Capítulo 11

Luc se preparava para o jantar de família em sua casa... não havia nada no mundo que detestasse mais do que esses jantares, onde seu pai insistia que o filho deveria encontrar uma parceira e lhe dar pelo menos um neto, detestava a ideia de voltar a brigar e discutir sempre pelos mesmos termos, era como um sacrilégio combinado com uma punição só de pensar em ter que discutir com seu pai... E é que cada jantar era apenas o mesmo tema de conversa... Um herdeiro.

- Casamento, caramba! Isso é o que eu quero, Lucian Brennan! Será que é tão difícil encontrar um bom Ômega para que meu filho me dê um neto?

- Pai, pelo amor de Deus! Eu já te disse até cansar... não penso em me casar por agora.. você não percebe isso?

- Ah, Lucian! Você está quase com 30 anos! Na sua idade, eu já tinha você! Você quer me fazer avô quando eu nem poder levantar da maldita cadeira para jogar futebol com meu neto??

- Ou com bonecas, querido! - respondia seu marido Ômega ao alfa que estava visivelmente irritado.

- Futebol, eu disse! Porque será um menino! E se for alfa, melhor ainda, por isso você deve encontrar um bom Ômega dominante para formar uma família de boa linhagem como a nossa...

- Pai, eu já disse que não.. olha, talvez quando eu tiver um filhote, possa jogar com você de... dar voltas na sua cadeira de rodas, ou abrir e fechar seu oxigênio! Sei lá!

- Lucian Brennan! Você está louco? Me respeite, sou seu pai e de qualquer forma, eu não vou usar oxigênio!

Hahaha

As risadas na mesa se ouviam, mas Luc estava mais do que irritado, não conseguia entender qual era a necessidade de o emparelharem com um casamento que ele não queria.. não se via casado com ninguém, não se via compartilhando sua cama ou intimidade (que era o que mais prezava) com ninguém.. ou sim? E é que havia alguém que ele realmente desejava e só de pensar, fazia com que seu lobo interior pulasse e uivasse... o maldito Ômega diabólico (assim ele o batizou) que havia desaparecido há um mês e meio, que só o usou e o descartou como um traste velho naquela sala de hotel e depois fugiu com um sorriso malicioso e a intenção de fazê-lo sofrer... Ao menos era assim que o alfa imaginava, para se sentir menos idiota ao saber que havia escapado porque ele estava perdido em seu sono pesado e não o sentiu partir...

- Lucian!! Lucian!! Caramba, estou falando, preste atenção aqui...

- O que é, pai??! O que você quer??

Seu pai alfa lhe deu um olhar de desaprovação enquanto seu pai Ômega apenas ria de como Santos suportava tudo o que seu primogênito lhe fazia e ainda assim não tinha coração para dar um basta!

- Ummm a filha de Rinno está, você sabe, solteira... é uma Ômega lindíssima, muito bonita e tem olhos preciosos... ela está disponível, sabia... seu pai quer que você a conheça, talvez funcione... uma fusão entre as empresas "Brenclours" e "Sana’tegnology" não soa nada mal... talvez você devesse conhecê-la, pode ser que goste e que vocês...

Não terminou de falar porque um forte barulho foi ouvido na mesa, todos olharam para Luc que agora tinha a testa franzida e liberava feromonas de dominância...Seu pai Ômega e até sua irmã se sentiram sufocados e começaram a cambalear e a chorar involuntariamente...

- Que diabos você pensa que está fazendo?! - gritou seu pai, levantando-se - Recolha imediatamente suas malditas feromonas, você não vê que está afetando Nhat e Sam?

Santos correu para pegar seu Ômega, que agora tremia e se escondia nos braços de seu alfa, cheirando o pescoço dele para reconhecer suas feromonas com aroma de carvalho que o acalmavam imediatamente e entre soluços adormeceu.

Nathaly estava na mesa abraçando sua cintura, querendo vomitar porque as feromonas entre a família não são atraentes, ao contrário, são repulsivas e prejudiciais.. Luc percebeu e correu apressadamente para ajudar sua irmã, que agora chorava involuntariamente.

- Me desculpe, pequena, desculpa, eu não percebi, me desculpe por favor... pai, por favor, me desculpe, é algo que eu não pude controlar... - era tarde, Sam já tinha adormecido nos braços de Santos, seu alfa..

- Melhor ir embora, nos veremos novamente no escritório... e Lucian, você não pode continuar adiando o inevitável, você sabe, precisa de uma família e eu preciso de alguém para deixar este patrimônio para me dedicar a curtir sua mãe e meus netos.

Luc sabia disso mas não conseguia se apegar à ideia de compartilhar tudo com alguém que nem sequer gostava.. saiu batendo a porta, com a raiva de ter feito duas das pessoas mais importantes de sua vida sofrerem por sua culpa.