia de perder tempo indo levar uma bola de pelos ao médico só por causa de um pouco de comida estragada, mas se assim pudesse se livrar do sermão do seu pai, ele estava mais do que satisfeito em ajudar.

Chegou em casa, pegou a caixa de transporte da sala e a colocou no carro, não sem antes ver de relance o pequeno rato com pelos que sua irmã dizia ser um Lulu da Pomerânia, colocou no navegador o endereço da clínica e dirigiu-se para lá de má vontade -só vou deixá-lo lá- pensava- depois ela o busca e eu terei cumprido, assim também me livro do meu pai e todos ficam contentes…

Chegou à clínica, desceu do carro e tirou a caixa de transporte.

-Vamos, ratinha -disse rindo.

O simples fato de entrar naquela clínica o fez sentir como se seu ser estremecesse e seu coração batesse forte, ao chegar ao balcão, um aroma inundou suas narinas.

-O que é isso?, O que está acontecendo comigo? De onde vem?

Ele se perguntou lá no fundo e procurou por toda parte a fonte daquele cheiro de maçã/canela que chegava até o mais profundo de si, estava tão absorto nisso que deu um pulo quando a recepcionista gritou ao seu lado.

-Senhooor!!! Diga-me, você tem hora marcada?

-Hoo sim, sim, ela é…. Ammm como ela se chama? Ou sim, sim, Tinny, é uma rata.. digo, uma Lulu da Pomerânia e está doente, ou foi o que me disseram, eu só vim trazê-la, eu tenho que ir, minha irmã virá buscá-la mais tarde, obrigado.

Dito isso, ele deixou a cachorra no balcão e saiu imediatamente, sentia calor no corpo, a visão lhe pregava peças e ele pôde até sentir seus caninos começando a sair e as cócegas em sua mandíbula ao querer reivindicar o que era seu…

-Não, não é possível, onde está, onde…

Ele não entendia, mas algo lhe dizia, ele tinha que encontrar de onde vinha aquele delicioso aroma…

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